Cantora. Compositora.
Teve aulas de canto e violão
Em 1971, mudou-se com a família para Brasília.
Inicialmente assinava Zélia Cristina, depois mudou para o nome artístico Zélia Duncan.
Iniciou sua carreira profissional em 1981, apresentando-se na Sala Funarte, em Brasília, onde também trabalhava em casas noturnas.
Gravou, ainda assinando Zélia Cristina, um compacto simples pelo “Projeto Vitrine”, idealizado e coordenado por Maurício Tapajós, na gestão de Hermínio Belo de Carvalho na Funarte (Fundação Nacional de Artes).
Em 1987, voltou para o Rio de Janeiro, onde estudou teatro na CAL (Casa de Artes de Laranjeiras). Dois anos depois, realizou o show “Zélia Cristina no caos” na Casa de Cultura Laura Alvim e no Mistura Fina. Três anos depois, em 1990, gravou o seu primeiro disco, “Outra luz”, que teve participação especial de Luiz Melodia. O trabalho lhe valeu duas indicações ao “Prêmio Sharp”, nas categorias “Cantora Revelação” e “Melhor Cantora Pop-Rock”. Ainda nesse ano, fez turnê de shows em São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Brasília e Rio de Janeiro. No ano segunte, em 1991, foi convidada para se apresentar no hotel “Casa Brasil”, localizado nos Emirados Árabes, em Abu Dhabi, onde permaneceu por cinco meses, cantando diariamente. Participou, com Marco Pereira, da gravação do songbook de Dorival Caymmi, produzido por Almir Chediak.
No ano de 1994 lançou o CD “Zélia Duncan”, incluído na lista dos “Melhores Álbuns Latinos”, da revista americana “Bilboard” e contemplado com “Disco de Ouro” pela vendagem de 100.000 cópias. A faixa “Nos lençóis desse reggae” fez parte da trilha sonora da série “Confissões de adolescente” (TVE) e a faixa “Catedral” foi incluída na trilha sonora da novela “A próxima vítima” (Rede Globo), em 1995. Neste mesmo ano, de 1995, cantou “O tempo não para” no programa “Som Brasil” (Rede Globo), dedicado a Cazuza, cuja trilha foi lançada em disco. No ano posterior, em 1996, participou, ao lado de Cássia Eller, Adriana Calcanhoto e Maria Bethânia, do show da JB FM realizado no antigo Metropolitan, atual ATL Hall (RJ). Ainda em 1996, lançou o CD “Intimidade” e foi escolhida como “Melhor Cantora” pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
No ano de 1997, fez turnê pelo Brasil e apresentou-se em Portugal e na Espanha. Também em 1997, participou do “Festival de Música Brasileira”, realizado no Central Park de Nova York. No ano seguinte, em 1998, recebeu o “Disco de Platina” pelas 250.000 cópias vendidas do CD “Zélia Duncan”. Também nesse ano, lançou o CD “Acesso” (1998).
Ainda na década de 1990, participou das gravações dos songbooks de Edu Lobo, Dorival Caymmi, Chico Buarque, Djavan, João Donato, Marcos Valle, Tom Jobim e Francis Hime. Gravou a faixa “Dor elegante” no disco “Pretobras”, de Itamar Assumpção, e uma faixa do disco “Chiquinha Gonzaga”, da minissérie homônima da Rede Globo. Atuou em vários shows, como “Especial de Milton Nascimento” (HBO/1997), com a música “San Vicente”, e “Acústico”, de Rita Lee (1999), no Metropolitan (RJ) e no Parque do Ibirapuera (SP). Cantou a música “Martha, my dear”, no especial “Submarino verde e amarelo The Beatles” (Multishow/1999). Homenageou Cazuza no “Especial Cazuza” (Multishow), com a música “Vem comigo”. Participou do especial “Elis” (Rede Globo), com “Canção da América”, e da gravação dos CDs “Casa de samba”, volumes 1, 2 e 3, com, respectivamente, “Quantas lágrimas” (c/ a Velha-Guarda da Portela), “Senhora liberdade” (c/ Nei Lopes) e “Sereia Guiomar” (c/ Dona Ivone Lara). Atuou no show de Paulo Moska, no Canecão (RJ), e no show de inauguração do Garden Hall, na Barra da Tijuca.
