Célia Villela

Iniciou a carreira artística no começo dos anos 1950.  Gravou seu primeiro disco, em 78 rpm, em 1955, pelo pequeno selo Santa Anita, que na época contava com nomes como Moreira da Silva, Pato Preto e Anísio Silva. Nessa primeira gravação registrou os baiões “Minas Gerais”, de Elias Salomé, e “Noivado do Paulinho”, de Castro Perret e Armando Roberto. Em seguida, gravou as marchas “Baile dos casados”, de autor desconhecido, e “Tô com o diabo no corpo”, de Waldir Machado e Rômulo Paes. Contratada pela gravadora Todamérica, gravou, em 1956, com acompanhamento de conjunto, o fox-trot “O resto eu faço”, de Wilson Batista e Antônio Nássara, e o samba “Hermengarda”, de Alberto Ribeiro. Em 1957, com acompanhamento de conjunto, gravou o choro “Menosprezando”, de Paulo Aguiar, e o samba “Félix Fidélis”, de Alberto Ribeiro e Radamés Gnattali. Em 1960, foi contratada pela gravadora RGE, e começou a mudar seu repertório, enveredando então pelo nascente rock and roll no Brasil. Em seu primeiro disco pela RGE, gravou, com acompanhamento da Orquestra RGE, os rocks “Conversa ao telefone”, versão de “Pillow talk”, de Peper e James, e “Trem do amor”, versão de One way ticket to the blues”, de H. Hunter e J. Keller, ambos versões de Fred Jorge. No mesmo ano, gravou, com acompanhamento do conjunto RGE, os rocks “Sempre houve amor (with the bug)”, de Orbinson, e “Passo a passo (Step by step)”, de Ollie Jones e Billy Dawn Smith, em versões feitas por Fred Jorge, que seria seu maior sucesso. Já perfeitamente adaptada ao que se chamava na época de “música jovem”, gravou em 1961 seu primeiro LP, intitulado “…E viva a juventude!!!”, no qual gravou dez versões de Fred Jorge, então o maior versionista da época: “Valentino”, de Kay Millet; “Trem do amor (One way ticket to the blues)”, de H. Hunter e J. Keller; “Quando o amor vem (In between teen)”, de R. Eby e J. D. White; “Passo a passo (Step by step)”, de Ollie Jones e Billy Dawn Smith; “Parabéns (Congratulations)”, de Keller e Goofin; “Perdi a chave (I cant find my key)”, de W. Gold e R. Alsred; “Fish walk”, de J. Carlo; “Diga-me (Tell me)”, de M. Garson e E. Shuman; “Conversa ao telefone (Pillow talk)”, de Peper e James, e “Sempre houve amor (With the bug)”, de Orbinson, além de “És meu amor”, versão de Teixeira Filho para a balada “My love for you”, de Sid Wayne e Abner Silver, e “Streap-tease rock”, de Maugéri Neto e Maugeri Sobrinho. Em 1962, foi contratada pela gravadora RCA Victor, e gravou um 78 rpm interpretando “A fã e o namorado”, de Carlos Morais e Luis Vassalo, e “Se tu me telefonas”, versão de Miguel Gustavo, para “Si tu me telephones”, de Garvarentz e C. Nicolas. Em 1964, foi contratada pela Musidisc e gravou o LP “F-15 Espacial”, no qual teve o acompanhamento do conjunto de rock The Angels, quando interpretou “Caidinha por você”, versão sua para “Fall in”, de Neil Sedaka e Howard Greenfield; “I could have danced all night”, de Alan Jay Lerner e Frederick Loewe; “O dia que não vem” e “Alguém da vida da gente”, de Erasmo Carlos; “Pegando jacaré”, de Carlos Becker; “Perfidia”, de Alberto Dominguez, e “Acho que me apaixonei”, de Roberto Carlos e Édson Ribeiro, além de cinco parcerias com o futuro marido Carlos Becker: “Desculpa”; “Lição de violão”; “Dançando o Hully-gully”; “F-15 Espacial” e “Assim é o meu amor”. Ainda lançou mais dois discos pela Musidisc: um compacto simples com as músicas “Saudade da saudade”, de José Messias, e “Viu, foi pior”, de Orlandivo e Roberto Jorge, e um compacto duplo, intitulado “A Rainha da TV” com as músicas “Dançando o Hully-gully”, parceria com Carlos Becker; “Acho que me apaixonei”, de Roberto Carlos e Édson Ribeiro; “Saudade da saudade”, de José Messias, e “Viu, foi pior”, de Orlandivo, todas, gravações tiradas de seus trabalhos anteriores para a Musidisc. No auge de seu sucesso, apresentou o programa de TV “Célia, Música e Juventude” na TV Continental do Rio de Janeiro. Dirigiu ainda os programas de rádio “Na roda do rock” pela Rádio Globo, e, posteriormente, na Rádio Guanabara. Pouco depois, casou-se com o guitarrista e líder do conjunto The Angels, Carlos Becker e abandonou a carreira artística.