0.000
Nome Artístico
Avena de Castro
Nome verdadeiro
Heitor Avena de Castro
Data de nascimento
7/12/1919
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
11/7/1981
Local de morte
Brasília, DF
Dados biográficos

Instrumentista. (Citarista). Compositor. Teve formação erudita, e começou a estudar cítara na década de 1930 com o professor vienense Carlos Tyll. Posteriormente, teve aulas com Nikolas Schaack que lhe transmitiu a moderna técnica do citarista Richard Grunwald. No final da década de 1960 passou a residir na cidade de Brasília. Trabalhou como apontador durante as obras de construção da cidade de Brasília. Foi sócio fundador e primeiro presidente do Clube do Choro, de Brasília, cidade na qual foi também o primeiro presidente da Ordem dos Músicos.  Foi grande amigo de Jacob do Bandolim, a quem conhceu na Rádio Nacional. Jacob dedicou-lhe o choro “Pra você” com a seguinte indicação: “Para meu melhor intérprete.”

Dados artísticos

Considerado o único citarista popular do Brasil iniciou a carreira artística em 1937, apresentando-se como solista ou então em duo com o irmão, em salas de concerto do Rio de Janeiro e em outros estados. Na década de 1950, tornou-se concertista de cítara com um repertório especializado, além de autor de transcrições de obras de compositores eruditos como Chopin e Bach. Fez também transcrições para cítara de obras de Ernesto Nazareth, passando então a interessar-se pelo choro. Na década de 1950, passou a atuar como concertista na Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e ingressou na Orquestra da Rádio Nacional. No mesmo período, assinou também contratos com as Rádios Jornal do Brasil e Roquette Pinto. Gravou seu primeiro disco em 1953, pela gravadora Copacabana interpretando na cítara o fox “Meet Mr. Callagaan”, de Eric Spears, e o samba-canção “Falando-te”, de sua autoria. No mesmo ano, gravou a valsa “Abismo de rosas”, de Canhoto, e a toada-canção “Do sorriso das mulheres nasceram as flores”, de Eduardo Souto. Em 1954, gravou em interpretação de cítara a toada-canção “Minha terra”, clássico de Valdemar Henrique, o fox-trot “Que tal?” e o choro “Malemolente”, de sua autoria, e o choro “Sururu na cidade”, e as valsas “Branca” e “Tardes de Lindóia”, de Zequinha de Abreu. No ano seguinte, gravou duas obras de Altamiro Carrilho, o baião “Elegante” e o samba “Viva o samba”, além dos baiões “Corridinho no baião”, parceria com Píndaro T. Galvão, e “Sonho oriental”, de Píndaro T. Galvão. Em 1956, gravou de Antenógenes Silva e Edmundo Luz, a valsa “Saudade de Ouro Preto”, e de Píndaro Galvão o bolero “Pensando em ti”. No ano seguinte, gravou o choro “Chorando baixinho”, de Abel Ferreira e a valsa “Paquetá”, de sua autoria. Em 1959, gravou pela Continental em interpretação de cítara a canção “Luar de Paquetá”, de Freire Junior e Hermes Fontes, e o tango “Despertar da montanha”, de Eduardo Souto. Em 1960, participou da coletânea natalina “Natal de paz… Natal de amor – Orquestra e coro Continental”, da gravadora Continental, na qual interpretou na cítara as canções “Noite feliz”, de Franz Gruber, e “Pinheirinho de Natal”, “Jingle bells” e “Adeste Fidélis”, temas tradicionais. Em 1962, foi recebido juntamente com Jacob do Bandolim e o conjunto Época de Ouro pelo presidente João Goulart no Palácio do Planalto em Brasília. Em 1969, gravou pela RCA Victor o LP “Avena de Castro relembra Jacob Bittencourt;” homenagem ao bandolinista Jacob do Bandolim e lançado somente após a morte de Jacob ocorrida em agosto daquele ano. Esse disco contou com a participação de Jacob do Bandolim, em sua última gravação, na faixa “Três estrelinhas”, de Anacleto de Medeiros. Foram gravadas nesse disco as composições “Ternura”, “De coração a coração”, “La duchesse”, “Doce de côco”, “Eu e você”, “Bole-bole”, “Migalhas de amor”, e “Vibrações”, todas de Jacob Bittencourt, além de “Papo de anjo”, e “Evocação de Jacob”, de sua autoria, essa última, uma homenagem a Jacob do Bandolim composta dias após a morte do mesmo. Gravou pela Copacabana o LP “Uma cítara no samba” e pela Masterplay o LP “De Castro toca e você dança”. Em 1970, o instrumentista Toquinho regravou em disco RGE o choro “Evocação a Jacob”. Em 1973, teve os choros “Cordas românticas”, com Waldir Azevedo, “Sábado à tarde” e “Quando fala o coração” gravados no LP “Nosso encontro com Waldir Azevedo” lançado pela Musicolor/Continental. Também em 1973, lançou o LP “Uma cítara com amor” interpretando as obras “Delicado” e “Pedacinhos do Céu”, de Waldir Azevedo, “Nosso Sambinha”, com Edgard Cardoso, “Madrugada Fria”, de Paulo Burgos e Maria Valéria, “Guardei Minha Viola”, de Paulinho da Viola, ”    Mariposa da Luz”, de Neusa França, ”    Naquela Mesa”, de Sérgio Bittencourt, “Forró-bodó” e “Francinha”, de sua autoria, ”    Divino”, de Hamilton Costa, “Inês”, de Dininho e Horondino Silva “Dino”, e “Machucando”, de Alfredo Ribeiro e Nestor Cavalcanti. Em 1974, o choro “Queixumes” foi gravado por Déo Rian no LP “Choros de sempre”. Dois anos depois, o choro “Evocação a Jacob” foi regravado pelo conjunto Época de Ouro no LP “Clube do choro”, mesmo ano em que seria também regravada pelo instrumentista Joel Nascimento no LP “Chorando pelos dedos” em LP da Coronado/EMI-Odeon. Em 1977, no LP “Os carioquinhas no choro” lançado pela Som Livre pelos instrumentistas Luciana Rabello, Raphael Rabello e Maurício Carrilho teve gravado o choro “Fala clari”. Em 1978, fundou juntamente com  Reco do Bandolim, Waldir Azevedo, Pernambuco do Pandeiro, Bide da Flauta e Jaime Ernest Dias, o Clube do Choro de Brasília do qual foi o primeiro presidente. Nesse ano, no LP “Lamento de um cavaquinho”, lançado por Waldir Azevedo na gravadora Continental teve incluído o choro “Lamento de um cavaquinho”. Também no mesmo ano, apresentou-se Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, como convidado de Gerson Ferreira Pinto na série de quatro shows organizados pelo mesmo a convite da Secretaria de Cultura do Município. Em 1989, seu choro ” OKi Kirias” foi gravado por Reco do Bandolim e Choro Livre em disco relançado depois pela gravadora Kuarup. Em 1991, teve os choros “Quando fala o coração”, “Papo de anjo” e “Divina flauta” incluídas no disco “Chorando Callado 2”, lançado pelo selo FENAP em homenagem ao instrumentista Joaquim Callado. Em 1997, no disco “Raphael Rabello e Armandinho – Em concerto”, gravado na Spotlight Records pelos instrumentistas Armandinho e Raphael Rabello teve incluído o choro “Evocação a Jacob”.  Em 1999, teve o choro “Doce enlevo”, parceria com Hamilton Costa, gravado por Gilson Peranzzetta e Sebastião Tapajós no CD “Do meu gosto”. Nesse disco, foi homenageado com a faixa instrumental “Infinito”, de Hamilton Costa e Richard Franco. Em 2000, no CD “Luciana Rabello” lançado pela instrumentista Luciana Rabello pela Acari Records teve gravado o choro “No balanço da Luciana”. Sua composição mais conhecida é o choro “Evocação a Jacob”, concebido segundo ele menos com uma homenagem e mais como se fosse uma interpretação do próprio Jacob do Bandolim. Com sua mudança para Brasília seu envolvimento com a  música popular cresceu, especialmente a partir do choro. Foi também grande divulgador do choro na cidade de Brasília, além de organizador do movimento musical na capital brasileira.

