
Cantor. Compositor. Instrumentista. Violeiro. Agricultor.
Era filho do machadeiro, cantador, violeiro e compositor Nhô Juca Sorocaba, também conhecido por Sorocabão.
Nasceu e passou a infância em Dois Córregos, um vilarejo próximo de Piracicaba.
Trabalhou na agricultura e em diversos outros empregos antes de ingressar na vida artística.
Filho de Nhô Juca Sorocaba, iniciou a carreira artística tocando em festas rurais, como as juninas, São João, Santo Antônio e São Pedro, e outras como a Festa de São Gonçalo.
Em 1922, teve sua primeira experiência mais especificamente ligada à carreira artística quando, juntamente com alguns amigos, foi fazer a peregrinação à Pirapora e participar da famosa festa de Bom Jesus de Pirapora. No caminho fez diferentes apresentações e foi recebendo pagamento em cada local que passava tocando viola e cantando cateretês e modas de viola.
Ainda em 1922, foi convidado, juntamente com o amigo violeiro Ditinho Pintô, para participar de uma roda de violeiros que se apresentou na inauguração da estação de trem da cidade de Piracicaba.
Em 1924, foi levado pelo amigo Ditinho Pintô para a realização de um teste no programa de rádio apresentado na cidade de Tietê pelo escritor Cornélio Pires.
Foi aprovado e logo contratado com o amigo. Foi Cornélio Pires que lhe deu o nome artístico de Sorocabinha, uma vez que o pai, Nhô Juca Sorocaba, era conhecido como Sorocabão.
Foi levado por Cornélio Pires juntamente com Ditinho Pintô para realizar apresentações no Teatro República na capital paulista.
Pouco depois foi contratado por um empresário para apresentações em Campinas o que fez acompanhando pela filha Avelina.
Pouco depois, convidou o pai para acompanhá-lo numa grande excursão pela estrada de ferro Sorocabana juntamente com o escritor Cornélio Pires, que fretou um carro para levá-los.
Na sequência, percorreram inúmeras cidades, entre as quais Tietê, Bernardino de Campos, Presidente Prudente e Paraguaçu Paulista chegando ao norte do Paraná.
Nessas cidades apresentava-se tocando viola e cantando com o pai, enquanto Cornélio Pires vendia seus livros.
Em fins de 1928, foi procurado por Cornélio Pires para formar uma turma de violeiros para um projeto que tinha em mente. Procurou então os violeiros Arlindo Santana, Caçula, Ferrinho, Mariano, Sebastião Ortiz, e Zico Dias. Foi formada, então, a Turma Caipira Cornélio Pires.
Em 1929, participou das gravações de música caipira realizadas por Cornélio Pires na gravadora Columbia.
Em dezembro de 1929, participou da Turma Caipira Victor, formada pela gravadora Victor e que gravou cinco discos, dissolvendo-se logo depois.
Por essa época, conheceu o então diretor do Grupo Escolar Rural de Dois Córregos, Manuel Lourenço, o Mandy que o viu tocando viola num armazém.
Ainda em 1929, formou com Mandy a dupla Mandy e Sorocabinha, com quem gravou 64 discos pela Columbia, RCA Victor, Odeon e Parlophon.
Em 1932, participaram do filme “Vamos passear”, dirigido por Cornélio Pires no qual cantaram “Caboclo feliz”, “Caipira murtado” e “Imposto do selo”.
Em 1936, mudou-se para São Paulo, o que dificultou a continuação da dupla, pois Mandi permaneceu em Piracicaba. Mesmo assim, a dupla ainda durou mais dois anos.
Em 1938 e 1939, voltou a formar dupla com o pai Nhô Juca Sorocaba, fazendo apresentações em programas de rádio, entre os quais, o de Chico Carretel na PRA-5, Rádio São Paulo, e também nas Rádios Difusora e Bandeirantes.
Seguiu a carreira apresentando-se sozinho ou com outros parceiros até 1951, quando encerrou definitivamente a carreira artística.
Ainda em 1951, foi convidado pelo Centro Folclórico de São Paulo para montar e ensaiar uma turma caipira para se apresentar no Rio de Janeiro no 1° Congresso Brasileiro de Folclore, realizado na Quinta da Boa Vista, tendo cantado uma moda de viola em homenagem ao Presidente Getúlio Vargas.
Em 1979, por conta dos 50 anos das gravações pioneiras da Turma Caipira Cornélio Pires, participou de inúmeros programas de televisão cantando e contando histórias daquele tempo.
Em 2012, sua filha Maria Immaculada da Silva lançou o livro “Sorocabinha – a raiz da música sertaneja”, com a vida e a trajetória artística do pai.
LUNA, Francisco; LUNA, Paulo. Almanaque de duplas caipiras e sertanejas. Rio de Janeiro: Lunamar Edições, 2015