
Instrumentista (pianista). Compositor.
Irmão do baterista e percussionista Zé Eduardo Nazário.
Ao longo de sua carreira, atuou com Hermeto Pascoal, Toninho Carrasqueira, Roberto Sion, Paulo Bellinati e Mônica Salmaso, entre outros artistas.
Fez parte do Grupo Um, com o qual lançou os discos “Marcha sobre a cidade” (1979), “Reflexões sobre a crise do desejo” (1981) e “A flor de plástico incinerada” (1983).
Integrou o grupo Pau Brasil, com o qual lançou os discos “Lá vem a tribo” (1989), “Metrópolis tropical (1991)”, “Babel” (1996), indicado ao prêmio Grammy, na categoria Jazz, em 1998, e “Brasil Musical – Série Música Viva”, com Hermeto Pascoal. No CD “Babel”, foram registradas suas composições “Fábula”, “Festa na rua” e a faixa-título, todas com Rodolfo Stroeter), “Três segredos” (c/ Zé Eduardo Nazário) e “Tocaia” (c/ Rodolfo Stroeter, Zé Eduardo Nazário, Marlui Miranda e Teco Cardoso). Também com o Pau Brasil, participou da “Ópera dos 500”, de Naum Alves de Souza, encenada no Teatro Municipal de São Paulo por ocasião das comemorações dos 500 anos da América.
Ao lado de seu irmão, o baterista e percussionista Zé Eduardo Nazário, formou o Duo Nazário. Para esta formação, compôs as obras “Limite” e “Aurora”, encomendadas pela Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, apresentadas no Brasil e também na Áustria, durante a VIII Conferência da WASBE.
Compôs trilhas sonoras para espetáculos de dança e também para cinema, com destaque para o trabalho com Marlui Miranda para o filme “Hans Staden”, dirigido por Luiz Alberto Pereira, registrado, em 1999, no CD homônimo lançado pela parceira, contendo as faixas “De que vale à cidade o guarda, e ao navio possante nos mares, se Deus a eles não proteger?”, “Como fui aprisionado pelos selvagens e como isso aconteceu”, “Eu, vossa comida, cheguei”, “Como me levaram ao seu rei supremo, chamado Konyan-bébe, e o que ali fizeram comigo”, “De como libertei um escravo”, “…Então as moças assentaram-se ao pé a mastigarem as raízes, e o que fica mastigado é posto numa vasilha à parte”, “De como uma Marabá me surgiu do sonhar”, “Vim, mas não sou vosso inimigo. Deram-me então bebida”, “Deitei-me na rede e Deus sabe quanto me considerava desgraçado”, “Depois vem uma mulher correndo como Iwera Pemme, vira os feixes de penas para cima, grita de alegria e passa pelo prisioneiro para que este o veja”, “Como o irmão de Jeppipo Wasu chegou de Mambukabe e queixou-se a mim de que sua irmã, sua mãe e todos os outros estavam doentes e pediu-me que eu fizesse com que meu Deus lhes desse outra vez a saúde”, “E tinha sonhado comigo sonhos tão horríveis que pensava também ia morrer”, “E aquela com quem ele vivia, em cujo aposento ficava, é que lhe servia a comida”, “Deus Todo Poderoso que me livre desta prisão”, “De como Nairá recebe de consolação a tesoura de Jacó, o mercador”, “…Pensáveis que eu queria fugir?”, “Também têm o costume de fazer presente de suas mulheres, quando aborrecidos delas”, “Como Deus Todo Poderoso me deu uma prova”, “Como foi que me levaram para fazer presente de mim”, “Como, logo depois de terem feito presente de mim, um navio chegou da França e, por providência de Deus, me comprou e como isso aconteceu”, “Começou então o principal a dizer em voz alta a bordo que eu voltasse no primeiro navio, que ele me considerava seu filho e estava muito irritado com a gente de Uwattibi, que queria me devorar”, “Seus nomes são de pássaros, peixes e frutas das árvores, e têm um só nome desde crianças”, “Após isso, o capitão deu a todos algumas mercadorias que podiam valer uns cinco ducados. Com isso partiram para suas casas, em terra”, “E uma das mulheres do principal que tinha vindo a bordo, foi por ele excitada a me gritar nos ouvidos como é de costume deles, e eu gritei também, segundo o mesmo costume”, “Assim me livrou o Deus Todo Poderoso, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, do poder dos bárbaros” e “Música para os créditos finais”.
Integrante do trio Percussônica, ao lado de Zé Eduardo Nazário (bateria, percussão, khena do Laos e berimbau) e Felipe Ávila (guitarra e guitarra-synth), lançou, em 2000, o CD “Percussônica”, contendo suas composições “Psicopático” e “Percussônica”, ambas com Zé Eduardo Nazário e Felipe Ávila, “Flor do Sul”, “Africana”, “Dança das águas”, “Maracatu”, “O sétimo portal” e “Festa na rua” (c/ Rodolfo Stroeter), além de “N´Daê”, “Hoje”, “Não temo”, “Minas d´água” e “A xepa”, todas de Zé Eduardo Nazário, e “CEP” (Felipe Ávila).
Em atuação solo, lançou os discos “Lágrima – Sursolide Suite”, duo piano e contrabaixo com Rodolfo Stroeter, “Discurso aos objetos/Balada unidimensional”, “Se” (1989) e “Simples” (2002). Neste último, registrou suas composições “Frevo colado”, “A árvore contempla a montanha”, “Reverso”, “Claridade”, “A dança de Alix”, “Zeitlin Time”, “Solitário”, “Armadilha” e a faixa-título.
Lançou, em 2006, o CD “Africasiamerica”, contendo suas composições “Convite ao vento”, “Insólito”, “Passado Presente”, “Solúvel em água”, “Perplex City”, “Piano voador”, “Son(ho)s” e a faixa-título, além de “Andando pelo bairro” (Benjamim Taubkin), “Espiral (Carta Celeste)” (Léa Freire).