
Ator. Comediante. Cantor. Compositor.
Começou a trabalhar com 11 anos de idade, devido à morte de seu pai, empregando-se como boy no Hotel Meridional em Salvador. O nome artístico Zé Trindade surgiu como disfarce, porque na época o artista morava com uma tia rica que não via com bons olhos que o sobrinho seguisse a carreira artística.
Por insistência do músico e amigo Antônio Maltez, foi assistir aos programas da Rádio Sociedade da Bahia, onde foi convidado para dirigir uma versão de um programa da Rádio Mayrink Veiga, com o título de “Teatro pelos ares”. No dia da estréia do programa, o ator que faria o papel cômico faltou e Zé Trindade teve de substituí-lo. Ali teve início sua carreira de cômico. Passou a apresentar o papel de um bêbado nesse programa na Rádio Sociedade da Bahia. Em 1937, foi para o Rio de Janeiro, trabalhar na Rádio Mayrink Veiga. Posteriormente, integrou o elenco da Rádio Nacional. Em 1947, estreou no cinema, fazendo uma ponta no filme “O malandro e a grã-fina”, de Luís Barros. Ao todo, trabalhou em 35 filmes ao longo da carreira. Em 1954, fez sua estréia em discos, gravando pela Odeon as marchas “Só mamãe votou em mim”, de Orlando Trindade e João Correia da Silva, e “Frichilin”, de Luís Antônio e Orlando Trindade. Em 1955, gravou na Odeon a rancheira “Seu Gregório”, de Buci Moreira e Arnô Canegal, e o coco “Peixe de coco”, de Avarese e Osvaldo Trindade. No mesmo ano gravou na Polydor as marchas “Pega ladrão”, de Raul Sampaio, Francisco Anysio e João Correia, e “Pro santo não”, de Altamir Gonçalves, Orlando Trindade e M. Fernandez. Em 1956, gravou na Colúmbia a “Quadrilha na roça”, de sua autoria, e a marcha “Taca fogo” , parceria com Xerém. Em 1957, gravou na Colúmbia as marchas “Marcha do capacho”, de V. de Abreu e Nássara, e “Tô abilolado”, de Francisco Reis, João Correia da Silva e Samuel Rocha. No mesmo ano gravou “Quadrilha no escuro”, de sua autoria, e a rancheira “Festança boa”, de parceria com Jair Amorim. Ainda no mesmo ano, atuou no filme “Rico ri à toa”, dirigido por Roberto Farias. Em 1958, atuou no filme “Massagista de madame”, dirigido por Victor Lima. Em 1959, gravou de sua autoria e Elias Soares a marcha “O negócio é perguntar pela Maria”, o dobrado “Leilão na roça”, de sua autoria, e “Quadrilha francesa”, em parceria com Roberto Silveira. Em 1960, gravou as marchas “Vem pro papai” e “Olhar de jacaré”, ambas de sua parceria com Carlos Marques. Em 1961, gravou as marchas “Só não bebo leite”, de sua parceria com William Duba, e “Eu quero é remelexo”, de Otolindo Lopes e Arnô Provenzano. Em 1962, gravou na CBS “Dá pra quebrar o galho”, de sua autoria, e “Alô, bicudo”, de sua autoria e Enedino Silva. Em 1963, gravou “As filhas do seu Malaquias”, de sua autoria e Niquinho, e “Hoje à noite tem”, de Ari Monteiro e João Silva. No mesmo ano gravou a “Marcha do divórcio” e “Tem que rebolar”, ambas de sua autoria e Valdir Ferreira. Em 1987, fez sua última aparição no cinema, no filme “Um trem para as estrelas”, de Cacá Diegues. Na TV trabalhou, entre outros, nos programas “Balança, mas não cai” e “Chico Anysio show”. Em 2013, foi homenageado com o musical “Zé Trindade: A última chanchada”, escrita por Artur Xexéo, dirigida por João Fonseca e estrelada por Paulo Mathias Jr, tendo sido apresentado no Centro Cultural Correios.