Pierre Aderne

Iniciou a carreira artística tocando em bares na Espanha e Inglaterra, além do Rio de Janeiro, Brasília e João Pessoa. Morou na Paraíba por três anos, onde gravou uma fita demo com duas músicas próprias que fizeram sucesso nas noites do Nordeste, entre elas, “Garoto” e “Civil quer militar”. A volta para a capital do país, que fervilhava com o sucesso nacional de bandas como Legião Urbana e Capital Inicial, fez com que tentasse a sorte com sua demo na Rádio Brasília que tocava novos grupos. Nessa época formou com Dunga (baixo) e Mac Williams (bateria) a banda de rock Habeas Corpus. Difundida em Brasília, a banda tocava nos festivais, nos concertos e nas noites. A banda participou do espetáculo “Concerto Cabeças”, que a consagrou, logo depois a banda integrou o disco patrocinado pela Rádio Transamérica, com produção de Liminha. Gravado ao vivo e chamado de “Rock Brasília Explode Brasil”, o disco não emplacou como se esperava. Com o grupo, abriu shows do João Penca e Os Miquinhos Amestrados. Nos anos 90 o grupo se dissolveu e o compositor passou a se dedicar à carreira solo.

Em 1989 mudou-se para o Rio de Janeiro. Por essa época, Sandra de Sá o convidou para fazer algumas participações em seus shows. A afinidade com os músicos de sua geração renderam diversas parcerias com Paulinho Moska, Leoni, Dé, Lula Ribeiro, Torquato Mariano, Galli e Franco Cava são alguns deles.

Gravou um disco que não chegou a ser lançado pela EMI Music e outro pela PolyGran, que apesar de lançado não agradou ao compositor, por isso não trabalhou o disco. Criou o selo Go Records, pelo qual lançou diversos CDs com os hinos dos principais clubes de futebol do país. Os discos contaram com a participação de artistas famosos e ainda trouxeram composições de sua autoria, entre elas, “O rap das torcidas”, composta em parceria com Gabriel O Pensador. Fechou contrato com a Editora Abril Cultural e vendeu mais de 300 mil cópias dos CDs com os hinos encartados na Revista Placar. Criou outro projeto, desta vez, um single com os hinos originais dos clubes, vendidos em dia de clássico e encartados nos jornais diários do Rio e São Paulo, que vendeu cerca de dois milhões de cópias.

Foi para a Bahia e compôs com o Grupo Marreta a base do seu disco.

Em 2000, lançou o primeiro CD solo no qual interpretou composições próprias. Por essa época, criou o projeto que mais vendeu discos, cerca de 18 milhões de CDs em 24 volumes, intitulados “Cid Moreira lendo a Bíblia”.

Fundou o selo Panela Music em parceria com Eugênio Dale, com o qual lançou várias bandas de rock.

No ano de 2003, apresentou-se no “Projeto Segunda Intenções”, no Ballroom. Na ocasião lançou o CD “O Ovo” e foram apresentados diversos curtas-metragem (Pornografia, de Murilo Salles, O vôo das 10, de Maria Eduarda Mayrink, e Verdade ou conseqüência, de Aleques Eiterer) selecionados pelo cineasta Murilo Salles, com quem Pierre Aderne havia trabalhado quando compôs “Cosme e Damião”, um dos temas da trilha sonora do filme “Seja o que Deus quiser”.

Idealizou e co-produziu, com Marcela Linhares, o espetáculo “Tributo ao Japão”, realizado no Teatro João Caetano (RJ). O show teve participação de Joyce, João Donato, Roberto Menescal, Paula Morelenbaum, Wanda Sá, Zé Renato e outros artistas.

Em 2005 lançou o CD “Casa de praia”. O disco teve 11 faixas, todas inspiradas nas riquezas do litoral carioca e contou com participações de Dadi, Domenico Lancellotti e Rodrigo Maranhão.

Dois anos depois, o cantor lançou “Alto Mar”. Mantendo a temática e as parcerias do trabalho anterior, o CD conta com as faixas “Maria da feira”, “Torta de maçã”, “Mina do condomínio (com Seu Jorge) e “João e a sereia”, entre outras.

Em 2011, gravou o CD “Água doce”, trabalho com o qual fechou o projeto “Trilogia das águas”. Produzido em Nova Iorque (por Brian Cullman e Hector Castillo), o disco teve as participações de Madeleine Peyroux, Cuca Roseta e Alexia Bomtempo.

No mesmo ano, mudou-se para Lisboa, a fim de gravar um documentário sobre as relações musicais entre Brasil, Portugal e África. Esses encontros acabaram gerando duetos e parcerias musicais que culminaram no lançamento, em 2012, de “Bem me quer, mar me quer”, trabalho em que o autor mistura vozes e ritmos diferentes.

Dois anos depois, em 2014, gravou o disco “Caboclo”, que contou com algumas releituras de clássicos portugueses e participações de Madeleine Peyroux (em uma música inédita), Melody Gardot e Tito Paris e colaborações de Baden Powell, Vinícius Cantuária, Kenny Wollesen, Dan Rieser, Chuck Staab e Eivind Opswik. No mesmo ano, voltou ao Rio de Janeiro para gravar o clip da faixa “Fado do ladrão enamorado”, que ganhou nova roupagem e foi transformado no que o próprio intérprete escolheu chamar de “sambete”.

Em 2017, lançou o disco “Da janela de Inês”, composto por 11 faixas: “A mulher mais bonita do mundo”, “Carta em branco”, “Cabelos de lua preta”, “Com o sol virado para a lua”, “Onde não tivesse tecto”, “Ela era linda”, “Tu não sabes o que é o amor”, “A idade do tempo”, “Três dias”, “Até o sol sair” e “O fim de semana do fim”. Lançado em Portugal pela Sony Music portuguesa, o disco nasceu de textos em prosa, fragmentos de um livro inacabado, e mais tarde musicados por Leo Minax. O trabalho foi também lançado no mercado fonográfico japonês, pelo selo Rip Curl Recordings.