No ano 2000, após turnê por cidades do Nordeste e Sul do país, apresentou-se no Teatro Rival Br com o show-solo “Entre parênteses”, tocando violão de seis e 12 cordas e bandolim. No ano posterior, em 2001, gravou um rap em português para o relançamento no Brasil e no México do CD “Brand new day”, de Sting. Neste mesmo ano, em 2001, lançou o CD “Sortimento”, contendo suas composições “Chicken de frango” e “Beleza fácil”, ambas com Rodrigo Maranhão), “Eu me acerto”, “Desconforto” (c/ Rita Lee), faixa que conta com a inserção de um rap de Johnny MC e Rappin Hood, “Me revelar” (c/ Christiaan Oyens) e “Hóspede do tempo” (c/ Fred Martins), além da faixa-título (Nando Reis), “Por que que eu não pensei nisso antes?” (Itamar Assumpção), “Alma” (Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes), “Todos os dias” (John), “Flores” (Fred Martins e Marcelo Diniz), “Na hora da sede” (Luiz Américo e Braguinha), que contou com a participação do Trio Mocotó, e as faixas bônus que registraram sua participação em discos de Herbert Vianna (“Partir, andar”, de Herbert Vianna) e Capital Inicial (“Eu vou estar”, de Alvin L. e Dinho Ouro Preto). Ainda nesse ano, apresentou-se no Canecão (RJ), em show de lançamento do disco.
Em 2002, gravou a faixa “Look at me” no CD “Dê uma chance à paz – Uma homenagem brasileira”, tributo a John Lennon idealizado por Marcelo Fróes e coproduzido com Celso Fonseca para o selo Geleia Geral, atuando no show de lançamento do disco, realizado na Praia de Copacabana no dia 8 de dezembro deste mesmo ano. Ainda neste ano, lançou “Sortimento vivo”, em CD e DVD, o primeiro de sua carreira com direção de Oscar Rodrigues Alves, contendo o registro ao vivo de show realizado neste mesmo ano no Sesc Vila Mariana (SP), com cenas da viagem a Portugal, videoclipes de sua carreira e o making-of das gravações. Também em 2002, apresentou-se no Canecão (RJ), ao lado de Ézio Filho (baixo e direção musical), João Gaspar (guitarra, violão e bandolim), Christiano Galvão (bateria e percussão) e Dudu Trentin (teclados e samplers), registrando o lançamento de “Sortimento vivo”. O espetáculo contou com projeções de trechos do documentário “Artigos do mesmo gênero”, bônus incluído no DVD, com direção e edição de imagens de Oscar Rodrigues Alves.
Fez show na Praia de Icaraí, em 2003, em comemoração ao 430º aniversário de Niterói. Neste mesmo ano, apresentou-se no Cais do Oriente (RJ), ao lado de outros artistas, para o lançamento do livro “Vamo batê lata” (Editora 34), uma biografia do grupo Paralamas do Sucesso escrita pelo jornalista Jamari França. Também em 2003, encerrou a turnê de “Sortimento vivo” no Teatro Rival BR (RJ). Ainda em 2003, apresentou-se no Centro Cultural Carioca (RJ), com o show “Eu me transformo em outras”, ao lado de Marco Pereira (violão), Hamilton de Holanda (bandolim), Marcio Bahia (percussão) e Gabriel Grossi (gaita). No ano seguinte, em 2004, gravou o CD “Eu me transformo em outras”, primeiro projeto do selo Duncan Discos, com distribuição da Universal Discos. Nesse mesmo ano, fez show de lançamento do disco no Teatro Rival BR (RJ). Ainda em 2003, lançou o DVD “Eu me transformo em outras”.
