1.001
Nome Artístico
Péricles Cavalcanti
Nome verdadeiro
Péricles da Rocha Cavalcanti
Data de nascimento
1/1947
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Cantor. Instrumentista. Escritor.

Toca violão e teclados.

Filho de mãe baiana com pai pernambucano, nasceu no Rio de Janeiro no subúrbio do Engenho Novo, mas passou a infância em São Paulo.

Entre 1967 e 1969 estudou Filosofia na USP. Transferiu-se para Paris em 1969 retornando ao Brasil em 1971.

Em 1998 publicou na revista “O Carioca” o ensaio “Lascas filosóficas”, no qual fez algumas releituras de Eric Satie, Marshall McLuhan, Antônio Cícero, Platão, Bach, Nietzsche, Schopenhauer e Kant.

Dados artísticos

Apareceu inicialmento no ano de 1971, quando participou como intérprete da trilha sonora do filme “Copacabana, mon amour”, de Rogério Sganzerla, trilha composta por Gilberto Gil, que na época, estava no exílio em Londres.

No ano de 1973 compôs “Quem nasceu”, sua primeira música, gravada neste mesmo ano por Gal Costa.

Em 1982 fez a trilha sonora do espetáculo “A farra da terra”, do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone (Hamilton Vaz Pereira, Regina Casé e Luís Fernando Guimarães), lançada em LP pela PolyGran no mesmo ano, do qual se destacaram as faixas “A luna e a Lena” e “Heavy metal”.

Em 1984, pela gravadora EMI, Carlos Mendes lançou o LP “Ímã”. No disco foi incluída “Velhicidade” (Carlos Mendes e Péricles Cavalcanti) que contou com a participação especial de Caetano Veloso. Sua composição de maior sucesso é “Elegia”, na qual musicou os versos “Elegy: going to bed” do poeta metafísico inglês John Donne (1572-1631), traduzido e adaptado pelo poeta concretista Augusto de Campos. Inicialmente, a composição foi gravada, com sucesso, por Caetano Veloso. Logo depois, foi regravada, também com sucesso, por Simone.

No ano de 1991 lançou o disco “Canções”, no qual incluiu várias composições de sua autoria: “Dos prazeres das canções”, “Tudo sobre Eva” e “Sem drama” e ainda “Nuvoleta”, música sobre fragmentos do livro “Finnegans Wake”, do escritor irlandês James Joyce, também com tradução de Augusto de Campos. No disco, ainda interpretou “Ode primitiva” (c/ Haroldo de Campos) baseada no livro “Galáxia”, do também poeta concretista. O CD, lançado na Alemanha e Canadá, ainda contou com a participação de Caetano Veloso na faixa “Meu bolero” e de Lulu Santos na música “Blues da passagem”, ambas de autoria de Péricles Cavalcanti. Recebeu neste mesmo ano o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) de “Melhor Compositor” pelo disco “Canções”. No ano seguinte fez turnê por 11 cidades da Alemanha (Berlim, Hamburgo, Frankfurt e Colônia, entre outras) divulgando o disco.

Em 1993, participou do projeto multimídia (LP, CD e fita de videocassete) “Nome”, de Arnaldo Antunes, no qual foram incluídas duas parcerias de ambos: “Imagem” e “Entre”. No mesmo ano, compôs a trilha sonora para “Ham-let”, de Shakespeare. O espetáculo, com direção de José Celso Martinez, foi encenado pelo grupo Oficina.

Um de seus maiores sucesso é “Negro amor”, versão para música de Bob Dylan, composta em parceria com Caetano Veloso.

Compôs, fez arranjos e a produção da trilha musical do longa-metragem “Mil e uma”, de Suzana de Moraes, em 1994.

Em 1995 lançou o CD “Sobre as ondas”, pelo Selo Radical Records, da gravadora EMI Odeon. No ano seguinte, pelo Selo Cine Natasha, da BMG, lançou o disco “Mil e uma”.

Em 1997, fez a trilha musical e o arranjo de “Duas águas”, especial da TV Cultura dirigido por Cristina Fonseca sobre o poeta João Cabral de Mello Neto. Compôs a trilha musical do longa-metragem “Mil e uma”. Outro grande sucesso de sua autoria é “Eu queria ser Cássia Eller”, gravada pela própria.

Em 1998, em uma compilação feita por David Byrne para o mercado norte-americano, “Beleza tropical 2”, foi incluída a sua composição “Imagem”, em parceria com Arnaldo Antunes. No ano seguinte “Eassimserá” foi incluída na coletânea “A trip to Brazil – volume 2”, organizada por Arnaldo DeSouteiro para o selo EmArcyRecords, da Universal Music GmbH, na Alemanha.

