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Nome Artístico
Tute
Nome verdadeiro
Artur de Souza Nascimento
Data de nascimento
1/7/1886
Local de nascimento
Rio de Janeiro
Data de morte
15/6/1957
Local de morte
Rio de Janeiro
Dados biográficos

Violonista de seis e sete cordas. Bandolinista. Banjoista. Executante de bombo e pratos.

Começou muito jovem sua carreira na banda do Corpo de Bombeiros sob a regência de Anacleto de Medeiros, como executante de bombo e pratos. Foi freqüentador assíduo da casa de Pixinguinha, de quem esteve ao lado desde as primeiras gravações como solista de flauta.

Dados artísticos

Teve intensa presença na vida musical carioca do in´cidio do século XX até sua morte em 1951 convivendo com grandes músicos da época como Pixinguinha, Donga, João da Bahiana e outros. Primeiro dos grandes violonistas acompanhadores do choro, foi o introdutor do violão de sete cordas (a sétima corda afinada em dó) nos conjuntos de choro e regionais dos quais fazia parte. Seu estilo marcado de execução criou os fundamentos básicos deste tipo de acompanhamento, que foi posteriormente redimensionado pelo violonista Dino Sete Cordas. Foi membro da famosa Bando do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro com a qual fez várias gravações. Também atuou no Grupo Chiquinha Gonzaga gravando alguns disco na Odeon e na Columbia. Do grupo faziam parte ainda a maestrina Chiquinha Gonzaga no piano; Antônio Maria Passos na faluta e Nelson dos Santos Alves no cavaquinho.

Integrou a Orquestra do Teatro Rio Branco, dirigida por Paulino Sacramento, sendo responsável pela iniciação profissional de Pixinguinha – então com 15 anos de idade – ao indicá-lo para substituir Antonio Maria Passos, flautista efetivo da Orquestra. Violonista seguro, foi muito requisitado para gravações, tendo participado dos grupos Gente Boa, Grupo de Velha Guarda, Os Cinco Companheiros e Orquestra Copacabana.

Em 1928 gravou ao violão acompanhado de João Martins no bandolim o choro “Que ursada”, de Caninha, na gravadora Odeon. Em 1930, acompanhhou ao violão com Luperce Miranda ao bandolim ao cantor Francisco Alves nas gravações das modinhas “Talento e formosura”, de Edmundo Otávio Ferreira e Catulo da Paixão Cearense e “Bem-te-vi”, de Melo Morais. Em 1931, acompanhou novamente ao violão e com Luperce Miranda ao bandolim o cantor Francisco Alves na gravação do samba-modinha “O nosso amor se acabou”, de J. Aimberê; a canção “Lua nova”, de Francisco Alves e Luiz Iglesias e o samba “Sozinho” e a marcha “Não te deixarei”, de Luperce Miranda. No mesmo ano gravou ao violão com Luperce Miranda no bandolim e Luiz Americano no saxofone, em disco que saiu apenas como de Luiz Americano, o choro “É do que há!” e a valsa “Lágrimas de vigem”, ambas de Luiz Americano. Com Luperce Miranda ao bandolim e cavaquinho e Meira num segundo violão gravou a rancheira “Bela gaúcha” e a valsa “Caprichos”, ambas de Luperce Miranda. Em 1932, acompanhou com Luperce Miranda as gravações da valsa “Ao luar” e do choro “Assim mesmo”, gravadas pelo autor Luiz Americano que tocou saxofone.

Entre os anos de 1929 e 1945 foi companheiro de Luperce Miranda (bandolim) na Rádio Mayrink Veiga e Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Também com Luperce, acompanhou Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e um casal de bailarinos a Buenos Aires, em 1931. Participou de inúmeras gravações históricas para a MPB, até mesmo como acompanhante dos momentos iniciais de Orlando Silva, a partir de 1935. Luperce o chamava de violonista “pé-de-boi”, ou seja, aquele que deixava qualquer solista seguro.

Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

VASCONCELOS, Ary. A nova música da República Velha. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1985.