Teve várias composições gravadas por outros artistas, entre as quais “Tempestade” (c/ Christian Oyens), por Marina Lima; “Fim” (c/ Lucina), “Sem suspiros” (c/ Lucina) e “Às vezes nunca” (c/ Christian Oyens), por Verônica Sabino; “O meu lugar”, “Não vá ainda” e “Rush” (todas com Christian Oyens) por Milton Guedes; “Inteira pra mim” (c/ Lucina), por Daúde; “Felicidade torta” (c/ Lucina) por Belô Velloso; “Mentiras fáceis” e “Quais serão meus desejos”, ambas com Ed Motta, gravadas pelo parceiro; “Pagu” (c/ Rita Lee), gravada pela parceira e, em 2003, destaque do repertório do CD “Maria Rita”.
Lançou, em 2005, o CD “Pré, pós tudo, bossa band”, produzido por Christiaan Oyens, Bia Paes Leme e Beto Villares. No repertório, suas composições “Carne e osso” e “Não”, ambas com Moska, “Benditas” (c/ Mart´Nália), “Braços cruzados”(c/ Pedro Luís), “Eu não sou eu” (c/ Lucina), “Distração” (c/ Christiaan Oyens), “Redentor” (c/ Beto Villares), “Quisera eu” (c/ Lulu Santos) e a faixa-título (c/ Lenine), além de “Mãos atadas” (Simone Saback), esta com a participação especial de Roberto Frejat, e quatro canções de Itamar Assumpção, “Tudo ou nada” e “Milágrimas”, ambas com Alice Ruiz”, “Dor elegante” (c/ Paulo Leminski) e “Vi, não vivi” (c/ Christiaan Oyens), primeiro single do álbum. O disco incluiu também “Diz nos meus olhos (Inclemência)”, composição de Guerra Peixe que recebeu letra de sua autoria e foi incluída na trilha sonora da novela “Alma gêmea” (Rede Globo), neste mesmo ano. No lançamento do disco, concedeu coletiva à imprensa no Instituto Cultural Cravo Albin (RJ). Também em 2005, fez show de lançamento do disco no Canecão (RJ). Ainda nesse ano, apresentou-se no Canecão e também na Praça XV (RJ), pelo projeto “Rio Música”. Pelo CD Pré-pós-tudo-bossa-band, produzido por Christian Oyens, Beto Villares e Bia Paes Leme, foi contemplada, em 2006, com o “Prêmio Tim de Melhor Cantora” e com o “Prêmio Tim de Melhor Disco”, na categoria “Pop/Rock”. Neste mesmo ano, foi convidada para participar da nova formação do grupo Os Mutantes, ao lado de Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Dinho. A primeira apresentação com o grupo ocorreu no dia 22 de maio, no evento “Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture”, no Teatro Barbican, em Londres.
Em 2007, apresentou-se com Os Mutantes em São Paulo, durante as comemorações do aniversário da cidade e, em seguida, no Rio de Janeiro, seguindo em turnê com o conjunto pela Europa e Estados Unidos. Em setembro desse mesmo ano, desligou-se do grupo. Também em 2007, comemorando 25 anos de carreira, lançou o DVD “Pré Pós Tudo Bossa Band”, gravado no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, em novembro de 2006. Ainda em 2007, participou da gravação ao vivo do projeto “Cidade do Samba” (CD e DVD), de Zeca Pagodinho e Max Pierre, apresentado por Ricardo Cravo Albin, interpretando em dupla com Lenine “Bebete vambora” (Jorge Benjor).