Discografias
[S/D] Continental LP Naquele tempo
[S/D] Carroussel LP Sonho e fantasia
S/D Masterplay LP De Castro toca e você dança
1973 Musicolor/Continental LP Uma cítara com amor
1969 RCA Victor LP Avena de Castro relembra Jacob Bittencourt
1959 Continental 78 Luar de Paquetá/Despertar da montanha
1958 Copacabana LP Uma cítara no samba
1957 Copacabana 78 Chorando baixinho/Paquetá
1956 Copacabana 78 Saudade de Ouro Preto/Pensando em ti
1955 Copacabana 78 Corridinho no baião/Sonho oriental
1955 Copacabana 78 Elegante/Viva o samba
1954 Copacabana 78 Branca/Malemolente
1954 Copacabana 78 Minha terra/Que tal?
1954 Copacabana 78 Tardes de Lindóia/Sururu na cidade
1953 Copacabana 78 Abismo de rosas/Do sorriso das mulheres nasceram as flores
1953 Copacabana 78 Meet Mr. Callagaan/Falando-te
Obras
Altamirando
Chor'eco
Choro diminuto
Cordas românticas (c/ Waldir Azevedo)
Denise
Dialogando
Divina flauta
Doce enlevo (c/ Hamilton Costa)
Dolores, "tome" que é?
Evocação de Jacob
Expansivo
Fala clari
Falando-te
Forró-bodó
Francinha
Guenta Raimundo
Helô
Lamento de um cavaquinho
Malemolente
Meiguice
No balanço da Luciana
Noites curibocas
Nosso Sambinha - com Edgard Cardoso
O solo é mio
Okik-Ryas
Papo de anjo
Paquetá
Princesinha
Quando fala o coração
Quarentão
Que tal?
Queixumes
Sábado à tarde
Valsa para uma rosa
Vida boa