
Maestro. Arranjador. Pianista. Compositor. Professor. Começou a se apresentar em público com apenas cinco anos, em festivais de arte em Curitiba, tocando ao piano peças aprendidas de ouvido. Estudou piano com João Poeck e foi diplomado pelo Conservatório de Salzburgo, na Áustria. Em 1939, bacharelou-se em música e começou a lecionar na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, e, pouco depois, fisiologia vocal no Conservatório de Santos, SP. Mudou-se em seguida para o Rio de Janeiro.
Foi diretor musical e orquestrador na Rádios Nacional, do Rio de Janeiro, e nas rádios Record, Tupi e Difusora, de São Paulo. Atuou na Academia Lorenzo Fernandes, no Rio de Janeiro, como professor de ritmo, transposição e acompanhamento. Foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira. Na Rádio Mayrink Veiga foi arranjador de Carlos Galhardo, Orlando Silva, Sílvio Caldas e Nelson Gonçalves. Em 1946, organizou na Rádio Mayrink Veiga o grupo vocal feminino Trio Madrigal. Em 1952, lançou, pelo selo Rádio, o LP “Temas brasileiros Nº1”, interpretando os temas tradicionais “Prenda minha”, “Sapo cururu”, “Lampeão”, “Não quero que ninguém me prenda”, “Boi Barroso”, “Meu boi morreu”, “Pau rolou caiu” e “Mestre carreiro”. Em 1954, foi contratado pela Rádio Nacional para o quadro de arranjadores e maestros da emissora. Criou peças sinfônicas e de câmara. Orquestrou e regeu programas de Elizeth Cardoso e Sílvio Caldas. Dirigiu a orquestra da Rádio Nacional, a orquestra de câmara da Rádio M.E.C, e a do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. Em 1957, gravou, com o flautista Altamiro Carrilho, a valsa “Sonho”, de Patápio Silva. Em 1960, foi o responsável pela regência do primeiro concerto sinfônico póstumo das obras de Villa-Lobos. No mesmo ano, regeu a Orquestra Sinfônica Brasileira em um festival de música brasileira. Na ocasião foi apresentada a primeira audição, no Brasil, do Concerto nº5, para piano e orquestra, de Villa-Lobos. Ainda em 1960, acompanhou ao piano, juntamente com Camargo Mariano a cantora Lia Salgado no LP “Lia Salgado e a canção brasileira” da gravadora Chantecler na execução das canções “Azulão”, de Jaime Ovalle e Manuel Bandeira, “Longe Bem Longe”, de Francisco Mignone, “Foi Numa Noite Calmosa”, de Luciano Gallet, “Vadeia Caboclinho”, de José Siqueira, “Canção das Mães Pretas”, de Francisco Mignone e Narbal Fontes, “Teus Olhos Verdes”, de Camargo Guarnieri, “Tayeras”, de Luciano Gallet, “É a Ti Flor do Céu”, e “Quando Uma Flor Desabrocha”, de Francisco Mignone, e “Aribú”, “Amo-te Muito” e “Segue-me”, de Camargo Guarnieri. Em 1967, gravou na Odeon, com a flautista Lenir Siqueira, o LP “Lembrando Patápio – Lenir Siqueira (flauta) e Alceu Bocchino (piano)”, com a interpretação das músicas “Sonho”, “Serenta damore”, “Idílio”, “Margarida”, “Evocação”, “Amor perdido”, “Zinha”, “Oriental” e “Primeiro amor”. Nas décadas de 1960 e 1970, excursionou pela América do Sul, pelos Estados Unidos e pela Europa, regendo diversas orquestras, tais como a Filarmônica de Sófia, a Filarmônica da Bulgária, a Sinfônica de Bilbao. Regeu também a Orquestra Filarmônica e a Nacional de Lisboa e a Sinfônica de Forth Worth, E.U.A. Em 1981, foi jurado, representando o Brasil, no IX Festival e Concurso Internacional de Piano, de Maryland, E.U.A, tendo ainda dirigido o concerto de abertura do festival. Em 1985, foi um dos fundadores da Orquestra Sinfônica do Paraná da qual tornou-se maestro titular desde então. Em 2012, permanecia como membro compositor da Academia Brasileira de Música.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.