Lançou em 2008, ao lado de Simone, o DVD e CD “Amigo é Casa”, gravado no ano anterior no Auditório Ibirapuera, com roteiro de ambas, direção geral e cenografia de Andréa Zeni, direção musical de Bia Paes Leme, direção de DVD de Joana Mazugueli, e com uma banda formada por Walter Villaça (violão de aço, viola de 10 e guitarra semi-acústica), Webster Santos (violões, guitarra, cavaco, bandolim e lap-steal), Léo Brandão (pianos, teclados e acordeom), Ézio Filho (baixo vertical, baixo elétrico e agogô), Jadna Zimmermann (percussão, bateria e flauta) e Carlos César (bateria, pandeiro, moringa e zabumba). No repertório foram incluídas as faixas “Alguém cantando” e “Gatas extraordinárias”, ambas de Caetano Veloso; “Petúnia Resedá” e “Diga lá, Coraçã”, ambas de Gonzaguinha; “Meu ego” e “Vou ficar nu pra chamar sua atenção”, ambas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos; “Grávida” (Marina Lima e Arnaldo Antunes); “Kitnet” (Alzira E. e Arruda); “Cuide-se bem” (Guilherme Arantes); “Na próxima encarnação” (Itamar Assumpção); “A companheira” (Luiz Tatit); “Mãos atadas” (Simone Saback); “Idade do céu” (Jorge Drexler e Paulinho Moska); “Medo de amar n° 2” (Sueli Costa e Tite de Lemos); “Encontros e despedidas” (Milton Nascimento e Fernando Brant); “Ralador” (Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro); “Agito e uso” (Ângela Ro Ro) e “Tô voltando” (Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro). Gravou a faixa “Beco das Garrafas” (Alberto Rosenblit e Paulinho Tapajós) para o CD “De bem com a vida”, de Alberto Rosenblit, lançado em 2009. Neste ano, lançou o CD “Pelo sabor do gesto”, com as composições “Nem tudo” e “Aberto”, ambas com Edu Tedeschi; “Sinto encanto” (c/ Moska); “Tudo sobre você” (c/ John Ulhoa); “Se um dia me quiseres” (c/ Zeca Baleiro); “Se eu fosse” (c/ Dante Ozzetti); “Todos os verbos” (c/ Marcelo Jeneci) e “Esporte fino confortável” (c/ Chico César), e ainda suas versões “Boas razões” (“De bonnes raisons”) e “Pelo sabor do gesto” (“As-tu dejà aimé?”), músicas do francês Alex Beaupain. Também no repertório, regravações de “Telhados de Paris” (Nei Lisboa); “Os dentes brancos do mundo” (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) e “Ambição” (Rita Lee), além da inédita “Duas namoradas” (Itamar Assumpção e Alice Ruiz). O disco foi coproduzido por Beto Villares e John Ulhoa. No ano posterior, em 2010, o disco “Pelo sabor do gesto” ganhou reedição especial, pela série “Deluxe Edition”, da gravadora Universal Music, enriquecido com um DVD contendo o clipe de “Aberto”; “Quem viu, quem vê” e seis takes acústicos para músicas do CD.
Lançou, em 2011, o CD/DVD “Pelo sabor do gesto Em cena”, gravado no Theatro Municipal de Niterói, com versões ao vivo das músicas disco “Pelo Sabor do Gesto”, de 2009, e ainda as composições “Borboleta”, de sua parceria com Marcelo Jeneci e Arnaldo Antunes, “O tom do amor”, de sua parceria com Moska, ambas inéditas, além de “Por isso corro demais” (Roberto Carlos) e “Defeito 10: Cedotardar” (Tom Zé e Moacyr Albuquerque), as quatro em versão de estúdio. Neste mesmo ano, fez show de lançamento do CD/DVD “Pelo sabor do gesto – Em cena” no espaço Vivo Rio (RJ), acompanhada por Ézio Filho (baixo e direção musical), Webster Santos (guitarra, violão, cavaco e bandolim), Leo Brandão (teclado e acordeom) e Jadna Zimmermann (bateria).
