
Compositor. Revistógrafo. Pianista. Nascido e falecido no Rio de Janeiro, destacou-se como revistógrafo e compositor. Foi também diretor de uma companhia lírica. Em 1898, ingressou como professor do Instituto Profissional e do Conservatório do Rio de Janeiro. Usou também o nome artístico de Juca Storoni, anagrama de Costa Júnior.
Iniciou a carreira de revistógrafo no final da década de 1880, e sua primeira obra para o teatro foi a partitura da revista “O homem”, de Artur Azevedo. Em 1889, levou à cena a revista “O Bendengó”. Nesse ano, regeu sua primeira orquestra no Teatro de Variedades. Em 1890, escreveu a revista “O sarrilho”, na qual fazia uma crítica à Proclamação da República. Obteve grande sucesso no início do século XX quando compôs o “Tango do Amapá” que louvava a vitória do Barão do Rio Branco na questão do Amapã. Seu maior êxito como compositor foi a polca “No bico da chaleira” gravada inicialmente em 1907, pela Banda da Casa Edson na Odeon como música instrumental. Essa composição foi gravada também pela Banda da Casa Faulhaber e Cia em disco da Favorite Record. A mesma Banda da Casa Faulhaber e Cia gravou seu tango “Os carapicus”. Teve ainda gravada pela Favorite Record o arranjo cômico “Carnaval carioca”, sem indicação de quem tenha gravado. Em 1909, a polca “No bico da chaleira” tornou-se sucesso carnavalesco fazendo um sátira aos bajuladores do então muito poderoso Senador Pinheiro Machado. Sua letra dizia: “Iaiá me deixa/Subir nesta chaleira/Que eu sou do grupo/Do pega na chaleira”. Segundo o livro “A canção no tempo”: “Diariamente, o Morro da Graça no bairro de Laranjeiras no Rio de Janeiro era frequentado por dezenas de pessoas – senadores, deputados, juízes, empresários, ou, simplesmente, candidatos a cargos públicos ou mandatos coletivos. A razão da romaria era que no alto do morro morava o general-senador José Gomes Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Consevador, que dominou a política nacional no início do século”. Pois foi satirizando essa situação que surgiu a polca “No bico da chaleira” que acabaria por consagrar os termos “chaleira” e “chaleirar” como sinônimos de bajulação. Ainda em 1909, “No bico da chaleira” daria ensejo a uma revista com o mesmo nome de autoria de Ataliba Reis e Raul Pederneiras apresentada no Teatro Apolo, tendo sido gravada nesse ano pelo cantor Tomás de Souza em disco Columbia. Também em 1909, foi feito o filme “Pega na chaleira” com argumento de Gastão Tojeiro inspirado em sua polca “Pega na chaleira”. É de sua autoria o “Tango do Amapá”, homenagem ao Barão do Rio Branco pela vitória diplomática na questão do Amapá, música gravada pela Banda do Corpo de Bombeiros pela Odeon, e pela Banda do Corpo de Marinheiros Nacionais em disco Victor Record. Por volta de 1912, teve a cançoneta “O que nasceu primeiro” gravada pelo cantor Mário Pinheiro na Victor Record. Em 1913, o dobrado “Cruz de Malta” e a valsa “Esquecida” foram gravadas pela Banda do Corpo de Bombeiros pela Odeon. No mesmo ano, a polca “Saiu-me boa” foi gravada Odeon pela Banda Escudero. Provavelmente no mesmo período a Banda do Corpo de Bombeiros gravou as valsas “Caresante” e “Irene” pela Columbia, enquanto a Banda Columbia gravou o “Tango da sogra”, e a Banda da Imprensa Nacional registrou o tango “O Peixoto nos ares”. Ainda pela Columbia, a Banda do 52º de Caçadores registrou o tango “No bico da chaleira”, e a Banda so 13º Regimento de Cavalaria lançou o dobrado “O politiqueiro”. De seu repertório teatral foram registrados por volta de 1915 as cançonetas “O Zeca Brazurura”, pelo cantor Tomás de Souza, e “Fala-me logo à saída” e “Petrópolis no prego (Canção da mulata)”, pela cantora Iracema Bastos. Ainda teve gravadas as polcas “A coisa é esta”, pela Banda da Imprensa Nacional, e “A coisa é outra”, pela Banda Columbia. Por volta de 1916, sua valsa “Coração ferido” foi gravada na Odeon pela Banda da Casa Edson. Segundo o jornalista Edigard de Alencar, deixou mais de 200 composições.
Em 1983, seu “Maxixe”, da Revista Tipo-Top, foi gravado por uma banda especialmente formada e regida pelo maestro e clarinetista Luiz Gonzaga Carneiro para o LP “Banda de música de ontem e de sempre”, lançado pela FENAB.