5.001
Nome Artístico
Antonio Arruda
Nome verdadeiro
Antonio Arruda de Souza
Data de nascimento
1920
Local de nascimento
Limoeiro, PE
Data de morte
2006
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Maestro. Arranjador. Compositor. Instrumentista. Saxofonista. Seu pai foi maestro e regia músicos que tocavam em bandas de música que se apresentavam em coretos na cidade de Recife. Ainda criança aprendeu a tocar requinta e passou a atuar em bandas regidas por seu pai. Mais tarde, aprendeu a tocar cavaquinho. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1937, aos 17 anos de idade. Na ocasião, andava sempre de chapéu de couro e de facão, o que lhe valeu o apelido de Cangaceiro. Mais tarde, à convite do amigo, e também músico, João Batista Piraí, mudou-se para São Paulo, onde desenvolveu a carreira artística.

Dados artísticos

Começou a carreira artística ainda criança, e, aos 12 anos de idade, chamou a atenção de Antolin Garcia, proprietário do Circo Garcia, que convenceu a família a deixá-lo seguir com o circo, no qual passou a se apresentar por todo o Brasil. Durante 5 anos percorreu como artista de circo o Norte e Nordeste do Brasil. Chegando ao Rio de Janeiro em 1937, logo impressionou outros músicos quando, ao dar uma canja numa casa noturna, demonstrou conhecer todo o repertório da orquestra. Fez arranjos musicais com nomes como os de Stan Getz, Astor Piazzolla, Cesar Camargo Mariano, Casé, Paquito de Rivera, Flora Purin, Airton Moreira, Laércio de Freitas, Wilson Simonal, Elis Regina e Geraldo Vandré. Em 1952, fez os arranjos para a marcha carnavalesca “Saca rolha”, de Zé da Zilda, Zilda do Zé e Valdir Machado, gravada com grande sucesso pela dupla Zé e Zilda, e até hoje um dos clássicos do carnaval carioca. Em 1960, regeu a orquestra e coro dos Sertanejos de Casaca no LP “Sucessos do sertão”, da gravadora RGE, no qual foram interpretadas as composições “Vida marvada”, de Almirante e Lucio Azevedo; “No Rancho Fundo”, de Lamartine Babo e Ary Barroso; “Vamos Maruca vamos”, de Juca Castro e Paixão Trindade; “Maracatucá”, de Geraldo Medeiros e Jorge Tavares; “Maringá”, de Joubert de Carvalho; “Quase maluco”, de Victor Simon; “De papo pro á”, de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano; “Peixe vivo”, canção tradicional para a qual fez uma adaptação; “Siá Mariquinha”, de Luis Assunção e Evenoé Pontes; “Chuá chuá”, de Pedro de Sá Pereira e Ari Pavão; “Tristezas do Jeca”, de Angelino de Oliveira, e “Mangaratiba”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. Em 1961, regeu o Bloco Festereiros da Alegria, na gravação do LP “Festas juninas (Pedro, Antônio e João)”, da RGE. Nesse disco foram interpretadas as músicas juninas “Antônio, Pedro e João”, de Benedito Lacerda e Osvaldo Santiago; “Chegou a hora da fogueira” e “Isto é lá com Santo Antônio, de Lamartine Babo; “Noites de junho” e “Capelinha de melão”, de João de Barro e Alberto Ribeiro; “A dança da moda”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas; “São João Da-rarão”, motivo tradicional, com adaptação sua; “Festa portuguesa”, de Mário Vieira e Antônio Rago; “Pula a fogueira”, de Getúlio Marinho, o “Amor” e João Bastos Filho; “Cai cai balão”, de Assis Valente; “Sonho de papel”, de Alberto Ribeiro, e “Tarratatchim”, do Capitão Furtado. Em 1965, no Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, foi premiado pelo arranjo da música “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, uma das vencedoras. No mesmo ano, sua composição “Cangaceiro” foi gravada pelo Sambalanço Trio. Em 1968, recebeu prêmio pelo arranjo para “Caminhando (Pra não dizer que não falei de flores)”, de Geraldo Vandré, segunda colocada no Festival da Record. Ao longo da vida nunca recebeu qualquer centavo por esses arranjos. Segundo seu filho, Dario Arruda, em depoimento para a revista Carta Capital, “Meu pai escrevia um arranjo com a velocidade com que um médico preenche uma receita”. Em 1991, seu filho criou a Orquestra Urbana Arruda Brasil.

Discografias
1961 RGE LP Festas juninas (Pedro, Antônio e João) - Bloco Festereiros da Alegria
1960 RGE LP Sucessos do sertão - Orquestra e coro dos Sertanejos de Casaca
Obras
Cangaceiro