Em 2012, participou, ao lado de Luiz Tatit, da série de shows “A canção sem fim – Luiz Tatit e Seus Convidados”, apresentada no Teatro do CCBB (SP). Ainda em 2012, o CD “Pelo sabor do gesto em cena” foi indicado ao”XIII Grammy Latino”, na categoria “Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro”. O espetáculo “Tô Tatiando” figurou na relação “Os Melhores Shows de 2012” – assinada pelos jornalistas Bernardo Araújo, Carlos Albuquerque, Leonardo Lichote e Sílvio Essinger -, publicada na edição de 30 de dezembro desse mesmo ano do Jornal O Globo. Também em 2012, lançou o CD “Zélia Duncan canta Itamar Assumpção – Tudo esclarecido”. No repertório, as composições “Vê se me esquece” (c/ Alice Ruiz), “Mal menor”, “Noite torta”, “Tua boca”, “Isso não vai ficar assim”, “Enquanto penso nela” e “Cabelo duro”, além das inéditas “Não é por aí”, “Tudo esclarecido” e “É de estarrecer”, todas com Alice Ruiz, “A Gruta da Solidão”, “Quem mando” e “Zélia Mãe Joana”. O disco, produzido por Kassin, contou com a participação de Ney Matogrosso (na faixa “Isso não vai ficar assim”) e Martinho da Vila (na faixa “É de estarrecer”). No ano seguinte, em 2013, foi contemplada com o “Prêmio da Música Brasileira”, nas categorias “Melhor Cantora” e “Melhor Álbum Pop/Rock/Reggae/HipHop/Funk”, pelo CD “Tudo esclarecido”, produzido por Kassin. Pelo mesmo disco, foi também indicada à categoria “Melhor Projeto Visual-Artista”, assinado Simone Mina.
No ano de 2015 estreou como colunista do “Segundo Caderno”, do Jornal O Globo. No mesmo ano, apresentou-se no projeto “Inusitado”, dedicado ao repertório de Milton Nascimento, acompanhada apenas pelo cello de Jacques Morelenbaum e lançou o CD “Antes que o mundo acabe”, com diversas composições autorais, compostas em parceria com Xande de Pilares, Zeca Baleiro, Arlindo Cruz e Bia Paes Leme, também produtora do disco, e ainda, regravações de composições de Paulinho da Viola e Riachão, entre outros. No ano posterior, em 2016, participou do DVD de Zeca Pagodinho. Neste mesmo ano, foi contemplada como “Melhor Cantora de Samba” no “Prêmio da Música Brasileira” pelo CD “Antes que o mundo acabe”. Fez show de lançamento do disco no Teatro Net Rio, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Também em 2016 foi convidada, ao lado de João Bosco, Fagner, Danilo Caymmi, Zezé Motta, Claudette Soares, Marcos Sacramento, Dóris Monteiro, Luciene Franco, Ellen de Lima, Martnália, Ataulpho Alves Júnior e Alfredo Del-Penho, entre outros, do projeto “MPB: A Alma do Brasil”, com duas apresentações no palco do Espaço Cultural BNDES, tendo como mestres de cerimônias Fernanda Montenegro e Ricardo Cravo Albin, com direção geral e roteiro do presidente do Instituto. O show foi registrado na Europa e Estados Unidos por cerca de 20 jornalistas internacionais, recém-chegados para as Olimpíadas de 2016.
No ano de 2017, em parceria com Sandra de Sá, compôs a trilha sonora para a montagem de “L, O Musical”, apresentado no palco do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no Rio de Janeiro, tendo a atriz e poeta Elisa Lucinda no papel principal. No ano posterior, em 2018, escreveu os textos de apresentação do “Prêmio da Música Brasileira – Homenagem a Luiz Melodia”, apresentados pelas atrizes Camila Pitanga e Débora Bloch no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Na cerimônia de entrega dos prêmios foi a contemplada na categoria “Melhor Cantora de MPB”.
Sobre ela escreveu no jornal O Dia, em sua coluna semanal o crítico e jornalista Ricardo Cravo Albin:
“O filosofo Platão refletiu certa vez que o percurso do homem em busca do ato civilizatório só atingiu patamar concreto no momento em que foi criado o chamado prêmio”, para distinguir um melhor, ou os melhores, dentre os demais pares.
Na antiguidade grega, as olimpíadas acenderam a chama da magia do ato de premiar. A coroa de louro concedida ao melhor atleta determinara a exceção, a escolha, o triunfo de um sobre os outros. E isso, que hoje parece inflexão banal, significou um grande passo para o comportamento cultural do homem ao se transformar em homo sapiens. Trago hoje este assunto porque sempre alimentei a certeza de que os prêmios são uma necessidade de essência para nosso ainda acanhado universo cultural. E só insisto nesta tecla porque posso falar com certa autoridade sobre premiações. Este cronista que vos escreve criou os (até hoje festejados) prêmios Golfinho de Ouro e Estácio de Sá para o Museu da Imagem e do Som nos anos 60, como também imaginou a Coruja de Ouro, para os melhores do cinema brasileiro. Ou, já nos anos 2000, os Prêmios Ernesto Nazareth, Noel Rosa e Tenório Junior para o Instituto Cravo Albin. Além do Grande Prêmio Cidade do Rio de Literatura para a Academia Carioca de Letras.
