
Cantor. Compositor. Autodidata.
Trabalhou no campo como lavrador até aos 19 anos de idade.
Transferiu-se para o Rio de Janeiro nos anos 50 onde trabalhou como comerciário e dividiu com João Gilberto um quarto em uma pensão carioca. Na época, tocava em várias boates cariocas. Anos mais tarde mudou-se para São Paulo. Durante muitos anos foi o responsável artístico do famoso João Sebastião Bar, situado no centro de São Paulo. O bar privilegiava o melhor da música popular brasileira, tanto os valores já consagrados na época, quanto os novos valores emergentes, como Chico Buarque que, no iníco da década de 1960, levado por Jorge Mautner, fez a sua primeira apresentação em público. Em São Paulo abriu um barzinho onde recebia amigos para noitadas de violão, mais tarde, transformado na Boate Jogral, ponto de encontro de intelectuais, músicos, poetas e compositores, entre os quais, Paulo Vanzolini, com quem fazia porfias (desafios de moda-de-viola) no palco do bar.
No ano de 1968 a boate Jogral foi transferida da Galeria Metrópolis para a Rua Avanhaandava.
Em 1964, sua composição “Queria” foi gravada pelo cantor Carlos José.
No ano de 1966 Elza Soares interpretou “De paz e amor” (c/ Adauto Santos) obtendo o segundo lugar no “2º Festival da Múisca Popular Brasileira da TV Record”.
Em 1967 gravou em compacto simples com as composições “Capoeira do Arnaldo” e “Napoleão”, ambas de autoria de Paulo Vanzolini. Neste mesmo ano, Roberto Carlos interpretou “Maria, carnaval e cinzas” no “3º Festival de Música Popular Brasileira”, classificada em 5º lugar, posteriormente gravada em LP pela CBS. A canção também acumulou um registro na voz do compositor, este, no disco do festival, lançado pela gravadora Philips. Ainda em 1967, interpretou de autoria de Paulo Vanzolini “Samba do suicídio”, incluído no disco da “1ª Bienal do Samba”, lançado pela gravadora Continental. No ano de 1969, em São Paulo, realizou, no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), de São Paulo, a montagem do musical “Jogral 69 ou Os homens verdes da noite”.
No ano de 1970 participou e fez a produção do disco “Jogral 70”, lançado pela RGE. Neste mesmo ano, gravou várias composições suas para lançar em seu primeiro LP solo, que não chegou a terminar e que só seriam usadas cinco anos mais tarde por Marcus Pereira.
Faleceu no dia 3 de dezembro de 1970.
No ano de 1975 Marcus Pereira, através de sua gravadora (Discos Marcus Pereira) lançou o disco “A música, de Carlos Paraná”. Neste LP, foram incluídas várias participações a posteriori, tais como: Adauto Santos nas faixas “Maria, carnaval e cinzas”, “De um só amor”, “Canoa vazia”, além de “Último canto” e “De amor e paz”. Outra participação especial foi a de Emílio Escobar nas músicas “Queria”, “Se for pra medir saudade” e “Você merce um tango”, todas de Carlos Paraná. Neste mesmo disco, interpretou, juntamente com Emílio Escobar, “Marcha do amor sem esperança” (Walter Santos) e “Nem sequer uma rosa”, de autoria de Victor Rafael. Sobre ele, escreveu o compositor paulista Paulo Vanzolini na contracapa do LP: “Luiz Carlos, que não foi de Oliveira por descuido do cartório, e acabou Paraná por amor ao chão, menino de roça que foi, educou-se sozinho, começando com Cruzeiro e Manchete e evoluindo depressa. Tinha paixão pela justa medida, pela clareza e pela simplicidade. Por isso compunha pouco, embora rimasse fácil e fosse bom improvisador. Saindo de um bom gosto provinciano para um artesanato exigente, não teve tempo para fazer muito, mas sempre teve para fazer ótimo”. Entre suas inérpretes está Inezita Barroso.
Em 2002 Martnália interpretou “De amor em paz” no disco “Pé de meu samba”, lançado pela gravadora Natasha Records.
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ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.