
Poeta. Compositor. Considerado um dos grandes nomes da Literatura em Pernambuco. Nascido em família humilde, sua obra esteve ligado as coisas e tradições do Nordeste e principalmente ao retratar do povo nordestino e sua vida e costumes. Filho de um comerciante e de uma professora, ficou órfão aos 13 anos de idade e começou a trabalhar na mercearia de um tio. Depois de iniciar a atividade literária escrevendo baladas, sonetos e madrigais, sofreu influência de Mário de Andrade, Guilherme de Almeida e Manoel Bandeira e passou a se dedicar a temas regionais. Em 1920, mudou-se para a cidade de Recife, onde tornou-se funcionário público. Na capital pernambucana, passou a colaborar com jornais como o Diário de Pernambuco, entre outros. A partir de 1925, passou a partcicipar do movimento modernista pernambucano. Publicou os livros de poesia “Catimbó”, em 1927, “Sertão” em 1922, “Catimbó”, em 1927, “Cana Caiana”, em 1939, e “Catimbó e outros poemas”, em 1963, entre outros. Em 1955, participou da campanha de Juscelino Kubitschek à presidência da República tomando parte em diversos comícios. No ano seguinte, foi nomeado por Juscelino Kubitschek para a direção do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, no Recife, sendo porém sua nomeaçao suspensa dez dias depois uma vez que intelectuais pernambucanos não aceitaram sua nomeação devido à sua fama de poeta boêmio. Foi então nomeado assessor do Ministério da Educação, mas fazendo juz à sua fama, somente aparecia para receber os salários. Foram publicados postumamente os livros “Eu voltarei ao sol da primavera”, em 1985, e “O Maracatu”, “Presépios e Pastoris” e “O Bumba-Meu-Boi: Ensaios Folclóricos”, em 1986. Sua marca registrada era o uso do chapéu de palha.
Em 1911, veio à lume seu primeiro poemas, “Flor fenecida” no Jornal “A Notícia de Palmares”. Publicou seu primeiro livro de poesias, “Catimbó”, em 1927, e em seguida passou a viajar apresentando-se em recitais em vários estados brasileiros. Em 1929, a canção “Maracatu” e o poema “Sertão”, ambos com música de Valdemar de Oliveira, foram gravados na Odeon por Alda Verona. No ano seguinte, fez letra para o canto indígena “Toré” com música de Stefana de Macedo, que o gravou na Columbia. Em 1931, Silvinha Melo gravou na Victor a canção “Chove chuva!”, com música de Hekel Tavares. Em 1937, o maracatu “Onde o sol descamba”, foi musicado pelo músico Capiba e gravado na Columbia pela cantora Laís Marival. Em 1941, publicou “Cana Caiana”, seu segundo livro. Em 1950, teve duas canções gravadas por Jorge Fernandes na Odeon, “Engenhos de minha terra”, com música de Valdemar de Oliveira, e “Trem de Alagoas (Impressão de viagem), com música de Valdemar Henrique. O poema “Trem de Alagoas” também seria musica por Heitor Villa-Lobos. Em 1951, teve a canção “A chama”, com Capiba, gravada pelo cantor Paulo Molin, com acompanhamento de Zimbres e sua orquestra, em disco da gravadora Continental. Em 1958, foi lançado pela gravadora pernambucana Mocambo o LP “Ascenço Ferreira – 64 poemas e 3 histórias populares” todos na própria voz do poeta, em disco que incluiu os poemas “Engenhos de minha terra”, “O trem de Alagoas”, “Toré” e “Maracatu”, anteriormente musicados. Em 1962, o maracatu “Chove chuva”, com Hekel Tavares, foi gravado por Inezita Barrozo no LP “Recital de Inezita Barroso” da gravadora Copacabana. Em 1975, seu poema “Vou danado pra Catende” foi musicado por Alceu Valença, que com ele concorreu e venceu o Festival Abertura da TV Globo. Em 1982,seu poema “Maracatu” foi musicado e gravado por Alceu Valença. Em 1993, os poemas “Trem de Alagoas” e “Reisado” foram musicados por Marcelo Melo e Toinho Alves, e gravados pelo Quinteto Violado no LP “Algaroba”, da RGE. Em 2001, a canção “Meu boi Surubim” foi incluída no CD “A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes” na voz de Inezita Barroso em gravação feita em 1988, no programa “Ensaio” da TV Educativa. Um dos mais importantes poetas brasileiros, teve sua obra muitas vezes musicada por importantes músicos como Capiba, Valdemar Henrique, Hekel Tavares, Villa-Lobos e Alceu Valença.