
Compositor. Produtor de Rádio e Televisão. Agente cultural. Advogado paulista, teve intensa participação na luta pelos direitos autorais. Em 1939, trabalhou no departamento de compositores da Sbat. Na Sbacem, onde foi admitido como sócio em 1943, desempenhou vários cargos. Foi superintendente para os estados do Sul, criou o conselho deliberativo e foi diretor da entidade, em 1957. Integrou a diretoria da TV Tupi entre os anos de 1960 e 1990. Foi Secretário de Turismo de São Paulo, quando inaugurou o Sambódromo de São Paulo. Participou de vários congressos no Brasil e no exterior, discutindo a questão dos direitos autorais. Em 1968, fundou a TV Aratu, na Bahia. No ano de 1974 assumiu o cargo de diretor-geral da rede de emissoras dos Diários Associados, na Bahia e Sergipe. Foi membro do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), sendo, posteriormente, um dos fundadores do PTN. Foi candidato à deputado federal e, ao Senado. Foi casado por 30 anos com a Professora Thereza Fernandes Barbosa, ex-secretária de cultura de Petrópolis.
Em 1938, conheceu o compositor Freire Júnior, que lhe apresentou a várias pessoas do meio artístico. Logo, estaria compondo suas primeiras parcerias. Começou a ter composições gravadas na década de 1940. No ano de 1943, estreou lançando o samba “Não tenho queixa”, em parceria com Ismael Silva, gravada por Nélson Gonçalves. No ano seguinte, compôs o samba “Não minto”, parceria com Kid Pepe, gravado por Orlando Silva. Em 1946, fez com Sadi Cabral o choro “Ciúmes” gravado na Continental por Rubens Peniche. No ano seguinte, o grupo vocal Vagalumes do Luar gravou na Continental a batucada “Pobre vive de teimoso”, com Murilo Caldas. Em 1948, o choro “Ciúmes” foi regravado por Chucho Martinez. A partir da década de 1950, começou a composr em parceria com Victor Simon. Teve duas parcerias com Victor Simon lançadas na Odeon em 1951: a toada “Adeus pernambuco”, na voz de Jorge Fernandes, e a toada “Pará parou”, na voz dos Titulares do Ritmo. Teve ainda o samba “Distante de ti” gravado por Homero Marques na Elite Special, e o samba “Eu não posso viver sem mulher”, com Victor Simon, lançado pelos Ases do Ritmo, no selo Carnaval. No ano seguinte o choro “Choro no ar” foi registrado por Salvador Viola e seu conjunto, na Odeon. Ainda em 1952, o samba “Último tostão”, com Victor Simon foi gravado na RCA Victor pelo grupo Os Cariocas, e o samba-canção “Não digas nada”, com Victor Simon foi gravado na Sinter pelo cantor paulista Mauricy Moura. Em 1953, a valsa “Guarujá”, com Victor Simon foi lançada por Orlando Ribeiro, o samba-canção “Fume um cigarro”, também com Victor Simon, foi gravado pela cantora Joana DArc, na Odeon, e o bolero “Mais do que eu”, com Ubaldo Silva, foi registrado por Heleninha Costa na RCA Victor. Ainda nesse ano, a toada “Sodade matadera”, com Manezinho Araújo foi lançada pelos Titulares do Ritmo, e o samba “Falso patriota”, com Victor Simon, foi registrado por Geraldo Pereira, ambos na RCA Victor, além da marcha “Não aguento essa mulher”, com Manezinho Araújo gravada por Blecaute na Continental, e o baião “Rebeca”, com Victor Simon registrada por Aloísio e Seu Conjunto pela gravadora Copacabana. Em 1954, o samba “Fume um cigarro”, com Victor Simon foi regravado em dueto por Nelson Gonçalves e Linda Batista na RCA Victor, e o samba “Jogado fora”, com Manezinho Araújo e E. Mendonça, foi lançado pela gravadora Copacabana na voz de Orlando Silva. Teve também o samba “Respeito”, parceria com Paciência lançado por Leni Caldeira, a marcha “Eu tenho uma nega”, parceria com Gomes Cardim e Manezinho Araújo, lançada pela gravadora Copacabana na voz de Jorge Veiga, além da marcha “Isto é papel, João?”, parceria com Carlos Galindo, registrada por Aracy de Almeida pela Continental.
Em 1955, o baião “Cantarolando”, com Jucata foi gravado por Maria Odila, na Odeon, ao acordeom; Aracy de Almeida gravou na Continental o samba “Já fui areia”, com Victor Simon, o samba-canção “Fume um cigarro”, com Victor Simon foi gravado por Nozinho e Sua Música, e a toada “Até as pedras se encontram”, com Victor Simon foi registrada pelo Trio Marabá, ambos pela Copacabana. Em 1956, teve a marcha “Natal…Natal…”, com Manezinho Araújo gravada por Neusa Maria, na Sinter, e a marcha “Aquele beijo”, com Júlio Rosenberg lançada por Mário Gil na RGE.
Em 2000, no CD “Sambas da minha terra – Samba de breque/Gafieira”, com gravações de vários Intérpretes, lançado pela BMG, teve incluído o samba “Falso patriota”, com Victor Simon, na voz de Geraldo Pereira. Com mais de vinte composições gravadas, entre sambas, marchas, choros e outros ritmos, fez parcerias com Manezinho Araújo e Sadi Cabral, entre outros, sendo seu pruincipal parceiro o carioca Victor Simon com quem compôs seu maior sucesso, o samba-canção “Fume um cigarro”. Foi um marco para as telecomunicações brasileiras. Na década de 1980, ajudou a trazer TV por assinatura e o vídeo cassete para o Brasil. Atuou ainda nas TVs Manchete, Excelsior, Itapoã e TV Rio, onde sempre esteve em cargos de diretor devido à sua habilidade de orquestrar e desenvolver grandes projetos. Nos anos 1990, tentou junto ao governo Collor-Itamar Franco evitar o fim da TV Manchete. Teve músicas gravadas pelo Trio Marabá, Nelson Gonçalves, Geraldo Pereira, Aracy de Almeida, Rubens Peniche, Homero Marques e outros.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.