
Compositor. Cantor. Seu nome, ao que parece era uma mistura de Odilon, do pai, e Baracira, a mãe, que era uma cozinheira baiana. Mudou-se para o Rio de Janeiro em meados dos anos 1960 indo morar no bairro do Catete. No início dos anos 2000, mudou-se para o Rio Grande do Sul, onde faleceu.
Iniciou a carreira artística na segunda metade dos anos 1960. Morador do bairro carioca do Catete passou a frequentar o Solar da Fossa, lendário casarão localizado no bairro carioca de Botafogo e no qual moraram inúmeras personalidades das artes, tais como Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Paulo Diniz, Paulo Coelho, Gal Costa, Paulo Liminsky, Betty Faria, Antônio Pitanga, e outros. Lá tornou-se parceiro de Paulo Diniz com quem compôs inúmeros sucessos. Em 1967, teve sua primeira composição gravada, o samba “Brasil Brasa Braseiro”, com Paulo Diniz, gravada pelo parceiro em LP da Beverly que teve esse samba como título. Em 1969, o rock “Jaguar Espacial”, com Paulo Diniz, foi gravado por Sergio Murilo em LP da gravadora Continental. No mesmo ano, o sambista paulista Germano Batista, no LP “Um sambista 100%”, da gravadora Copacabana, registrou o samba “Aquela Imagem”, com Paulo Diniz. Em 1970, conheceu aquele que seria seu maior sucesso, o samba “Quero Voltar Pra Bahia”, com Paulo Diniz, inspirada no exílio londrino de Caetano Veloso e que tornou-se uma das músicas mais tocadas no Brasil naquele ano. No mesmo disco estavam ainda mais sete parc erias com Paulo Diniz: “Piri Piri”, “Um Chope Pra Distrair”, essas duas também fizeram grande sucesso, “Ninfa Mulata”, “Marginal III”, “Chega”, “Canseira” e “Ponha Um Arco-íris na Sua Moringa”. O samba “Quero Voltar Pra Bahia” seria ainda gravado por Wando, Os Carbonos, Caçulinha, Banda do Canecão, e Golden Boys, entre outros. No mesmo ano, a balada “Chega”, com Paulo Diniz, foi registrada por Agnaldo Timóteo no LP “O Intérprete”, da Odeon, a balada “As Pazes”, com Paulo Diniz, foi lançada pela cantora Adriana no LP “A Juventude”, uma coletânea da Odeon, enquanto o samba “Brasil Brasa Braseiro”, com Paulo Diniz, foi gravado por Dóris Monteiro em LP da Odeon. Ainda nesse ano, tentou iniciar a carreira de cantor e dirigiu-se ao estúdio da CBS para um teste sendo acompanhado por Sérgio Sampaio ao violão e acabou não sendo aprovado pelo produtor Raul Seixas e desistiu da carreira de cantor. Em 1971, o samba “Ana Juan”, com Sérgio Sampaio, foi lançado por Sérgio Sampaio em compacto simples da CBS. No mesmo ano, fez grande sucesso com a balada “Pingos de Amor”, com Paulo Diniz, registrada em LP lançado por Paulo Diniz na Odeon e que incluiu ainda suas parcerias “Canoeiro”, “Velho Solar”, “Rosa da Fonte”, “Verei Verei”, “Caminhando Pelo Parque”, “Metrô”, “Viva Maria” e “Canção do Meu Amor”. No mesmo ano, Clara Nunes, em LP da Odeon, gravou o samba “Canseira”, com Paulo Diniz. Também nesse ano, o samba “Piri Piri “, com Paulo Diniz, recebeu duas gravações: de Milton Banana Trio no LP “Amigo é pra essas coisas – Milton Banana Trio”, da Odeon, que incluiu ainda o samba “Quero Voltar Pra Bahia”, e do Coral de Surubim, no LP “Estourou no Norte – Coral de Surubim”, do selo Fontana/Philips. Em 1972, oito parcerias com Paulo Diniz foram gravadas por Paulo Niz em LP da Odeon: “Bahia Comigo”, na qual fez uma participação vocal, “Gosto Aborrecido”, “Quem Tem Um Olho É Rei”, “Rasgo Seda à Bessa”, “Miradouro”, “Maria Portugal” e “Pés Descalços”. Em 1973, teve gravadas por Paulo Diniz, no LP “Lugar comum”, da Odeon, as composições “Nega Doida”, “Maria das Dores” e “Caboclo Império”. Em 1974, as músicas “Pirim Pim Pim”, “Pedra do Arpoador”, “Cante Alguma Coisa”, “São Paulo Demais”, “Balão Colorido”, “Sem Você no Interior”, “Chica Bethânia” e “Vê Se Pisa no Braseiro” e “Rena Rendou”, sendo que nas duas últimas teve participação vocal, todas em parceria com Paulo Diniz, foram lançadas por Paulo Diniz em LP da Odeon. Por essa época, deixou de ser parceiro de Paulo Diniz e ficou um tempo sem ter músicas gravadas. Em 1985, Jorginho do Império no LP “Festa do samba”, da Continental, lançou “Espera de Amor”, com Rodolpho.
Em 1987, teve o samba “Água do Poço”, com Efson, gravado por Agepê em LP da Polygram. No mesmo ano, Iza Franco, no LP “Jogo cruzado”, da CMA Discos registrou o samba “Beringode no Pagobal”, com Iza Franco. Em 1988, Jorge Aragão no LP “Raiz e flor” da RGE gravou o samba “Brilha Pra Mim”, com Efson. No mesmo ano, Sandra de Sá lançou o samba “Calibre Grosso”, com Efson, em LP da BMG-Ariola. Em 1989, Neguinho da Beija Flor no LP “Carente de Afeto” gravou o samba “Amor Que Me Alucina”, com Efson. No mesmo ano, Eryck França no LP “Coberto de amor”, da CMA Discos, lançou o samba “Coberto de Amor”, com Marcos Monteiro e Luis Sarmanho. Em 1991, Dominguinhos do Estácio, no LP “Cor da paz”, da RGE, registrou o samba “Ah Se Eu Pudesse”, com Efson. Em 1992, Alcione, no LP “Pulsa coração”, da BMG-Ariola lançou o samba “Amor Rola Na Cama”, com Efson. No mesmo ano, Célia Silva no LP independente “Magia cigana” gravou o samba “Coisa Tola”, com Efson. Em 1994, o Grupo Molejo, em LP Warner Music, registrou o samba “Caçamba”, com Efson. Em 1995, Selma Rios em CD da UMC do Brasil lançou o samba “Clip na TV”, com Efson. No mesmo ano, o Grupo Molejo gravou “Cucaracha Tupiniquim”, com Efson, que seria regravada no ano seguinte por Dom Américo no LP “Salsa Brasil”. Teve mais de 50 obras gravadas por nomes como Paulo Diniz, Neguinho da Beija Flor, Jorge Aragão, Alcione e Sandra de Sá, entre outros. Seu maior sucesso foi o samba “Quero volta para a Bahia”, com Paulo Diniz.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.