
Palhaço de circo. Cantor. Compositor.
Nasceu numa família circence, seu avô era francês de origem nobre e se apaixonou por uma equilibrista. Seu pai mudou para o Brasil e consagou-se como o palhaço de circo Pinga Pulha. Chegou a cursar Direito na Faculdade Nacional de Direito no Rio de Janeiro. Começou no circo por acaso quando durante as férias escolares foi maquiado e empurrado para os palcos e acabou se esborrachando no chão para delírio da platéia iniciando assim uma das mais vitoriosas carreiras de palhaço de circo do Brasil.
Faleceu no Rio de Janeiro, de pneumonia aos 99 anos de idade.
Trabalhou em circo de 1922 até1952 e foi um dos pioneiros na gravação de músicas destinadas ao público infantil, em especial marchas, muitas das quais de sua autoria. O personagem Arrelia no entanto somente apareceu em 1927 quando na cidade de Uberaba teve que substituir um palhaço. Em 1951, passou a apresentar na antiga TV Paulista o programa “Circo do Arrelia”, transmitido ao vivo. Ainda em 1951, gravou seu primeiro disco, pelo selo Carnaval, cantando em dueto com Pimentinha a marcha “Muito bem!”, de sua parceria com Manoel Ferreira e Antônio Mojica. Em 1953, passou a apresentar o programa “Circo do Arrelia” na TV Record onde fez dupla com seu sobrinho Pimentinha, em programa que ficou no ar durante vinte anos.
Em fins de 1957 foi contratado pela gravadora Copacabana lançando em janeiro do ano seguinte em dueto com Pimentinha as marchas “Homessa”, de sua autoria e José Saccomani, “Cacho de banana”, de sua autoria, José Saccomani e E. Consoni, e “Viagem à lua”, de Alda Ribeiro, além das valsas “Valsa de aniversário”, de sua autoria e Hervê Cordovil, e “O dia da vovó”, de sua autoria e José Saccomani. Nesse ano, gravou com acompanhamento de Altamiro Carrilho e sua Bandinha o LP “Ride palhaço – Arrelia interpretando músicas de Lamartine Babo” no qual cantou as marchas “Moleque indigesto”, “História do Brasil”, “Linda morena”, “Isto é lá com Santo Antônio”, “Babo zeira”, “Chegou a hora da fogueira”, “Boa bola” e “Ahi, hein?”, com Paulo Valença, e “Teu cabelo não nega”, com os Irmãos Valença, além de “A…E…I…O…U…”, com Noel Rosa, e “Só dando com uma pedra nela” e “Ride palhaço”, que contaram com a participação do próprio Lamartine Babo. Ainda em 1958, gravou sozinho a marcha “Que coisa!”, parceria com José Saccomani e Gaúcho, e o samba “O que é que é”, de sua autoria Gaúcho e Morais. Em 1959, gravou com acompanhamento de orquestra e coro as marchas “Pra macaco vigiar”, de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, “Iaiá boneca”, de Hervê Cordovil e Ivani Soares, e “E a família, como vai?”, de sua parceria com José Saccomani.
Em 1960, gravou com acompanhamento de bandinha o maxixe “Louco por tuba”, parceria com Hervê Cordovil e Irvando Luiz, e com acompanhamento de orquestra, a “Valsa de aniversário”, parceria com Hervê Cordovil. No mesmo ano, gravou em dueto com Pimentinha, e com acompanhamento de orquestra e coro, as marchas “Mustafá”, de sua autoria, Léo Romano e Gaúcho, e “Tá louco seu”, parceria com Léo Romano e José Saccomani. Em 1961, gravou com Pimentinha e acompanhamento de conjunto e coro, as marchas “Esse cara me deve bem”, de sua autoria, Emílio Saccomani e José Saccomani, e “Três assovios”, parceria com Hervê Cordovil. Seus seguintes discos foram lançados dois anos depois, em janeiro de 1963, também em dueto com Pimentinha e acompanhamento de orquestra e coro, quando interpretou as marchas “Galo de ouro”, de sua autoria, Gaúcho e Emílio Saccomani, uma homenagem ao então campeão mundial de boxe na categoria peso galo, o brasileiro Éder Jofre, “Quem foi”, com Zezinho e Pimentinha, “De touca e chupeta”, de Hélio Sindô, José Saccomani e Pimentinha, e “Fantasia de toalha”, parceria com José Saccomani e Ercílio Consoni. Gravou em 1964 as marchas “Fiquitinho”, de José Saccomani, Pimentinha e Emílio, e “Para o mundo aí”, parceria com José Saccomani e Chaguinha.
Em 1995, foi homenageado no 22º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, SP recebendo a Medalha “Reginaldo Fortuna” concedida aos maiores destaques do humor na cultura do país. Em 2003, aos 97 anos, ainda se apresentou em espetáculo em homenagem ao “Dia do palhaço”, arrancando como sempre grandes quantidades de gargalhadas da platéia.
(Com Pimentinha)
(Com Pimentinha)
(Com Pimentinha)
(Com Pimentinha)
(Com Pimentinha)
(Com Lamartine Babo)
(Com Pimentinha)
(Com Pimentinha)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.