3.001
Nome Artístico
Almir Ribeiro
Nome verdadeiro
Aldimir Torres Ribeiro
Data de nascimento
9/12/1935
Local de nascimento
São João da Boa Vista, SP
Data de morte
18/2/1958
Local de morte
Punta Del Este, Uruguai
Dados biográficos

Cantor. Filho de funcionários públicos, com cinco anos de idade mudou com a família para a cidade paulista de Itapetininga, na qual viveu até 1955 quando mudou-se para a cidade de São Paulo. Faleceu precocemente, aos 22 anos anos, quando sua carreira artística estava em plena ascensão.

Dados artísticos

Iniciou a carreira artística atuando como locutor na Rádio PRD-9, de Itapetininga, com apenas 18 anos de idade. Na mesma emissora foi programador e radioator. Durante algum tempo utilizou o nome artístico de Tony Sander. Em 1955, mudou-se para São Paulo onde pretendia dar sequência à carreira de locutor, acabando entretando por seguir a carreira de cantor. Fez testes na Rádio e TV Tupi, estreando no programa musical de Cassiano Gabus Mendes, então diretor da Tupi, quando interpretou a canção “My little one”, adotando por sugestão do próprio Cassiano Gabus Mendes o nome artístico de Almir Ribeiro. Em 1956, foi levado por Abelardo Figueiredo, que o vira cantar no programa de Cassiano Gabus Mendes, para ser o artista exclusivo do programa “Spot Light Popelinita” apresentado na TV Tupi. Segundo palavras do próprio Abelardo Figueiredo, apresentador do programa: “Durante 40 semanas, ao lado de Luiz Arruda Paes, Darcy Penteado e outros valiosos colaboradores, elaboramos programas que deram a Almir Ribeiro a oportunidade preciosa de colocar mais em evidência os seus predicados artísticos e as belíssimas páginas que integravam o seu repertório, oferecendo-lhe, também, uma “chance” respeitável de se fixar como cartaz de primeira grandeza em nossos meios de vídeo.” Foi levado por Jordão de Magalhães para se apresentar na boate Cave, e por Eduardo Tapajós para fazer temporada na boate “Beguin”. Nesse ano, foi contratado pela gravadora Copacabana. Em janeiro de 1957, lançou seu primeiro disco, interpretando com acompanhamento de Rafael Puglielli e sua orquestra o fox “Amar outra vez”, de M. Stollof sobre música de Chopin, com versão de G. Sidney, e o beguine “Canção do mar”, de Ferrer Trindade e Frederico de Brito. Em seguida, gravou com acompanhamento de orquestra o beguine “Pra bem longe de ti”, de Sherman, com versão de Nelson Figueiredo, e o samba-canção “Onde estou?…”, de Hervê Cordovil e Vicente Leporace. No mesmo ano, gravou com acompanhamento da Orquestra de Hervê Cordovil a toada “Pezinho pra frente”, de Aloísio Figueiredo, e o samba-canção “Contra-senso”, de Antônio Bruno. Nesse período, participou do filme “Absolutamente Certo”, de Anselmo Duarte, no qual interpretou o samba-canção “Onde estou?”, de Hervê Cordovil e Vicente Leporace. Participou ainda de um show no Cine Aparecida do Sul, em Itapetininga, cantando com a estrela Ângela Maria. Em março do mesmo ano, lançou o LP “Uma noite no Cave”, no qual interpretou os sambas “Fui eu”, de Aloysio Figueiredo e Nelson Figueiredo, e “Se todos fossem iguais a você”, de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Morais, os sambas-canção “Sempre teu”, de Aloysio Figueiredo e Edson Borges, e “Falaram de você”, de Hervê Cordovil e Renê Cordovil, os fox “Whitout my lover”, de M. Philippe Gerard, Bernard Michel e Pierre, e “Only you”, de Buck Ram e Ande Rand, e as canções “If I loved you”, de Oscar Hammerstein II e Richard Rodgers, e “Because”, de Guy DHardelot e Edward Tew-chemacher. Nesse discos, foi acompanhado pelo conjunto da boate Cave, sob direção de Aloysio Figueiredo, que também tocou acordeom e piano, e que contava com as presenças de Pierre na guitarra, Nestor no contrabaixo, e Zequinha na bateria. Na contra-capa desse disco, Vinícius de Morais assim se referiu ao cantor: “Tive a oportunidade de ouvir Almir Ribeiro na “boite” Cave, de São Paulo. Considero-o uma voz privilegiada. Possui, a meu ver, um dos mais ricos timbres que já me foi dado ouvir num cantor popular. Tenha ele a disciplina e a auto-crítica naturais (e indispensáveis) do verdadeiro artista, e estou certo de que se trasformará no maior baladista brasileiro de todos os tempos.”

