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Nome Artístico
Adriana Moreira (2)
Nome verdadeiro
Adriana Clemente Moreira de Almeida
Data de nascimento
5/3/1970
Local de nascimento
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantora. Atriz.

Nasceu no bairro de Vila Mariana, na cidade de São Paulo.

Neta do professor e intelectual Jayme de Aguiar, fundador de “O Clarim da Alvorada”, um dos principais jornais de imprensa dedicada aos negros de São Paulo no início do século XX.

Oriunda de família musical pertencente à comunidade da Escola de Samba Camisa Verde e Branco, situada no bairro da Barra Funda. Ainda criança passa a frequentar a quadra desta agremiação carnavalesca. Na adolescência participava das rodas de samba do Botequim do Camisa, na antiga Rua do Samba, que recebia grandes sambistas de São Paulo e do Rio de Janeiro, como Dadinho, Zelão, Talismã, João Nogueira, Dona Ivone Lara e Zeca Pagodinho, entre outros.

Em 1997 ingressou na Universidade Livre de Música (ULM), depois Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP).

Dados artísticos

Em 1996 participou, com a Orquestra Paulista de Samba, do disco “Carlinhos Vergueiro & Orquestra Paulista de Samba – O Cúmulo do amba”, de Carlinhos Vergueiro, no qual interpretou com o autor as faixas “Torresmo à milanesa” (Adoniran Barbosa e Carlinhos Vergueiro); “O Cúmulo do samba” (Carlinhos Vergueiro); “Mulher fingida” (Douglas Germano e Carlinhos Vergueiro); “A Voz do Brasil” (Carlinhos Vergueiro e J. Petrolino); “Maria do Socorro” (João Nogueira e Carlinhos Vergueiro) e “Tocaia de cobra” (Carlinhos Vergueiro e Paulo César Pinheiro). No ano seguinte, em 1997, passou a integrar o núcleo de músicos e compositores que constituiu o coletivo Mutirão do Samba, movimento deflagrador de iniciativas na cena musical de São Paulo. Neste mesmo ano foi a convidada especial do Trio Bequadro e, logo depois, com o Mutirão do Samba, apresentou-se em algumas ocasiões no bar Café Piu-Piu, em São Paulo.

No ano de 1998 participou do show “Pra quem teve paciência”, do compositor Kiko Dinucci. No ano posterior, em 1999, integrou o coral de estudantes da ULM e Orquestra Jazz Sinfônica, participando da inauguração da Sala São Paulo. 

Em 1999 trabalhou com a Companhia Incomodada (teatro) e integrou o “Projeto Samba da Benção”, apresentado no teatro Artur de Azevedo sob a direção de Zé Celso Martinez. Em seguida, fez parte da série de shows intitulada “MPBar”, apresentada no Teatro Folha.

Entre os anos de 2000 e 2002, em carreira-solo, apresentou-se no Bar Brahma, ao lado do pianista Ary Costa e de Carlinhos do Cavaco. Nessa época, montou shows baseados no repertório do compositor baiano Batatinha nos Sesc Itaquera e Santo André.

Em 2003 participou do projeto “Ilustre e Desconhecido”, no Sesc Pompeia, como cantora e também idealizadora do show em homenagem a Batatinha, no qual contou com as participações de Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco, Riachão e de Jorge Penha, filho do compositor. Na ocasião, recebe da família de Batatinha o acervo de fotos e toda a obra inédita do compositor. No ano seguinte, em 2004, fez o show “As músicas de Baden e Vinicius”, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. No ano posterior, em 2005, concorreu ao prêmio de “Melhor Intérprete”, no festival da TV Cultura “A Nova Música do Brasil”, no qual interpretou a composição “Lama”, de Douglas Germano.

No ano de 2006 participou do show “Na Cadência Paulista do Samba”, constituído por cinco espetáculos, reunindo os artistas Márcia, Jair Rodrigues, Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin e novos talentos do samba de São Paulo, na semana de aniversário da cidade. Neste mesmo ano participou do CD “Eduardo Gudin & Notícias dum Brasil – Um jeito de fazer samba”, no qual interpretou a faixa “Desprevenido”, de Eduardo Gudin. Lançou, ainda em 2006, o disco “Direito de Sambar – Adriana Moreira canta Batatinha”, no qual interpretou as inéditas “Indecisão” (Batatinha e Jairo Simões), “Salve o presidente” (Batatinha), “Sorriso de mulher” (Batatinha) e “Jardim suspenso” (Batatinha e Capinam), além de regravações de clássicos do autor, tais como “Direito de sambar” (Batatinha), “Imitação” (Batatinha e J. Luna), “Hora da razão” (Batatinha e J. Luna), “Espera” (Batatinha e J. Luna), “Conselheiro” (Batatinha e Paulo César Pinheiro), “Sorte do Benedito” (Batatinha), “Bolero” (Batatinha e Roque Ferreira), “Diplomacia” (Batatinha e J. Luna), “Rosa tristeza” (Batatinha e Edil Pacheco) e “Agô, agô” (Batatinha). O disco contou com direção musical de Edmilson Capelupi e arranjos de Eduardo Gudin, sendo lançado em espetáculo na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, tendo a participação especial de Carlinhos Vergueiro.

