
Cantor. Compositor.
Fez parte da turma de Tio Faustino, um macumbeiro de grande prestígio no Rio de Janeiro dos anos 1930.
Participou do Conjunto Tupy, dirigido por J. B. de Carvalho, e formou com Herivelto Martins a Dupla Preto e Branco. Foi também parceiro de Luperce Miranda e de Herivelto Martins em algumas composições.
Estreou em disco solo em 1931 na Odeon gravando o samba “Bota o talher na mesa”, de sua autoria e a embolada “Mulata boa”, parceria com Luperce Miranda. No mesmo ano, gravou o samba “Sozinho” e a marcha “Não te deixarei”, ambas de Luperce Miranda, e os sambas “Periquito voou” e “Totoca”, parcerias suas com Luperce Miranda, contando com acompanhamentos de Tute ao violão e de Luperce Miranda ao bandolim. Ainda em 1931, foi contratado pela Victor, gravadora na qual estreou no mesmo ano gravando em conjunto com o Grupo da Guarda Velha e Zaíra de Oliveira a batucada “Já andei”, e a macumba “Que querê”, de autoria de Pixinguinha, Donga e João da Bahiana. Para o carnaval de 1932, gravou, ainda na Odeon, os sambas “Na Favela” e “Eu sou é bamba”, ambos de Getúlio Marinho, o Amor. Ainda em 1932, e na Odeon, gravou o samba “Convencida”, de João da Bahiana. Também no mesmo ano, gravou na Victor a batucada “Vi o pombo gemê”, e a macumba “Xou coringa”, ambas de João da Bahiana com acompanhamento do Grupo da Guarda Velha. Nessa época, conheceu Herivelto Martins com quem passou a fazer duetos muito apreciados no Conjunto Tupy.
Em 1933, durante as apresentações do Conjunto Tupy no Cine Odeon, o empresário Vicente Marzullo gostou muito de suas intervenções com Herivelto Maritins e resolveu contratá-los como a Dupla Preto e Branco. Ainda em 1933, gravou mais um disco solo na Victor interpretando as macumbas “Meus orixás”, de Gastão Viana, e “Quem tá de ronda”, de Príncipe Pretinho que fez bastante sucesso, mas cujo disco somente foi lançado dois anos depois da gravação. Gravou também em 1933, o samba “Pretinho de alma branca”, de Juvenal Lopes e Buci Moreira lançado da mesma forma dois anos depois.
Em 1934, gravou seu primeiro disco com Herivelto Martins na dupla Preto e Branco com os sambas “Quatro horas”, de sua parceria com Herivelto Martins, e “Preto e branco”, de Herivelto Martins. No mesmo ano, gravou com Herivelto Martins com a marcha “Vamos soltar balão”, de sua autoria e Herivelto Martins, e o samba “Como é belo”, de Gastão Viana e Pereira Filho. Em 1935, gravou um disco na Columbia com Herivelto Martins registrando as marchas “Um pouquinho só” e “Bela morena”, ambas de Príncipe Pretinho. Ainda no mesmo ano, gravou aquele que seria seu último disco já que faleceria pouco depois, registrando as marchas “Bronzeada”, de Moisés Friedman e Pedro Paraguassu, e “Passado, presente, futuro”, de sua autoria e Herivelto Martins.
Ao falecer, sua dupla Preto e Branco com Herivelto Martins era um grande sucesso. Deixou gravados 6 discos solos com nove músicas na Odeon e mais quatro com oito músicas na Victor além de quatro disco e oito músicas da dupla Preto e Branco e outras gravações com o Conjunto Tupy.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
VIEIRA, Jonas & NORBERTO, Natalício. Herivelto Martins: uma escola de samba. Rio de Janeiro: Ensaio, 1992.