Em 2000, pela gravadora Trama, lançou “Baião metafísico”. No mesmo ano, compôs e fez a produção musical para “Quem é Bardi”, especial para a televisão sobre Pietro Maria Bardi, dirigido por José Roberto Aguilar para a TV Cultura. No ano seguinte, fez a direção musical da remontagem para a gravação de “Ham-let” em DVD.

No ano de 2002 compôs a trilha sonora para “O pranto de Maria Parda”, de Gil Vicente, com o grupo Os Satyros, dirigido por Rodolfo Garcia Vasquez.

Em 2004 lançou o CD duplo “Blues 55”. Segundo Lídia Chaib, este trabalho apresenta repertórios e tratamentos musicais distintos em cada disco. Em “Blues” predominam os arranjos leves para instrumentos eletroacústicos com algumas influências jazzísticas, e em “55”, arranjos mais fortemente percussivos, com programações e timbres eletrônicos.

Do disco “Blues” (o mais pop) e do “55” (o mais experimental) destacaram-se as faixas “Nossa Bagdá”, “É pra sambar”, “Vitamina do samba”, “Ivesswing e Ivesswing plus”, “Um abraço no Thelonious”, “A luna e a Lena”, “Heavy metal”, “Rebolero”, “Bossa nova”, “Blues”, “Medo de amar 3”, “Será o amor” e “Dançando”.

No ano de 2005 apresentou o show “Blues 55”, no Espaço Allegro Bistrô Modern Sound, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Na ocasião, contou com a participação especial do filho Leo Cavalcanti na percussão e no back-vocal.

Em 2007 lançou o CD “O rei da cultura”, pelo Selo DeleDela, disco no qual gravou 17 faixas, sendo 14 inéditas, entre as quais “Samba do eterno retorno”, “Perguntaram a Stravinski”, “Monkiana”, “O rei da cultura”, “Mae West” e “Porto Alegre”, além de regravar “Eva e eu” (c/ Arnaldo Antunes), “Sou sua” e “Quem parte fica”. O disco foi lançado em show homônimo no Centro Cultural Carioca, no centro do Rio de Janeiro.

Entre seus vários intérpretes destacam-se Caetano Veloso na composição “Blues”, incluída no disco “Outras palavras” e ainda “Elegia”, Arnaldo Antunes, Lulu Santos (Festa do prazer), Arrigo Barnabé, Fafá de Belém, Tetê Espíndola, Adriana Calcanhoto (Mais um bolero), Gal Costa (Clariô e O céu e o som), Cássia Eller (Eu queria ser Cássia Eller) e Simone (Elegia).

Discografias
2007 Selo DeleDela CD O rei da cultura
2004 CD Blues 55
2000 Trama CD Baião metafísico
1996 BMG CD Mil e uma

Selo Cine Natasha

1995 EMI Odeon CD Sobre as ondas

Selo Radical Records

1993 RCA CD Nome

(participação)

1991 PolyGram LP Canções
Obras
Blues
Blues da passagem
Canto maneiro
Clariô
Dos prazeres das canções
Eassimserá
Elegia (c/ Augusto de Campos, a partir de poema de John Donne)
Entre (c/ Arnaldo Antunes)
Eu queria ser Cássia Eller
Eva e eu (c/ Arnaldo Antunes)
Falei, falou (c/ Carlos Mendes)
Farol da Jamaica
Festa do prazer
Imagem (c/ Arnaldo Antunes)
Mae West
Mais um bolero
Meu bolero
Monkiana
Música, por quê?
Negro amor (Versão de composição de Bob Dylan: c/ Caetano Veloso)
Nuvoleta (c/ Augusto de Campos, a partir de fragmentos de Finnegan's wake de James Joyce)
O céu e o som
O rei da cultura
Ode primitiva (c/ Haroldo de Campos)
Perguntaram a Stravinski
Porto Alegre
Quem nasceu?
Quem parte fica
Samba do eterno retorno
Sem drama
Sonho proteína
Sou sua
Tudo sobre Eva
Velhicidade (c/ Carlos Mendes)
Shows
Blues 55. Allegro Bistrô Modern Sound. RJ.
Show O rei da cultura. Centro Cultural Carioca. RJ.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

CALADO, Carlos. Tropicália – A história de uma revolução musical. São Paulo: Editora 34, 1997.

PERRONE, Charles A . Letras e letras da música popular brasileira (Trad. de José Luiz Paulo Machado). Rio de Janeiro: Elo Editora e Distribuidora Ltda, 1988.