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Nome Artístico
Marino dos Santos
Nome verdadeiro
Marino dos Santos
Data de nascimento
26/4/1908
Local de nascimento
Porto Alegre, RS
Data de morte
Circa 1990
Local de morte
Porto Alegre, RS
Dados biográficos

Instrumentista. Cavaquinista. De família negra que se reunia nos fins de semana para fazer música, aprendeu ainda criança a tocar cavaquinho com um irmão por volta dos cinco anos de idade. Em 1917, com nove anos de idade, começou a se apresentar em público cantando e tocando cavaquinho. Por essa mesma época começou a estudar violão.

Dados artísticos

Por volta de 1920, começou a atuar num grupo musical composto apenas por músicos negros formado por seu irmão e que tocava tanguinhos, maxixes e quadrilhas, além de pot-pourris de operetas. Nesse grupo ele tocava cavaquinho e bandola. Atuou nesse grupo até 1922 e depois seguiu tocando em bares e cafés, mas como o dinheiro que ganhava era pouco passou a trabalhar também como motorista particular. Conseguiu então que o patrão lhe desse de presente um sax e passou a prender o novo instrumento. Em 1923, passou a integrar o grupo Jazz Espia Só no qual tocou cavaquinho, bandola de oito cordas e depois banjo. Em 1928, foi convidado pelo maestro Paulo Coelho a tocar na orquestra dele. Em 1930, alistou-se no 7º Batalhão de Caçadores e acabou seguindo para o Rio de Janeiro onde tornou-se 3º Sargento músico. Ainda no Rio de Janeiro tocou choro no sax soprano na zona do Mangue. Em meados de 1931, voltou para Porto Alegre e ingressou na orquestra de Paulo Coelho tocando sax alto. Entre 1935 e 1936, tocou na orquestra de Paulo Coelho no Café Colombo, na Jazz Carris, ligada à empresa de transportes urbanos onde trabalhou como motorneiro de bondes, e também na Rádio Farroupilha integrando a Jazz de Paulo Coelho.  Em 1938, integrou a orquestra de Paulo Coelho em viagem à Argentina para a inauguração da Rádio Municipal de Buenos Aires. Na capital argentina jornais chegaram a publicar manchetes sobre ele dizendo: “Negro brasileiro fenômeno musical”. Ainda em Buenos Aires, e com a mesma orquestra, tocou na Rádio El Mundo, considerada a melhor da capital platina, e atuou no mais famoso cabaré da América Latina, o Tabaris. Também em Buenos Aires participou da gravação do samba “Alto da bronze”, único registro fonográfico da orquestra de Paulo Coelho. Em 1939, retornou à Porto Alegre em 1940, formou sua própria orquestra e passou a atuar na Boate Marabá onde foi visto por um empresário que o convidou a tocar em São Paulo. Viajou então para a capital paulista com sua orquestra e lá assinou contrato com a Rádio Cultura. Em São Paulo, formou um quinteto com alguns dos músicos de sua orquestra e por lá tocou mais algum tempo. Com o fim do contrato, os músicos voltaram ao sul mas ele continuou em São Paulo e passou a tocar sax alto no Taxi Dance, no Salão Verde e foi contratado para atuar na orquestra de Sylvio Mazzuca tocando sax alto. Na orquestra de Sylvio Mazzuca tocou na Rádio Difusora. Ficou em São Paulo até 1948, quando retornou à Porto Alegre. De volta ao sul juntou-se ao pistonista Ernani Oliveira e criou a orquestra Ernani & Marino na qual atuou até 1954. Nesse ano foi para o Rio de Janeiro e passou a integrar a orquestra da TV Tupy, na qual ficou até 1960, quando novamente voltou para o Rio Grande do Sul. Passou então a atuar na orquestra de Karl Faust até este retornar para a Alemanha. Atuou depois na Orquestra do Maestro Campanella e na Bandinha de Hardy Vedana. Embora tenha sido um dos grandes músicos gaúchos, sua carreira permanece totalmente obscura e desconhecida.