
Compositor. Cantor. Produtor. Foi criador e diretor da gravadora Musidisc.
Iniciou a carreira artística como crooner da orquestra The Midnighters. Em 1943, como crooner da orquestra The Midnighters, gravou seu primeiro disco, interpretando o fox trot “Take it from there”, de Robin e Rainger. Em seguinda, gravou mais onze fox trots: “It cant be wrong”, de Gannon e M. Steiner; “Jingle, jangle, jingle”, de F. Loesser e J. J. Lilley, e “If you please”, de Burke e VanHeusen, em discos lançados ainda em 1943, e “Sunday, Monday or always”, de Burke e Van Heusen; “For the first time”, de C. Tobias e D. Kapp; “Paper Doll”, de J. S. Black; “Hello Frisco”, de L. A. Hirsch e Gene Buck; “Youll never know”, de Warren e Gordon, e “My devotion”, de Hillman e Napton, em discos lançados no ano seguinte. Ainda em 1943, gravou com o trio vocal As Três Marias, e com acompanhamento da orquestra de Zaccarias, o samba “Morena boca de ouro”, de Ary Barroso. Em 1944, sempre como crooner da orquestra TheMidnighters, gravou uma série de sete discos 78 rpm, com os fox trots “Have I stayed aweay too long”, de F. Loesser; “Dont believe everything you dream”, de H. Adamson e J. Mc Hugh; “III be around”, de A. Wilder; “No love, no nothing”, de Robin e Warren; “How sweet you are”, de F. Losser e A. Schwartz; “Someday III meet you again”, de N. Washington e M. Steiner; “The dreamer”, de F. Loesser e A. Schwartz; “Shoo-shoo baby”, de P. Moore; “Dont sweetheart me”, de C. Friend e C. Tobias; “San Fernando Valley”, de G. Jenkins, e “Long ago”, de Ira Gershwin e J. Kern, e os fox “We mustn”t say goodbye”, de Al Dubin e J. V. Monaco; “Goodnight, wherever you are”, de Robertson, Hoffman e Weldon, e “How blue the night”, de Adamson e J. Mc Hugh. Em 1945, foi contratado pela gravadora Continental e lançou seu primeiro disco solo, interpretando os fox “Im making believe”, de M. Gordon e J. Monaco, e “Let me love you tonight”, de R. Touzet e M. Parich. No mesmo ano, gravou mais três discos interpretando em pot-purri os foxes ” Always” e “All of me”, de Berlin, Simons e Marks, e os fox trots “This heart of mine”, de Freed eHarry Warren; “More and more”, de Harburg e Kern; “Candy”, de David, Whitney e Kramer; “Laura”, de Johnny Mercer e David Raskin, e”Dream”, de Johnny Mercer. Em 1946, gravou os fox trots “As long as I live”, de Max Steiner, e “It might as well be spring”, de R. Rodgers e O. Hammerstein II. Em 1947, gravou os fox trots “Among my souvenirs”, de E. Leslie e H. Nicholls, e “Mamselle”, de M. Gordon e E. Goulding. Em 1948, registrou o bolero “Without you”, de Gilbert e Farrés, e os fox trots “Make mine music”, de Darby e Daniel; “Begin the beguine”, de Cole Porter, e “Je vous aime”, de S. Coslow. A partir de 1949, começou a abrasileirar seu repertório, embora mantendo o estilo romântico, e gravou a marcha “1949 – Im looking over a four leaf clover (Trevo de quatro folhas)”, de Woods e Dixon, para a qual ele mesmo fez a versão; o fox trot “My darling, my darling”, de Frank Loesser; o beguine “On na island with you”, de Edward Heyman e N. Herb Brown; os sambas “Mañana”, versão de Haroldo Barbosa, para música de P. Lee e D. Harbour, e “Falta-me alguém” de Claudionor Cruz e Pedro Caetano, e a “Canção de aniversário”, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro. Em 1950, gravou a marcha “Sorrisos”, de W. Calahan e L. Roberts, e versão sua, e o samba bolero “Que importa a vida”, parceria com Raimundo Baima. Ainda em 1950, ingressou na gravadora Todamérica, na qual estreou, registrando com acompanhamento de orquestra, a valsa “Cavaleiros do céu”, de Satan Jones, e versão de Haroldo Barbosa, gravação que contou com a participação do grupo Garotos da Lua; e o beguine “Speak low”, de Kurt Weill e Ogden Nash. No mesmo ano, e também com acompanhamento de orquestra, em disco lançado apenas em janeiro do ano seguinte, gravou os sambas “Anseio”, de sua autoria e Alberto Ribeiro, “Não posso esquecer”, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, além da valsa “Parabéns a você”, de M. T. Hill, e versão de Léa Magalhães, e a “Canção de aniversário de casamento”, de A. Jolson e S. Chaplin, e versão de Osvaldo Santiago. Ainda em 1951, gravou, com acompanhamento de conjunto melódico, os sambas “Você é tormento”, de sua parceria com Garoto, e “Não briguemos”, de sua autoria, e em disco lançado apenas em março de 1952, o bolero “Serenata”, de G. Braga e arranjos de Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu, e ainda, a toada “Onde a tristeza mora”, de José Maria de Abreu. Em 1952, sua música “Na madrugada” foi gravada no primeiro LP do Trio Surdina. Em 1953, criou sua própria etiqueta, o selo