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Nome Artístico
Tavinho Paes
Nome verdadeiro
Luiz Octávio Paes de Oliveira
Data de nascimento
26/1/1955
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
31/10/2024
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Poeta, letrista, artista-plástico e videomaker.

Nasceu no bairro do Catumbi (em uma vila que foi demolida dando lugar ao Sambódromo), mas foi criado no subúrbio de Cascadura, onde Dona Odette (sua avó) o levava para as rodas de choro e para os blocos de rancho.

O pai, Geraldo Paes de Oliveira, era jornalista.

Durante a infância e adolescência morou em vários bairros, entre os quais o Largo do Machado, Ipanema, Ramos, Méier, Flamengo, Grajaú, Madureira, Jacarepaguá, Urca e Bonsucesso.

Na década de 1970 estudou jornalismo na PUC (Pontifícia Universidade Católica).

No ano de 1973 publicou, mimeografado, seu primeiro livro de poemas, intitulado “Tulipa Negra”. Logo após, entre 1973 e 1975, publicou vários outros livros mimeografados, entre os quais “A Maçã Podre”; “Pelotão de Fuzilamento”; “Pronto para Armar”; “A Pin-up do Marinheiro”; “Hambúrguer do Coração”; “Frágil Tarzan” e “Travesti Bossal”.

Ainda na década de 1970, ao lado de Torquato Mendonça, Demétrio de Oliveira Gomes, Divana, Soninha Toda Pura e Steve Quest, fez parte do grupo de poetas performáticos “Poema Terror”.

Nos anos 80 trabalhou como editor do jornal “O Pasquim”. Publicou outros livretos, tais como “Bang the Boeing” e “Too Soft”.

Na década de 1990, em parceria com Luisa Ribeiro Costa, montou a exposição “C.EGO” com booklets antigos e quadros.

Nos anos 2000 montou diversas performances poéticas, destacando-se “Poesia Voa”, no Circo Voador. Foi um dos fundadores, ao lado do poeta Chacal, do evento “CEP 20000”. Ao lado de outros artistas participou do coletivo Voluntários da Pátria com apresentações em vários palcos do Rio de Janeiro.

No ano de 2007, pela Editora Libris, publicou o livro “Momossexuais”, integrado por poemas e letras. No ano posterior publicou “Buzinaí Naif”, também pela Editora Libris.

No ano de 2015 apresentou o evento poético-performático “PoeMATRIX”, em vários espaços da FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty), e no evento paralelo à feira, “OFF do OFF da FLIP”.

No ano de 2025 recebeu uma homenagem do amigo e parceiro Arnaldo Brandão, promovida no Estúdio Hanói, em Botafogo. O evento reuniu poetas e músicos com músicas, poesias, performances, exposição de fotos e projeções de atuações do poeta ao longo de sua carreira.

Dados artísticos

Em 1982 a banda Brylho, no LP “Brylho”, gravou de sua autoria “Jane e Júlia”, parceria com o músico e arranjador Arnaldo Brandão. Neste mesmo ano “Enfant terrible” (c/ Léo Jaime) foi gravada por Eduardo Dussek no LP “Cantando no Banheiro”.

Em 1985 o grupo Roupa Nova gravou “Tão rica” (c/ Joe) e “Linda demais”, composta em parceria com Kiko), que se tornou um dos clássicos do grupo.

No ano de 1986 no disco “Hanói Hanói”, da banda homônima, foram incluídas de sua autoria as faixas “Partido Verde Alemão” (c/ Arnaldo Brandão e Cláudio Zoli), “Blá, blá, blá… Eu te amo” (c/ Arnaldo Brandão e Lobão), “Bonsucesso 68” (c/ Arnaldo Brandão), “Prazer e ciúme” (c/ Arnaldo Brandão), “Spartana” (c/ Arnaldo Brandão e Robério Rafael), “Baton” (c/ Paulo Zdanowski e Arnaldo Brandão) e “Testemunha” (c/ Hanói Hanói), além de seu primeiro sucesso nacional, a composição “Totalmente demais”, parceria com o baixista Arnaldo Brandão, do grupo carioca de rock Hanói Hanói, e o baterista Robério Rafael, da banda carioca Brylho. A música tornou-se um sucesso nacional após Caetano Veloso incluí-la em seu LP “Totalmente Demais” (Polygram/Philips) e executá-la no repertório de seu show ao vivo no Copacabana Palace, também transmitido pela TV Cultura, de São Paulo. No ano seguinte, em 1987, seu parceiro Lobão regravou, no disco “Vida bandida”, a composição “Blá, blá, blá… Eu te amo” (Rádio Blá), parceria com Lobão e Arnaldo Brandão, que foi incluída como tema da novela “Brega & Chique”, da Rede Globo.

