5.002
Nome Artístico
Quincas Laranjeiras
Nome verdadeiro
Joaquim Francisco dos Santos
Data de nascimento
8/12/1873
Local de nascimento
Olinda, PE
Data de morte
3/2/1935
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Violonista. Compositor.

Filho de José Francisco dos Santos e de Flausina Maria dos Santos, veio para o Rio de Janeiro com apenas seis meses de idade. Seu pai era carpinteiro de profissão, embora gozasse fama de bom violeiro.

Com 11 anos, foi trabalhar na Fábrica de Tecidos Aliança, em Laranjeiras, bairro onde morava desde sua chegada à cidade. Daí a origem de seu apelido. Iniciou seus estudos musicais com João Elias, professor e regente da Banda da Fábrica, como estudante de flauta, passando em seguida ao violão. Em 1889, tornou-se funcionário da antiga Inspetoria de Higiene e Assistência, posteriormente Departamento Municipal de Assistência. Aposentou-se em 1925, sendo saudado por seu chefe pelos “bons serviços, prestados com zelo, dedicação e escrupulosa honestidade”. Em 1926 passou a residir na Rua Nascimento Silva, em Ipanema.

Dados artísticos

Freqüentava a Casa de Música Rabeca de Ouro, instalada na Rua da Carioca, onde travou conhecimento com os grandes violonistas da época. Junto a outros colegas do instrumento, colaborou para a fundação e organização da Estudantina Arcas, onde passou a lecionar violão. Destacou-se como violonista da orquestra da Estudantina Euterpe, formada à base de instrumentos de corda. Participou do grupo que se reunia no Cavaquinho de Ouro situado na atual Rua da Carioca, do qual faziam parte Heitor Villa-Lobos, Anacleto de Medeiros, Zé do Cavaquinho, Juca Kalut, João Pernambuco, Irineu de Almeida, entre outros. Foi uma das figuras de destaque da orquestra do Rancho Ameno Resedá. Além de acompanhador, foi solista do instrumento, tendo estudado e executado obras de Carcassi, Carulli, marcando uma atuação mais voltada para o violão clássico. Acredita-se que tenha sido o introdutor do ensino de violão por música no Rio de Janeiro, utilizando o Método de Dionísio Aguado. Posteriormente, foi um grande divulgador do método “A escola de Tárrega”. Dentre seus alunos, destacam-se Levino Albano da Conceição, José Augusto de Freitas e Antônio da Costa Rabello. Em 1928, passou a colaborar com a revista ” O Violão”, apresentando nos dois números iniciais arranjos para violão das obras “A casinha do meu bem” e “Casa de caboco”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto. Sua composição mais conhecida, a valsa “Dores dalma”, é um exemplo pioneiro na utilização do arraste – efeito resultante do deslizar de um dedo sobre a corda grave do violão – e que será popularmente conhecido com a interpretação de Dilermando Reis. Participou ao lado de Sátiro Bilhar, Chico Borges, Mário Cavaquinho, Irineu de Almeida, entre outros, da serenata em homenagem a Santos Dumont, organizada por Eduardo das Neves em 7 de setembro de 1903. Convidado por Catulo da Paixão Cearense, participou como seu acompanhador do concerto realizado no Instituto Nacional de Música, apresentando-se também como solista. Em sua casa na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, reunia alunos e amigos dentre os quais Patrício Teixeira, João Pernambuco e José Rebelo da Silva.

Obras
Andantino
Dores d'alma
Prelúdio em ré menor
Sabará
Sonhos que passam
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2001.