Musidisc, situado na Avenida Rio Branco, centro do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, lançou o primeiro LP pelo seu novo selo, “Datas felizes”, no qual interpretou as baladas “Natal”, de sua autoria; “Papai Noel”, de Alberto Ribeiro; “Aniversário de casamento”, de Ivanovic e Lourival Faissal; as valsas “Aniversário de mamãe”, de sua autoria e Alberto Ribeiro; e “Parabéns a você”, de M. J. Hill, e versão sua; as canções “Canção da Páscoa”, de sua autoria e Alnerto Ribeiro; “Canção de aniversário”, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, e “Canção dos namorados”, parceria sua com Alberto Ribeiro. Ainda em 1953, participou do LP “Baião Nº 3”, lançado pelo instrumentisata Britinho, no qual interpretou o tema tradicional “Casinha na colina”, para o qual fez arranjos juntamente com Britinho. Em 1955, participou do LP “Ary Barroso – Vol. 2”, da Musidisc, no qual, além dele, Britinho, Orlando Silva e Oracina Correia cantaram músicas de Ary Barroso. Na ocasião, interpretou os sambas “Trapo de gente” e “Terra seca”, ambos de Ary Barroso. Em 1956, dividiu com o Trio Surdina o LP “Canções de Natal”. Nesse disco, o trio interpretou quatro músicas e ele, mais quatro: “Silent night”, de Franz Gruber; o motivo tradicional “Tannembaum”, “Papai Noel”, de Alberto Ribeiro, e “Natal”, de sua autoria. Nesse ano, sua interpretação para “Canção de aniversário”, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, foi incluída no LP “No mundo da canção – Vol. 1”. No final dos anos 1950, criou sua própria orquestra, que passou a companhá-lo em gravações. Em 1960, gravou o LP “Dançando suavemente – Nilo Sérgio e sua orquestra”, no qual foram interpretados diversos clássicos internacionais, além de “Devaneio”, de Djalma Ferreira e Luiz Antonio, e “Bongô para dois”, de sua autoria. Nesse ano, a canção “Trevo de quatro folhas”, versão da música de M. Dixon e H. Woods, foi gravada por João Gilberto na Odeon. Em 1961, foi relançada sua gravação com as valsas, “Canção de aniversário de casamento”, de M. J. Hill e Léa Magalhaes, e, com o Trio Madrigal, “Parabéns a você”, de A. Jolson, S. Chaplin e versão de Osvaldo Santiago, registradas na Continental. Nos anos 1960, teve a música “Amanhã eu vou” gravada por Ed Lincoln, no LP “Ed Lincoln seu piano e seu órgão espetacular”. Em 1962, lançou um de seus maiores êxitos, o LP “Isto é romance – Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes”, no qual foram interpretadas as músicas “Romantic partners”, “Marias de Portugal”, “Canção de um vagabundo” e “Canção para um homem no espaço”, todas de sua autoria, além de “Espiral”, parceria com Ed Lincoln, entre outras. Ainda em 1962, gravou, pelo seu novo selo, Nilser, o LP “Dança e romance – Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes” em que foram interpretadas as músicas “Vai menina”, “Ranchero”, “Dos perdidos” e “Em Las Vegas”, todas de sua autoria, entre outras. Nesse ano, a interpretação de sua orquestra para “Bongô para dois”, de sua autoria, foi incluída na coletânea “Grandes sucessos Masterpiece – Vol.1”. Em 1963, lançou dois LPs, no primeiro, “Bolero, amor e romance – Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes”, foram interpretados 10 boleros clássicos. No segundo, “Cleópatra, cinema e romance – Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes”, foram interpretados 12 temas do cinema. Em 1969, lançou pela Musidisc, o LP “Canções para uma noite de chuva – Orquestra Nilo Sérgio”, no qual foram interpretadas, entre outras, “Deixe-me viver”, “Copacabana concerto”, “Oração para uma menina”, “Amor de inverno”, “Meu pecado” e “O parque”, todas de sua autoria, além de sucesso da época como “Carolina”, de Chico Buarque, e “Modinha”, de Sérgio Bittencourt. Em 1971, depois de quase 20 anos de existência, chegou ao fim a gravadora Musidisc, deixando um acervo de cerca de quatro mil fonogramas que renderam entre 400 e 500 discos. Entre os músicos que passaram por sua gravadora, destacaram Ed Lincoln, Orlandivo, Sílvio César e Pedrinho Rodrigues, além da Orquestra Românticos de Cuba, feita especialmente para as gravações. Também fizeram gravações pela Musidis o conjunto Voz do Morro, integrado por Paulinho da Viola, Elton Medeiros e Nelson Sargento, o intrumentista Altamiro Carrilho, e o grupo de rock Bango. Com o fim da gravadora, o espaço onde ela funcionou passou a ser utilizado como estúdio. Ao longo da carreira de cantor gravou gravou mais de 40 discos, entre 78 rpm e LPs.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AZEVEDO, M. A. (Nirez) A História Cantada em 78 Rotações, Fortaleza, Edições UFC, 2012.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.