Em 2002 foi lançado o livro “Driblando a censura – De como o cutelo vil incidiu na cultura”, de Ricardo Cravo Albin, no qual constou o relato de uma composição de sua autoria liberada pelo Conselho Superior de Censura. A composição em questão foi “Jane e Júlia”, em parceria com Arnaldo Brandão. A função do conselho era de provocar a transição de um Estado de Exceção para um Estado de Direito, atuando incisivamente, entre os anos de 1979/1989, na liberação de músicas, livros, peças, novelas, caso especial, filmes e outras obras intelectuais proibidas pelo regime militar (governante na época). No ano seguinte, em 2003, ao lado de Lobão, Frejat e dos poetas Chacal, Guilherme Zarvos, Guilherme Levi e Fausto Fawcett, participou no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro, do evento “Brandolândia” (nome sugerido por Chacal) de Arnaldo Brandão, no qual o músico e parceiro recebeu vários convidados.

Em 2007 o parceiro Lobão lançou, pela gravadora Sony&BMG, o CD “Acústico MTV”, disco no qual regravou “Blá, blá, blá … Eu te amo – Rádio Blá”.

No ano de 2010, seu principal parceiro, o multinstrumentista Arnaldo Brandão lançou o CD “Amnésia programada” com dez faixas, sendo oito delas parceria de ambos. No disco foram incluídas “Insônia” (feita em parceria com Arnaldo e gravada em 1979 pela cantora Marina Lima e ainda pelo grupo Hanói-Hanói); “O ano do dragão” (c/ Arnaldo Brandão e gravada pelo grupo Hanói-Hanói); “À venda” (c/ Arnaldo Brandão); “Beijo de peixe” (c/ Arnaldo Brandão) e “Sorria, você está sendo filmado”, também parceria com Arnaldo Brandão.

Entre seus vários intérpretes constam Tânia Alves; Xuxa; Mariana; Gal Costa em “Rumba louca” (c/ Moacyr Albuquerque); Marina Lima em “Acho que dá” (c/ Marina Lima) e “Gata todo dia” (c/ Léo Jaime e Marina Lima); Maria Bethânia em “Com certeza” (c/ Moacyr Albuquerque); Lobão em “Que língua falo eu” (c/ Rodrigo Santos e Lobão); Roupa Nova em “Linda demais” (c/ Kiko), e ainda Pepeu Gomes em “Sexy Yemanjah” (c/ Pepeu Gomes), também incluída na trilha sonora da novela “Mulheres de Areia”, da Rede Globo.

Obras
A venda (c/ Arnaldo Brandão)
Acho que dá (c/ Marina Lima)
Baton (c/ Paulo Zdanowski e Arnaldo Brandão)
Beijo de peixe (c/ Arnaldo Brandão)
Blá, blá, blá... Eu te amo (c/ Arnaldo Brandão e Lobão)
Bonsucesso 68 (c/ Arnaldo Brandão)
Enfant terrible (c/ Léo Jaime)
Gata todo dia (c/ Léo Jaime e Marina Lima)
Insônia (c/ Arnaldo Brandão)
Jane e Júlia (c/ Arnaldo Brandão)
Linda demais (c/ Kiko)
Noite do prazer (c/ Paulo Zdan e Cláudio Zoli);
O ano do dragão (c/ Arnaldo Brandão)
Partido Verde Alemão (c/ Arnaldo Brandão e Cláudio Zoli)
Prazer e ciúme (c/ Arnaldo Brandão)
Que língua falo eu (c/ Rodrigo Santos e Lobão)
Rumba louca (c/ Moacyr Albuquerque)
Sexy Yemanjah (c/ Pepeu Gomes)
Sorria, você está sendo filmado (c/ Arnaldo Brandão)
Spartana (c/ Arnaldo Brandão e Robério Rafael)
Testemunha (c/ Hanói Hanói)
Totalmente demais (c/ Arnaldo Brandão e Robério Rafael)
Tão rica (c/ Joe)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. Driblando a censura – de como o cutelo vil incidiu na cultura. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2002.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

CHAVES, Xico e CYNTRÃO, Sylvia. Da pauliceia à centopeia desvairada – as vanguardas e a MPB. Rio de Janeiro: Elo Editora, 1999.

HOLLANDA, Heloísa Buarque e PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. Literatura Comentada – poesia jovem anos 70. Rio de Janeiro: Editora Abril Cultural, 1982.

VAZ, Toninho. A biografia de Torquato Neto. Curitiba: Editora Nossa Cultura, 2013.