
Cantor. Compositor. Instrumentista. Violonista. Quando criança , sua família tinha um grupo de teatro no qual somente ele não atuava por ser ainda muito pequeno. Em 1983, foi morar em Angola, onde ficou até o final de 2002. Em 19 anos, morando em Angola, casou e teve a filha Fabiana Aleluia também cantora. É pai do multi-instrumentista Mateus Aleluia Filho. Em 2002, quando retornou ao Brasil, passou a morar na cidade de Salvador.
Iniciou a carreira artística na década de 1950 em sua cidade natal e em cidades próximas atuando em diferentes grupos musicais. Em 1962, ingressou no trio Os Tincoãs, então dedicado a um repertório de boleros, em lugar do cantor Erivaldo que desistiu da carreira. Em 1963, fez como integrante do trio Os Tincoãs, sua primeira apresentação em TV, na cidade de Natal, na TV Itapoã. Aos poucos o novo trio foi dexando de lado o bolero e passou a dedicar-se a um repertório ligado ao candonblé, ao samba-de-roda e toda musicalidade ligada à histórica cidade baiana de Cachoeira, onde nasceu. Em 1973, foi para o Rio de Janeiro com Os Tincoãs em busca de conseguir gravar um disco, Levados pelo radialista Adelzon Alves para a Odeon no mesmo ano, lançaram o LP “Os Tincoãs”, do qual constaram suas composições “yansã Mãe Virgem”, “Na Beira do Mar”, “Saudação Aos Orixás”, e “Canto Pra Iemanjá”, todas com Dadinho, e “Capela Dajuda”, “A Força da Jurema” e “Deixa a Gira Girar”, com Dadinho e Eraldo. No mesmo ano foi lançado um compacto simples com duas parcerias suas com Dadinho: “Misericórdia” e “Saudação Aos Orixás”. Em 1975, no LP “O Africanto dos Tincoãs”, da RCA Camden, foram incluídas suas composições “Promessa ao Gantois”, “Salmo”, “Homem Nagô”, “Canto e Danço Pra Curar”, “Sereia”, ” Jó”, “Oxóssi Te Chama”, “Anita” e “Ogum Pai”, todas com Dadinho. Em 1976, foi lançado o compacto simples “Os Tincoãs”, pela gravadora RCA Victor que incluiu suas composições “Promessa ao Gantois” e “Anita “, ambas com Dadinho. Em 1977, teve as composições “Atabaque, Chora”, “Canto de Dor”, ” Chão da Verdade”, “Romaria”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Arrasta a Cadeira”, “Cordeiro de Nanã ” e “Acará”, todas com Dadinho, incluídas naquele que seria o último LP do trio Os Toncoãs. Em 1982, sua composição “Ajagunã”, com Dadinho, foi interpretada pelos Tincoãs no festival MPB Shell 82. Em 1986, manteve a dupla com Dadinho e ainda com o nome de Os Tincoãs lançou o parceiro o LP “O Tincoãs – Dadinho e Mateus”, pela gravadora CID e que incluiu as composições “Luanda Ê (Lembrança Feliz”, “Angola Vamos Cantar”, “África Blue”, “Quem Vem Lá”, “Vovó Clementina”, “Rio Qg do Samba”, “Cachoeira – Bahia Lisboa”, “Namíbia” e “Sou Eu Bahia”, todas com Dadinho. De volta ao Brasil em 2002, começou pouco a pouco a se reinserir no mercado musical brasileiro. Em 2003, atuou no filme “O milagre do Candeal” que foi lançado no ano seguinte e no qual contracenou com o ator cubano Bebo Valdez, e interpretou com Carlinhos Brown a música “NZambi Mameto”, vencedora do prêmio Goya como melhor canção. Lançou seu primeiro disco solo em 2010, o CD “Cinco sentidos”.
Em 2016 se apresentou ao lado de Xangai no espetáculo “Sagrado”, produzido por Paula Hazin e Bruno Reis, cujo repertório descreveu os cotidianos do sertão ao litoral, abordando as crenças na devoção e na espiritualidade através de músicas como “Promessa ao Gantois” (Mateus Aleluia / Dadinho), “Canto de Boiadeiro (adaptação de Mateus Aleluia), dentre outras. Na ocasião foram acompanhados por Ricardo Vieira (violão 7 cordas), João Liberato (flauta) e Luizinho do Gêge (percussão).
Em 2017, lançou o CD “Fogueira Doce” que contou com as participações de seus filhos Mateus Aleluia Filho na voz, trompete, flugel e direção musical e Fabiana Aleleuia, nos vocais. O CD, que contou com a produção de Alê Siqueira incluiu as composições “Eu vi Obatalá”, “Fogueira doce”, “Bahia… Bate o tambor”, Ó virgem vire leão”, Sonhos cor de crioula”, “Ogum okorô”, “De tudo isso, eu sou”, “Esotérica Chapada” e “Serpentear da natureza”, todas de sua autoria, além de Obatotô” e “Filha! Diga o que vê?”, com Dadinho, e “Convênio no orum”, com Carlinhos Brown. Por ocasião do lançamento do CD appresentou show no Sesc, em Copacabana. No mesmo ano, apresentou-se no Rock in Rio, no Palco Sunset ao lado da banda jovem Sinara, integrado por José filho, e por João e Francisco, netos, de Gilberto Gil. No show foram tocadas composições suas como “Fogueira doce”, do CD homônimo lançado pouco antes, e clássicos dos Tincoãs como “Deixa a gira girar”, “Cordeiro de Nanã” e “Na beira do mar”. No mesmo ano de 2017, foi convidado por Xangai para participar do 2º capítulo da web-série “Os Cantingueiros”, realizada pela Luz das Artes, com co-producão da Maracujá Cultural e 2N Audiovisual, patrocinada pela Natura Musical e Governo da Bahia.
Em 2018 seguiu se apresentando com a turnê do CD “Fogueira Doce”. No mesmo ano, se apresentou na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, lançando o livro “Nós, os Tincoãs”, publicado pela produtora Senzala, organizado por Gringo Cardia, com textos de Carlinhos Brown, Martinho da Vila, Criolo e Emicida. O livro foi acompanhado de três dos principais CD’s do trio remasterizados, “Os Tincoãs” (1973), “O africanto dos Tincoãs” (1975) e “Os Tincoãs” (1977), além de fotos, críticas musicais, matérias de arquivo e biografia dos integrantes.
Em 2019 participou, ao lado de Saulo Fernandes, do programa “Conversa Com Bial” da Rede Globo, em homenagem aos Tincoãs. Na ocasião destacou a produção de seu novo disco.