0.000
Nome Artístico
Heitor Catumbi
Nome verdadeiro
Heitor Leite Sodré
Data de nascimento
10/5/1895
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
Circa 1980
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Era afilhado do violonista Manduca do Catumbi, com quem aprendeu a tocar cavaquinho. Nasceu no bairro carioca de São Cristóvão. Ainda criança, começou a tocar nas festas de São Cristóvão. Tio da cantora Odaléia Sodré. Trabalhou na Fábrica de Chapéus Mangueira e depois em uma fábrica de biscoitos, e em uma estamparia, além de ter sido aprendiz no Arsenal de Guerra. Em 1911, quando tinha 16 anos de idade, ingressou na Polícia Militar. Dois anos depois, ingressou na Polícia Civil, onde permaneceu até 1915, quando, por intermédio do Senador Pinheiro Machado, ingressou como meio-oficial na Casa da Moeda, lá ficando até 1918. Nesse ano, ingressou como aprendiz de artes gráficas no Jornal do Commercio, onde atuou ainda como aprendiz de mecânica. Trabalhou depois no jornal “O País”, para onde transferiu-se em 1921, como emendador, trabalhando depois como linotipista. Trabalhou ainda nos jornais “A Notícia” e “A Folha”. Neste último, chegou a ter uma coluna em versos, onde dava palpites para o jogo do bicho. Em 1926, passou a trabalhar como extra-numerário na 2ª Vara do 1º Ofício, onde se aposentou como oficial de justiça. Teria sido ele o criador do samba de breque, criação, aliás, que sempre reivindicou.

Dados artísticos

Começou a carreira artística ainda criança, tocando em festas no bairro de São Cristóvão. Numa dessas festas, foi visto pelo cantor e compositor Eduardo das Neves, que o levou para se apresentar no Circo Irmãos Temperani. Na ocasião, tinha dez anos de idade. Tocou cavaquinho, acompanhando Eduardo das Neves, e cantou a canção “Sou teu escravo”. Teve grande sucesso sendo contratado pelo dono do circo que, quando soube que ele era aflilhado de Manduca do Catumbi, batizou-o artisticamente de Heitor Catumbi. Como as condições para se viver como artista na época eram difíceis foi trabalhar como operário na fábrica de chapéus Mangueira, no morro do mesmo nome. Em 1912, fez sua primeira composição, “Na caixinha ninguém mexe”. Por volta de 1915, conheceu Catulo da Paixão Cearense, João Pernambuco, Bulhões, Bequinho e Cardoso de Menezes, figuras com as quais passaria a conviver em rodas de boemia. Em 1916, fez letra para uma modinha de Galdino Pimentel, com o título de “Em São Cristóvão onde nasci”, que percorreu todo o Rio de Janeiro, embora não chegasse a ser gravada. A melodia recebeu de Catulo da Paixão Cearense uma outra letra, com o título “Templo do ideal”. A partir de 1919, passou a atuar na Casa Edson, como violonista participando de várias gravações. Nesse ano, gravou “Império dalma”, tocando violão, com Ernesto Pimentel na clarineta, e Cai Nágua, no cavaquinho. Pouco depois, gravou “Catinga da mulata”, com o Grupo do Louro, tocando violão com Juvenal Brandão, e com Newton no cavaquinho, e Louro no clarinete e, em seguida, com o Grupo Chiquinha Gonzaga, com Antônio Passos na flauta, Chiquinha Gonzaga no piano e ele no cavaquinho, gravou “Só para moer”. Em 1927, passou a atuar no Rádio, incialmente na Rádio Sociedade, onde estreou solando, ao violão, a valsa “O segredo das trepadeiras”, de sua autoria. Atuou ainda na Rádio Clube, sempre cantando e tocando violão, além de ter sido um dos primeiros corretores de publicidade para o Rádio, conseguindo anúncios a 10 mil-réis. Em 1931, passou a atuar na Rádio Philips. No ano seguinte, estreou com seu discípulo Moreira da Silva, no Programa Casé, transferindo-se, no mesmo ano, para a Rádio Guanabara. Atuou, ainda, nas  Rádios Ipanema, Educadora e Transmissora. Na Rádio Cruzeiro do Sul, participou do programa “Samba e outras coisas”, apresentado por Henrique Batista, irmão da cantora Marília Batista. Em 1934, o samba “Comigo não!”, com Valentina Biosca, foi gravado por Carmen Miranda, na Victor, enquanto a valsa “Tortura de amor”, também com Valentina Biosca, foi registrada por Januário de Oliveira, na mesma gravadora. Em 1936, o samba “Qual é o teu desejo”, e a valsa “Roxa saudade”, foram gravadas por Moreira da Silva, pela Columbia. Em 1938, compôs, com Luiz Bittencourt, o samba “Do amor ao ódio”, gravado por Moreira da Silva, na Columbia. Apresentando-se em Rádios até 1953, quando, por motivos de saúde, afastou-se da carreira artística, continuando, entretanto, a compor. Em 1958, a valsa “Roxa Saudade” foi incluída no LP “Serestas do Brasil Nº 3”, gravado no selo Rádio, pelo cantor Onéssimo Gomes. Em 1961, os sambas “Dinorah”, com Benedito Lacerda, e “Aguentando o velho galho”, foram gravados por Jorge Veiga, no LP “A volta do sambista (Obrigado doutor)”, lançado pela Copacabana. No mesmo ano, o samba “Antigamente”, parceria com Moreira da Silva, foi lançado no LP “Malandro em sinuca”, gravado por Moreira da Silva, na gravadora Odeon. Em 1962, teve mais um samba gravado por Moreira da Silva, “Reminiscências”, com Moreira da Silva, no LP “Malandro diferente”, da Odeon. Em 1982, no LP “80 anos de samba”, lançado por Moreira da Silva na gravadora Tropicana, foi incluído o samba “Os versos e a valsa”, com Moreira da Silva. Em 1985, o samba “Comigo não”, com Valentina Biosca, foi gravado por Violeta Cavalcanti, para o disco triplo “Velhos sambas… Velhos bambas”, editado pela FENAB – Federação Nacional dos Bancos. Em 2002, sua valsa “Roxa saudade”, na interpretação de Moreira da Silva, foi incluída na coletânea “Valsas brasileiras – vol. 2”, do selo Revivendo. Com músicas gravadas por Moreira da Silva, Jorge Veiga e Carmen Miranda, teve importância histórica na criação do samba-de-breque.

Obras
Aguentando o velho galho
Antigamente - com Moreira da Silva
Comigo não! - com Valentina Biosca
Dinorah - com Benedito Lacerda
Do amor ao ódio - com Luiz Bittencourt
Em São Cristóvão onde nasci - com Galdino Pimentel
Escuta moreninha - com Moreira da Silva
História de uma valsa - com Moreira da Silva
Na caixinha ninguém mexe
O segredo das trepadeiras
Os versos e a valsa - com Moreira da Silva
Qual é o teu desejo
Reminiscências - com Moreira da Silva
Roxa saudade