
Compositor.
Fez com Marcílio Vieira o samba “Paga quem deve” e a marcha “Meu balão subiu…subiu…”, composições gravadas por Carmen Miranda em 1936, na Odeon. No mesmo ano, seu samba “Madrugada”, com Marcílio Vieira, foi lançado pelo Bando da Lua na Victor.
Em 1937, duas composições suas foram lançadas por Carmen Miranda na Odeon: o samba-tango “O samba e o tango”, e o samba “Reminiscência triste”. No ano seguinte, teve dois sambas lançados por Odete Amaral na Victor: “Alma de um povo”, com Sinval Silva, e “Ginga”. Também em 1938, J. B. de Carvalho gravou na Victor o samba “Princípio de amor”. No ano seguinte, o samba Silêncio” foi lançado na Victor por Odete Amaral. Também em 1939, Dircinha Batista gravou em dueto com Castro Barbosa o fox-canção “Pé de vento”, com Gadé. Sua principal fase de atuação foi na década de 1940, quando teve músicas lançadas por Emilinha Borba, Dircinha Batista, Linda Rodrigues, Horacina Correia, Odete Amaral e outros. Em 1940, o samba “Você há de chorar”, com Jardel Noronha, foi gravado na Victor por Patrício Teixeira, e o samba “Se ela perguntar”, com Zé Pretinho, e a marcha-rancho “Lenda da rosa vermelha”, foram lançadas por J. B. de Carvalho na Odeon. No mesmo ano, Odete Amaral registrou na Victor os sambas “A roda do samba” e “Cheguei…vi…gostei”, ambos com Marcílio Vieira. Em 1942, Odete Amaral gravou na Odeon os sambas “Provérbio”, com Célio Ferreira e “Micróbio do samba”, e J. B. de Carvalho também na Odeon, lançou a macumba “São Jorge Guerreiro”, com J. B. de Carvalho. Em 1945, Aracy de Almeida gravou na Odeon o samba “A minha vida”, e Elvira Pagã gravou na Continental as marchas “E o mundo se distrai” e “Meu amor és tu”, ambas com Gadé e Almanir Grego. Nesse ano, mais três composições suas foram lançadas na Continental: o samba “O dono sou eu”, com Erasmo de Andrade, na voz de Jorge Veiga, e os sambas “Pra que esse espanto?” e “A estrela brilhou”, ambos com J. B. de Carvalho, na voz de J. B. de Carvalho. Foram também registrados os sambas “Falta de respeito”, com Rodrigues Torres, pelos Milionários do Ritmo com vocal de Marion, “Remexe, remexe”, com J. B. de Carvalho, por Heleninha Costa, “Não faça isso”, com Gadé, por Jorge Veiga, “Cantora de samba”, por Linda Rodrigues, e “Eu sou o samba”, “Presunção” e “Sai da roda”, além da marcha “Pato enjeitado”, com Américo Seixas, as quatro últimas pela cantora Horacina Correia. Em 1946, teve o samba-choro “Swing no morro”, com Felisberto Martins, registrado por Marlene na Odeon, e o samba “Acabou-se o confete”, com Paquito, lançado por Nelson Gonçalves na Victor. Fez com Catulo de Paula em 1953, o baião “Vai comendo Raimundo” gravado na Continental por Catulo de Paula. Em 1954, o samba-canção “Franqueza”, com Castro Perret, foi gravado pela cantora Joana DArc, na Odeon, e o corrido “Ladeira do amor”, com Graça Batista, foi registrado por Francisco Carlos na RCA Victor. Em 1955, os sambas “Baiana de hoje” e “História de um pracinha” foram gravados por Horacina Correia no LP “Canções brasileiras” da Musidisc, e o samba “Nosso samba”, com Mauro Miranda, foi lançado pelos Vocalistas Tropicais pela Continental. No ano seguinte, o fox “Biruta”, com Castro Perret, foi gravado por Luisinho no LP “Vesperal dançante Columbia – Volume 3”, sendo registrada depois por Livio Sales e também por Luisinho e Seu Conjunto. Ainda em 1956, Blecaute gravou o samba “Cabrocha”, com João Bené, e o corrido “Ladeira do amor”, com Graça Batista, foi gravado na Sinter pelo Trio Nagô. Em 1957, o samba-canção “Real conclusão”, com Edgardo Luiz, foi gravado por Dóris Monteiro, e a marcha “Chegou a hora” foi registrada por Waldir Calmon no LP “Feito para dançar Nº 7 – Waldir Calmon e Seu Conjunto” do selo Rádio. Em 1958, “O samba e o tango (Chegou a hora)”, foi gravada por Ângela Maria no LP “Quando os astros se encontram – Angela Maria e Waldir Calmon” lançado pela Copacabana. Essa composição foi regravada por Caetano Veloso em 1995 no CD “Fina estampa ao vivo” e em 2001, no CD “Um caballero de fina estampa”. Ainda em 1958, a marcha “Fogo na marmita”, com Monsueto e Aldacir Louro, na interpretação de Marlene foi incluída no LP “Carnaval RCA Victor – Volume 1”, a marcha “Franco atirador”, com Monsueto e Oldemar Magalhães, cantada por Odete Amaral, fez parte da coletânea carnavalesca “Carnaval – 1958”, da Todamérica, e o “Hino à mulher”, com Luis Antônio, foi gravado por Ted Moreno na Todamérica. Também em 1958, o samba-enredo “Navio negreiro”, com Djalma Costa, foi gravado na interpretação de Raul Moreno e Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro no LP “Praça Onze não morreu”, sendo essa uma de suas composições mais gravadas recebendo relançamentos de Risadinha e Coral Som Livre. No ano seguinte, Odete Amaral gravou o samba “Nada posso fazer”. Em 1960, dois de seus sambas foram incluídos no LP “Reinado de Momo” da gravadora Columbia: “Avental de pastora”, com Luis Antônio, na voz de João Dias, e “Amor alheio”, com Monsueto e De Palma, na interpretação de Monsueto. No mesmo ano, o fox “Eu vi a noite acabar”, com Edgardo Luis, foi gravado pela cantora Sônia Delfino no LP “Sônia Delfino canta para a juventude” da gravadora Philips, e o samba-canção “Hoje É Domingo outra vez”, com Peterpan, foi registrado or Heleninha Costa. Em 1961, o batuque “A cuíca tá roncando”, com J. B. de Carvalho, foi incluído no LP “Batuque – J. B. de Carvalho e seus sucessos” lançado pela gravadora Philips. No ano seguinte, o forró “Não troco minha mulher”, com Ari Monteiro, foi lançado pelo sanfoneiro Zé Gonzaga no LP “Um pedacinho do Nordeste”. Em 1969, o samba “Não precisa me humilhar”, parceria com Nelson Cavaquinho, foi gravado por Germano Batista no LP “Um sambista 100%” da gravadora Copacabana. Em 1970, os sambas “Aceito o teu adeus (Não me olhes assim)”, com Luiz Rocha e Nelson Cavaquinho, e “Juro (Que caia sobre mim)”, com Nelson Cavaquinho, foram gravados no LP “Depoimento do poeta” lançado por Nelson Cavaquinho. Em 1978, o samba “Leviana”, com Zé Keti, fez parte do repertório do LP “Minha melhor melodia” lançado na RCA Victor pela cantora Eliana Pittman. Em 2002, o samba “Falta de consciência”, com Célio Ferreira, na voz de Cyro Monteiro foi incluído na coletânea “Sambistas de fato – Cyro Monteiro e Aracy de Almeida” lançado pelo selo Revivendo. Teve uma longa carreira que se estendeu de meados da década de 1930 até o começo dos anos 1970. Nesse período teve mais de 60 composições gravadas. Foi parceiro de nomes como Nelson Cavaquinho, Sinval Silva, Paquito, Monsueto, Zé Keti, Gadé e outros e teve músicas gravadas por Carmen Miranda, Odete Amaral, Cyro Monteiro, Nelson Cavaquinho, Heleninha Costa, e outros grands nomes. Seu maior sucesso foi o samba-tango “O samba e o tango”, êxito na gravação de Carmen Miranda e depois regravada por Caetano Veloso. A música também foi incluída em 2001 (e gravada logo depois em CD) no espetáculo “Estão voltando as flores” com as “Cantoras do Rádio”, espetáculo escrito e dirigido por R. C. Albin e que ficou em cartaz mais de quatro anos, ocasião em que foi interpretada por Violeta cavalcanti.
AZEVEDO, M. A. (Nirez). A História Cantada no Brasil em 78 rotações, Fortaleza, Edições UFC, 2012.