
Artista plástico. Jornalista. Letrista.
Atuou como ilustrador, diretor de arte, editor e cenógrafo, produzindo obras antológicas para teatro, televisão, música, literatura e imprensa. Foi professor de Artes na USP. É autor do maior número de capas de discos de música popular brasileira.
Iniciou a carreira artística em 1967, como estagiário da Editora Abril, tendo trabalhado como ilustrador para as revistas “Cláudia”, “Quatro Rodas” e “Realidade”. Em 1969, foi colaborador da revista “Veja”.
Em 1970, foi responsável pelo projeto gráfico da coleção “História da MPB” (Editora Abril), vendida em bancas de revista, que marcou época principalmente pelos encartes que acompanhavam os LPs. Esse trabalho, através do qual passou a conviver com vários artistas, como Cartola, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Pixinguinha, foi decisivo para sua relevante atuação na criação de capas de discos produzidos no Brasil.
Sua primeira capa foi para o LP “Dança da solidão” (Odeon), de Paulinho da Viola, lançado em 1972. Nessa época, estava engajado na luta política, como militante do grupo AP (Ação Popular), e trabalhava na imprensa alternativa, tendo sido responsável pelo projeto gráfico do jornal “Opinião”.
No ano seguinte, assinou a histórica capa do disco “Nervos de aço” (Odeon), de Paulinho da Viola, que trouxe um desenho do cantor chorando com um buquê de flores na mão, abrindo espaço para um novo tipo de arte no Brasil.
Desde então, foram cerca de 470 capas de LP produzidas, para discos de inúmeros artistas, como Clementina de Jesus, Renato Teixeira, João Nogueira, Rolando Boldrin, Pixinguinha, Chico Buarque, Toquinho, Tom Zé e Zeca Pagodinho, entre outros.
Outro trabalho de destaque foi a estátua de Pixinguinha, criada para o bar Vou Vivendo, e que ficou perdida em São Paulo durante oito anos. Encontrada por uma menina de rua em 2003, a obra foi restaurada e exposta no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro.
Como letrista, é autor das canções “Estrela de papel (Carlitos)”, “Farsante”, “Minha cidade”, “Uma mulher”, “Cantar”, “O sorriso ao pé da escada”, “Minha cidade”, “No fundo do coração”, “Blues da solidão”, “Colo de serpente”, “Alguém tocando” e “Cantiga para ninar o sol”, todas com Jessé e registradas pelo parceiro nos LPs “Estrela de papel” (RGE, 1983), “O sorriso ao pé da escada” (RGE, 1983), “Sobre todas as coisas” (RGE, 1984), “Todos os palcos” (RGE, 1985) e “Eterno menino” (RGE, 1987).
Ainda como letrista, é parceiro de Toquinho em todas as faixas do LP “Canção de todas as crianças” (PolyGram, 1987) – “Deveres e direitos – Princípio I”, “Gente tem sobrenome – Princípio III”, “Bê-a-bá – Princípio VII”, “Natureza distraída – Princípio V”, “Castigo não – Princípio IX”, “Imaginem – Princípio X”, “Errar é humano – Princípio II”, “De umbigo a umbiguinho – Princípio IV”, “Cada um é como é – Princípio VI” e “É bom ser criança – Princípio VIII” -, bem como nos musicais infantis “Canção dos Direitos da Criança” e “Casa de Brinquedos”.
Com a chegada do CD, continuou produzindo capas, como “Bebadosamba” (BMG, 1996), de Paulinho da Viola, pela qual foi contemplado com o Prêmio Sharp, e “Água da minha sede” (Universal, 2000), de Zeca Pagodinho.
Embora seja mais reconhecido pelas capas de disco que criou, é responsável também por capas de livro, além de cartazes e cenários para o teatro brasileiro, com destaque para o cartaz da peça “Mortos sem sepultura”, de Sartre.
Autor de mais de mil desenhos publicados, continua em atividade, à frente da Andreato Comunicação & Cultura, criada em 1979, que conta com uma equipe formada por mais de 20 profissionais, entre jornalistas, diretores de arte, ilustradores, artistas gráficos, pesquisadores, fotógrafos e produtores. É também diretor editorial do “Almanaque Brasil”, publicação mensal dedicada à cultura brasileira, distribuída nos vôos da TAM.
Em 2006, foi inaugurada a exposição “Elifas, 60 Anos: Imagens do Som, Contornos da História”, no Design & Graphic Center, em São Paulo, com cerca de 300 obras, entre originais e reproduções.