Cantora. Compositora.
Nasceu no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Criada na Comunidade da Rocinha. Morou também na Gávea.
Seus pais eram Senegaleses.
Trabalhou como empregada doméstica em Copacabana. Na ocasião, viu uma marca de roupa com seu nome e decidiu criar o pseudônimo Geovana.
Trabalhou também como recicladora, cozinheira e segurança particular por causa de seu porte físico.
No ano 2000 transferiu-se para o centro de São Paulo, perto da Avenida São João.
No ano de 2024 voltou aos estudos frequentando um projeto de alfabetização de jovens e adultos.
Em 2025 foram iniciadas as gravações de um documentário sobre sua vida e carreira, com roteiro e direção de Camilo Árabe e direção musical de Guilherme Lacerda, integrantes do coletivo paulistano Sindicato do Samba.
Apareceu inicialmente na “Bienal do Samba de São Paulo” no ano de 1969, quando defendeu o samba “Pisa nesse chão com força”, o que lhe valeu o epíteto de “Deusa Negra do Samba-Rock” na ocasião, título assim comentado por ela em entrevistas:
“Não sou Deusa e, do rock muito menos! Fui aceitando. Se gostam de me chamar desse jeito, vou ligar? Nada contra, mas me deixa sem graça.”
Em 1975 lançou, pela gravadora BMG, o LP “Quem Tem Carinho me Leva”. Neste disco, produzido por Rildo Hora, foram incluídos afros-sambas como “Pisa nesse chão com força”, “Taturuê”, “Maitá”, “Nos braços do dia” e “Rosa do morro”, muitos deles, regravados por Clara Nunes e Jair Rodrigues. O LP ainda contou com três arranjos do pianista Luiz Eça.
No ano de 1985 o grupo Fundo de Quintal gravou, com grande sucesso, o samba “Ô Irene”, parceria com Beto Sem Braço. Três anos depois, em 1988 lançou o disco “Canto Pra Qualquer Cantar”.
Em 2003 a BMG relançou em CD o disco “Quem Tem Carinho me Leva”, trazendo duas faixas-bônus. No ano seguinte, em 2004, acompanhada pelo grupo Samburbano, integrado por Gustavo Martins (violão), Israel Meirelles (gaita), Paulinho Athayde (cavaquinho), Nilson Athayde (voz), Netinho e Caco (percussão), apresentou-se no Bar Café Cultural Sacrilégio, na Lapa.
No ano de 2007 apresentou o show “Senhora Dona dos Tempos” no Sesc Santana, em São Paulo, no Centro Cultural Memórias do Rio, no Rio de Janeiro, no qual interpretou vários de suas composições, entre as quais “Amor dos outros”, “Ô menina” e “Diamante”.
Em 2020 retomou a carreira fonográfica como CD “Brilha Sol”, em campanha de financiamento coletivo empreendida pelo escritor e cineasta Camilo Árabe e o músico e produtor musical Guilherme Lacerda, ambos do Coletivo Sindicado do Samba.
No ano de 2024, contemplada pelo Edital da Funarte “Retomada”, lançou nas plataformas digitais quatro EPs com suas composições “Bons tempos”, “Dia da Consciência Negra”, “Diamante” e “Jaboticaba”. Neste mesmo ano, de 2024, junto ao rapper carioca MV Bill, lançou o EP “Não ando só”, que dividiu a parceria na composição e na interpretação do trabalho.
Em 2025 seu LP “Quem Tem Carinho Me Leva”, de 1975, ganhou uma nova prensagem, sendo reeditado em vinil.
O seu maior sucesso é a composição “Ô Irene”, parceria com Beto Sem Braço, e gravada inicialmente em 1985 pelo grupo Fundo de Quintal, cantada nas rodas de samba por todo o país. A composição também seria regravada por Reinaldo, grupo Revelação e grupo Jeito Moleque.
Entre os vários intérpretes de suas composições destacam-se Martinho da Vila (“Diamante”), Almir Guineto, Dóris Monteiro, Jair Rodrigues, Clara Nunes (“Rosa 25”), Eliana Pittman, Roberto Ribeiro, Elson do Forrogode, Dhema e grupo Fundo de Quintal que também gravou “Lã do meu cobertô”, parceria sua com Beto Sem Braço.
c/ MV BILL
(bônus)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.