Em 2007 participou, ao lado de Vânia Bastos e Marília Medalha, da inauguração do Centro Universitário de Cultura e Arte Gianfrancesco Guarnieri, com a peça “Pontos de Partida – Tributo a Gianfrascesco Guarnieri”, sob direção de Heron Coelho. Fez shows de lançamentos do CD “Direito de Sambar” no interior paulista, passando pelas cidades de Bauru, Araraquara, Sorocaba e Presidente Prudente. No ano posterior, em 2008, integrou o elenco da peça “Calabar”, de Chico Buarque e Ruy Guerra, dirigida por Heron Coelho, apresentada no SESC Paulista. Idealizou o show “Voz Irmã”, com Carlinhos Vergueiro, Eduardo Gudin e Elton Medeiros, apresentado no SESC Pinheiros. Neste mesmo ano, em 2008, em comemoração aos 120 anos da abolição da escravatura e o “Dia da Consciência Negra”, montou o espetáculo “Ta Layiá-Resistir”, com participações especiais de João Borba e Nei Lopes.

Em 2009 apresentou-se na quadra das escolas de samba Camisa Verde e Branco e Nenê da Vila Matilde. Idealizou para o SESC Vila “Damas Bambas”, contando com as participações especiais de Dona Ivone Lara e Gisa Nogueira. No ano seguinte, em 2010, participou do projeto “Quintas do BNDES”, no Rio de Janeiro, no qual apresentou o show “Em nome da arte”.

No ano de 2011 participou como convidada, do show “Cantando com os compositores”, da cantora Juliana Ribeiro, no projeto “Tô no Pelô”, na cidade de Salvador, na Bahia.

Em 2012 participou do projeto “É tradição e o samba continua” como convidada da cantora Fabiana Cozza e do show “É tradição e o samba continua”, no Memorial da América Latina. Neste mesmo ano montou, na cidade de Salvador, o show “Direito de Sambar – Homenagem a Batatinha”, apresentado no SESC Pelourinho, contando com as participações de Aloizio Menezes e Juliana Ribeiro. Ainda em 2012, participou do programa “Ensaio”, da TV Cultura, em São Paulo, com apresentação de Fernando Faro. 

Também em 2012, lançou o seu segundo disco de carreira intitulado “Cordão”, pelo selo Pôr do Som, no qual incluiu as faixas “Valha-me Deus” (Baden Powell e Hermínio Bello de Carvalho), “O dia de amanhã” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), “Fuzuê” (Romildo e Toninho), “Com a perna no mundo” (Gonzaguinha), “Machado de Xangô” (Renato Martins e Roberto Didio), “De assalto” (Everaldo Efe Silva), “Maria do Socorro” (Carlinhos Vergueiro e João Nogueira), “Em nome da arte” (Antonio Carlos Moreira e Douglas Germano) e a faixa-título “Cordão” (Chico Buarque), entre outras.

Em 2014 apresentou-se no Teatro Renascence, em Rabat, no Marrocos, pelo “Festival Visa for Music”. Dois anos depois, em 2016, seu CD “Cordão” recebeu o prêmio “Cata-vento” na categoria “Melhor Disco de Samba”.

Em 2018 participou do “I Festival de Samba de Campinas”, realizado no Tonicos Boteco em Campinas (SP), obtendo o primeiro lugar com a composição “Partida”, de Rodolfo Gomes. No ano posterior, em 2019, finalizou o disco “Roda”, no qual interpretou as composições “Samba de libertação” (Maurinho de Jesus e Bruno Ribeiro), “Vozes e faces” (Pedro Moreira e Raphael Moreira), “Na memória” (Rodrigo Campos), “Mironga” (Robson Batuta), “Todo dia igual” (Kiko Dinucci), “Inaê” (Marcelo Menezes e Paulo César Pinheiro), “Onze fitas” (Fátima Guedes) e a faixa-título “Roda” (Gilberto Gil).

Discografias
2014 Gravadora Pôr do Som CD Cordão
2006 Gravadora CPC-UMES CD Direito de Sambar - Adriana Moreira canta Batatinha
2006 Gravadora Dabliú Discos CD Eduardo Gudin & Notícias dum Brasil - Um jeito de fazer samba (participação)
1996 Independente CD Carlinhos Vergueiro & Orquestra Paulista de Samba - O Cúmulo do Samba (participação)
Bibliografia Crítica

CAMPOS, Conceição. A Letra Brasileira de Paulo César Pinheiro: uma jornada musical. Rio de Janeiro: Editora Casa da Palavra, 2009.