
Cantora. Filha do músico Itamar Assumpção. Faleceu aos 39 anos, vítima de câncer.
Estreou em 2009, com as canções dos orixás cantadas nos terreiros de candomblé, em uma das visitas ao Ile De Oba De Dessemi, local freqüentado por ela desde seis anos antes. O projeto de fazer o registro desse material ganhou forma, e durante o processo, enfrentou o câncer por duas ocasiões. A primeira, em 2011, venceu. A segunda, não.
Faleceu em 2016 sem ver o fruto do seu trabalho em formato físico, mas o deixou pronto para o lançamento do álbum “Ascenção”. Segundo a crítica, a Poesia ficou sendo a marca do álbum. São cantos a cada um dos orixás. De Exu a Oxalá, já havia atingido a hierarquia de vodunsi, ou “filha de santo”, um grau atingido após sete anos de iniciação.
A primeira parceria no projeto do álbum foi com o produtor Rodolfo Dias Paes, o DiPa, a princípio apenas como consultor, enquanto ela registrava alguma das canções com o auxílio de Alfredo Bello, também conhecido como DJ Tudo. Nas primeiras sessões, levou nomes como Tulipa Ruiz e Tatá Aeroplano, contemporâneos de sua geração e de sua irmã, Anelis Assumpção. Ambos estão presentes na canção Ogum, o canto sobre o orixá guerreiro. “Na força do sabre / Ele abre os caminhos / Quem tem pai Ogum / Não anda sozinho”. Kiko Dinucci, Thiago França e Juçara Marçal, trio que forma o Metá Metá, também participaram do álbum.
O outro nome que assinou a produção do álbum foi Pipo Pegoraro. As canções, explicou o produtor, seguiram o ritual do xirê e saudavam os orixás da mesma forma como acontece nos terreiros. A lista de participações de outros artistas renomados da vanguarda paulistana incluía Karina Buhr, Luê, Zé Celso, Anelis Assumpção, Moreno Veloso, Mãeana, Tetê Espíndola, Curumin, entre tantos outros. “Não existia a possibilidade de o disco não sair”, relatou o produtor Pipo. “É um registro feito com muito coração”, ele conclui. DiPa concorda: “É um disco que você ouve e conforta. Com ele, ela conseguiu algo maior. A poesia permanece. Foi feito com muita luta, com tanta dor, que é curativo. É um disco que acalanta. Você o ouve e fica emocionado. Serena, infelizmente, ascendeu, mas deixou Ascensão aqui.”
Em 2017, o espetáculo de lançamento do álbum “Ascensão” foi para o palco sem a sua idealizadora, mas em homenagem a ela, no teatro do SESC Pompeia, os recitais foram realizados. As participações especiais sofreram algumas alterações porque estavam previstos três intérpretes, além de Serena. Depois, novas vozes, que participaram do disco, foram acrescentadas ao cronograma para integrar o espetáculo. Foram confirmados Karina Buhr, Tulipa Ruiz, Filipe Catto, Céu, Anelis Assumpção, Tatá Aeroplano, Luz Marina, Juliana Kehl, Luê, Mauricio Bade, Xênia França, Paula Pretta, Leo Cavalcanti, Marcelo Pretto, Ana Lomelino e Laura Lavieri. A banda, que havia sido escolhida por Serena para acompanhá-la na turnê do álbum, foi mantida para o show.