Em março de 1958, foram lançados três discos em 78 rpm com gravações suas feitas no início do ano, nas quais interpretou, com acompanhamento de Antonio Sergi e sua orquestra, o fox “Tarde demais para esquecer”, de Adamen e Carey, com versão de Alberto Ribeiro, e o samba-canção “No meio da noite”, de Aloísio Figueiredo e José Marques da Costa, com acompanhamento de orquestra sem especificação de maestro, os sambas-canção “Foi a noite”, de Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça, e “Laura”, clássico de João de Barro e Alcir Pires Vermelho, e com o conjunto da Boate Cave, dirigida por Aloísio Figueiredo, o samba-canção “Se todos fossem iguas a você”, de Tom Jobim e Vinícius de Morais, e o fox “Without my love”, de Gerard, Michel e Guiton. Logo em seguida, foi lançado o LP “Almir Ribeiro”, também com tapes gravados no início do ano, e que além de quatro faixas lançadas em 78 rpm, trazia ainda as músicas “Risque” e “Folha morta”, de Ary Barroso, “Dora”, de Dorival Caymmi, “Maria”, de Ary Barroso e Luiz Peixoto, e “Tarde fria”, de Poly e Henrique Lobo. Com uma carreira ascendente, faleceu precocemente afogado numa praia de Punta Del Este no Uruguai após gravar seis discos em 78 rpm e dois LPs. Após sua trágica morte a Copacabana lançou o LP “Spot Light – Nº 2 – focaliza Almir Ribeiro”, com doze interpretações do cantor no programa Spot Light registradas ao vivo. Estão presentes no disco suas interpretações para as músicas “João Valentão”, “Dora”, e “Só louco”, de Dorival Caymmi, “Da cor do pecado”, de Bororó, “Spring is here”, de Lorenz Hart e Richard Rodgers, “Folha morta” e “Risque”, de Ary Barroso, “Valsa de uma cidade”, de Ismael Neto e Antônio Maria, “With song in my heart”, de Lorenz Hart e Richard Rodgers, “Verão em Veneza”, de Icini e Pinchi, “Hey there”, de Richard Adler e Jerry Ross, e “Stella by starlight”, de Ned Washington e Victor Young. Na apresentação do disco, assim se referiu Abelardo Figueiredo a respeito do ídolo precocemente falecido: “Muitos poderão perguntar, e com razão, porque Almir Ribeiro não conseguiu no disco o mesmo sucesso registrado na televisão, no cinema e nas buates. Realmente, isso aconteceu, e a explicação vamos encontrar, em parte, na ânsia incontida de progredir, de aperfeiçoar ao máximo os recursos de sua voz. Quando em vida, Almir tinha uma perene preocupação: renovar o repertório, apresentar em cada novo “Spot light” uma novidade, uma canção diferente, um gênero atraente. Assim ele deixava de lado as melodias já gravadas, não se preocupando em “trabalhá-las” junto ao ouvinte, junto àqueles que movimentam o mercado fonográfico. Almir detestava a repetição. Buscava sempre o novo, o inédito, enfim, tudo aquilo que mais agradava a seu gosto, que mais de perto tocava sua sensibilidade. A mente de Almir estava sempre povoada pela preocupação de agradar de imediato a seu público. Deixava de lado o resultado financeiro de suas gravações, evidenciando, prematuramente, um elevado espírito profissional, que fez com que sua carreira fosse iniciada num ponto onde muitos a terminam.”

Discografias
1958 Copacabana LP Almir Ribeiro
1958 Copacabana 78 Foi a noite/Laura
1958 Copacabana 78 Se todos fossem iguas a você/Without my love
1958 Copacabana LP Spot Light - Nº 2 - Focaliza Almir Ribeiro
1958 Copacabana 78 Tarde demais para esquecer/No meio da noite
1957 Copacaban 78 Amar outra vez/Canção do mar
1957 Copacabana 78 Pezinho pra frente/Contra-senso
1957 Copacabana 78 Pra bem longe de ti/Onde estou?...
1957 Copacabana LP Uma noite no Cave
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

PANIAGO, Maria do Carmo Tafuri. Hervé Cordovil – Um gênio da música popular brasileiraSão Paulo: João Scortecci Editora, 1997.