
Compositora. Cavaquinista.
Autodidata no seu instrumento – o cavaquinho. Teve como maiores influências e referências os mestres Canhoto e Jonas Pereira da Silva (do conjunto Época de Ouro). Começou aprendendo violão com o avô materno José de Queiroz Baptista, aos seis anos, passando, aos nove, a estudar piano e teoria musical com a professora da escola clássica, Maria Alice Salles, de quem foi aluna por cinco anos.
Profissional do cavaquinho desde 1976, consolidou sua carreira tocando choro.
Casada com o poeta e letrista Paulo César Pinheiro com quem tem uma filha, Ana Rabello, também cavaquinista e um filho, o violonista e compositor Julião Pinheiro.
Irmã da cantora Amélia Rabello e do violonista e compositor Raphael Rabello (falecido).
No ano 2000 com Maurício Carrilho (violão) e o bandolinista Pedro Aragão, fundou a Escola Portátil de Música (EPM), projeto que também aglutinou mestre do choro como Álvaro Carrilho (flauta) e Paulo Aragão (violão) no Sesc de Ramos para o ensino de choro, fomentando novos grupos e novos instrumentistas no gênero. Neste mesmo ano, com Maurício Carrilho, criou a gravadora Acari Records, a primeira gravadora brasileira especializada em choro e pela qual lançaram diversos disco do gênero, entre os quais o disco do flautista Álvaro Carrilho (pai de Maurício Carrilho), a caixa com 15 CDs da coleção “Princípios do Choro” e uma caixa com cinco CDs contendo boa parte da obra do flautista Joaquim Callado.
Em 2006 musicou a peça teatral “Besouro, Cordão de Ouro”, de Paulo César Pinheiro, estreada em dezembro deste mesmo ano no Centro Cultural Banco do Brasil e logo depois encenada na Casa França-Brasil.
No ano de 2007, junto ao violonista Maurício Carrilho, e pela gravadora Acari Records, lançou a caixa “Choro carioca – Música do Brasil” com nove CDs abordando a obra de 74 chorões de todo o país e trazendo composições inéditas do avô do maestro Villa-Lobos, do pai de Radamés Gnattali e de Alfredo Vianna, pai de Pixinguinha, tudo isso fruto de uma pesquisa intitulada “Inventário do repertório do choro”, projeto desenvolvido por Maurício Carrilho e Anna Paes (violonista e pesquisadora) com bolsa da Fundação RioArte, revelando mais de oito mil obras de compositores do gênero entre os anos de 1870 e 1920, a maioria inédita, destacando-se entre os compositores Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros, Carramona, Irineu de Almeida, Joaquim Callado, Mário Álvares, Felisberto Marques, Carlos Gomes, Villa-Lobos, Francisco Mignone, Alexandre Levy e Chiquinha Gonzaga.
Iniciou carreira artística em 1976, aos 15 anos, no histórico conjunto Os Carioquinhas, considerado um dos mais importantes de sua geração. Neste grupo, também se profissionalizaram seu irmão Raphael Rabello, o violonista Maurício Carrilho e o pandeirista Celsinho Silva.
Em 1977, lançou com o grupo o LP “Os Carioquinhas no choro”, pela gravadora Som Livre. No ano seguinte, viajou pelo Japão com parte do grupo, onde tocou choro durante a comemoração dos 70 anos de imigração japonesa no Brasil.
No ano de 1979 foi convidada pelo bandolinista Joel Nascimento a integrar o grupo formado por ele, para tocar a “Suíte retarato”, de Radamés Gnattali. Com esse mesmo grupo gravou o LP “Tributo a Jacob do Bandolim”, disco de Joel Nascimento lançado pela gravadora WEA no ano de 1980.
Em 1980, acompanhou como solista os shows do violonista Toquinho pela Itália, França e Suíça. Apresentou-se em casas como o Teatro Sistina, em Roma, e o Olympia, em Paris. Sua participação foi aclamada pela crítica e pelo público daqueles países, sendo convidada a retornar em 1982, em show do mesmo artista. A partir de então, passou a ser o cavaquinho preferido de vários músicos, entre os quais Maurício Carrilho, Cristóvão Bastos, Francis Hime e Radamés Gnattali (que lhe dedicou a peça “Variações sem tema”, para cavaquinho e piano).
Participou também de discos e shows de Paulinho da Viola, Francis Hime, Chico Buarque, Elton Medeiros, Elizeth Cardoso, Nana Caymmi, Nara Leão, Baden Powell, Altamiro Carrilho, Copinha, Amélia Rabello, Cristina Buarque, João Nogueira, entre outros. Também compositora de choros, sambas, valsas e canções, desenvolveu seu talento em parcerias com Raphael Rabello, Cristóvão Bastos e Paulo César Pinheiro.
De Canhoto, cavaquinista do lendário Regional de Benedito Lacerda, recebeu a bênção de “Legítima sucessora”.
Lançou seu primeiro disco solo em 2000. No CD, gravou 12 músicas inéditas, sendo oito de sua autoria e outras quatro dedicadas a ela por diversos compositores. Participaram do CD os músicos Maurício Carrilho, Cristóvão Bastos, João Lyra, Celsinho Silva e Jorginho do Pandeiro.
Em 2001 foi uma das mais atuantes cavaquinista do “Festival Chorando no Rio”, festival patrocinado pelo MIS (Museu da Imagem e do Som) e transmitido para todo o Brasil pela TVE, com apresentação e roteiro de Ricardo Cravo Albin.
Durante o ano de 2002, através de seu selo Acari Records (especializado em choro), foram lançados vários CDs, dentre eles “Amélia Rabello e Raphael Rabello”.
Em 2014 lançou, pelo selo Acari Records, seu segundo CD “Candeia Branca”, com 14 faixas autorais, sendo 13 em parceria com seu marido, o poeta Paulo César Pinheiro.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso – Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.