Miriam Batucada

Ingressou no cenário artístico em 1967, quando participou de um programa de televisão apresentado por Blota Jr. na TV Record. Na oportunidade, tocou vários instrumentos (piano, bateria, harmônica, violão e cuíca), além de mostrar publicamente, pela primeira vez, a característica marcante de sua batucada com as mãos. Em seguida, foi contratada pela emissora, participando do programa de Sônia Ribeiro e apresentando também um programa com Ronnie Von, ganhando de Cidinha Campos o nome artístico com o qual passou a atuar.

Em 1968, gravou um compacto simples contendo “Batucando nas mãos” (Renato Teixeira) e “Plác-tic-plác-plác” (de Walter Peteléco), produzido por Côrte Real. Nessa época, começou a ser requisitada para shows e chegou a se apresentar no exterior.

Ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Edy Star, participou, em 1971, da gravação do LP “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista  apresenta Sessão das 10”, interpretando “Chorinho inconseqüente” (Sergio Sampaio e Erivaldo Santos) e “Soul Tabarôa” (Antônio Carlos e Jocafi).

Em 1974, lançou o LP “Amanhã ninguém sabe”, contendo “Você é seu melhor amigo”, de sua autoria, além de “O que vier eu traço” (Alvaiade e Zé Maria), “Teco-teco” (Pereira Costa e Milton Villela), “Chuá, Chuá” (Pedro de Sá Pereira e Ari Pavão), “Apanhei um resfriado” (Leonel Azevedo e Sá Róris), “Felicidade” (Lupicínio Rodrigues), “Meu romance” (J. Cascata), “Eu quero é botar meu bloco na rua” (Sergio Sampaio), “Acertei no milhar” (Wilson Batista e Geraldo Pereira), “Você vai se quiser” (Noel Rosa), “Tudo Em P” (Jorge Nóbrega e Ângelo Delatre), “Conversa de samba” (Denis Brean e Osvaldo Guilherme), “O show já terminou” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e a faixa-título (Chico Buarque).  Nesse ano, apresentou, com sucesso, ao lado de Grande Otelo, o show “Samba, Coisa e Tal”, produzido por Haroldo Costa.

Ainda na década de 1970, gravou os compactos simples “Diabo no corpo” (1973), “Amanhã ninguém sabe” (1974), “Você é seu melhor amigo” (1975) e “Marcha do João” (1979), e também o compacto duplo “Acertei no milhar” (1974).

Em 1980, gravou mais um compacto simples, com “Sinal da vida” e “Batucada, cachaça e futebol”.

Em 1991, lançou o LP “Alma da festa”, com arranjos de Otávio Basso. No repertório, suas canções “Salve Rainha” (c/ Marcix, Borin e Vivi Fagiolli), “Alma da festa” (c/ Renato Barbosa), “A desquitada” e “Pichinchet”, além de “Samba nipônico” (Celso Viáfora), “Carro de Polícia” (César Brunetti), “Fugir pra que” (Marcix e Tavinho), “Hay Que Tener” (Horácio Russel  e Fátima Romero), “O cachorro late (Estado de Sítio)” (Waldir da Fonseca) e “Samba Rock Reggae Blues” (Marcix e Fátima Romero).

Em 2024, o escritor Ricardo Santhiago lançou a biografia “A história incompleta de Miriam Batucada”, pelo Selo Popessuara, da Letras e Vozes Editora. O livro foi escrito entre 2018 e 2023 e contou com prefacio de Pedro Alexandre Sanches a partir do acervo da irmã de Miriam, Mirna Lavecchia, que também deu entrevista ao autor. O livro foi lançado com 376 páginas que abordam, além da música, o temperamento forte da cantora. Junto ao livro também foi lançado o CD “Infiel, marginal e artista”, com composições inéditas da biografada, nas interpretações de Ayrton Montarroyos, Áurea Martins, Blubell, Cida Moreira, Ceumar, Edy Star, Grazi Medori, Juliana Amaral, Leila Maria, Marcos Sacramento, Maria Alcina, Paula Sanches, Sílvia Machete, Vange Milliet, Vania Bastos, Zeca Baleiro, com participações especiais de Caçulinha e Cidinha Campos, com direção musical de Sérgio Arara, lançado pelo Selo Musical Astrolábio Music no Espaço Casa Fluída, na cidade de São Paulo.