E paro por aqui, já um tanto envergonhado por autocitações abusivas. Embora, entendo que úteis, no sentido de acolher com fundamentos de relevância estes primeiros prêmios do ano de 2018, distribuídos há poucos dias no Theatro Municipal do Rio. Foi o 29° Prêmio da Música Brasileira, criado pelo produtor José Maurício Machline em 1987, com o apoio de Mario Henrique Simonsen. Eu acompanho este evento desde o comecinho, quando ostentava o nome do patrocinador Sharp, empresa familiar dos Machline. A tenacidade do José Mauricio para mantê-lo ao longo de quase trinta anos me alegra a cada edição. Edições sofridas, heroicas, mas radiosas, sempre fertilizadas pela solidariedade dos artistas, dos músicos, dos amigos – multidões que o acodem e o prestigiam. De fato, todos estamos acostumados por anos a fio a ver no agregador Machline um quase Quixote a entoar seu Sonho Impossível com a candura dos puros, a volúpia dos amantes, o ardor dos idealistas. Enfatizo que, premiar ainda em agosto, e não no acumulo do fim do ano, é um dado de originalidade, de inteligência.
Não vou me perder aqui (nem devo) a citar os ganhadores do Prêmio, que isso já é de farto conhecimento. Mas devo registrar o trabalho de uma abelhinha tenaz, a querida Zélia Duncan. Que roteirizou com perfeição toda a premiação, esgrimindo texto de primeiríssima ordem literária.
De fato, tudo confluiu para uma noite memorável. Em especial, o tema da festa, este ano dedicada a Luiz Melodia. Que foi um exemplo não apenas de talento, mas de resistência, ao sair da miséria absoluta do morro de São Carlos para ganhar os holofotes do mundo. Comovedor…”
No ano de 2019 lançou o CD “Tudo é um”, pela gravadora Biscoito Fino. Produzido por Christiaan Oyes, no disco foram incluídas as composições “Canção de amigo” (c/ Christiaan Oyens); “Só pra lembrar” (c/ Dani Black), com participação especial de Dani Black; “Me faz uma surpresa” (c/ Zeca Baleiro), com participação especial de Zeca Baleiro; “O que mereço” (Juliano Holanda); “Medusa” (c/ Zeca Baleiro); “Olhos perfeitos” (c/ Christiaan Oyens); “Sempre os mesmos erros” (c/ Fred Martins), com participação especial de Jaques Morelembaum; “Breve canção de sonho” (c/ Dimitri); “Feliz caminhar” (c/ Moska), com participação especial de Moska; “Eu vou seguir”, somente de sua autoria, além da faixa-título “Tudo é um”, em parceria com Chico César. O show de lançamento ocorreu no Circo Voador e contou com os convidados especiais Ana Costa, Almério e Júlia Vargas, além de show de abertura do cantor Quinho. Neste mesmo ano de 2019, em parceria com Ana Costa, desenvolveu o projeto musical “Eu sou mulher, eu sou feliz”, no qual receberam como convidadas Alcione, Simone, Elba Ramalho, Leila Pinheiro, Mart’nália, Maíra Freitas, Joyce Moreno, Mônica Salmaso, Joyce Moreno e Daniela Mercury, entre outras. O projeto foi transformado em disco pela gravadora Biscoito Fino e lançado neste mesmo ano de 2019, tendo como participações especiais algumas convidadas nas 16 faixas compostas pela dupla: “Abertura”, declamado pelas poetas Letícia Brito e Gênesis; “Uma mulher”, participação de Alcione; “Sou a lua do sertão”, com participação de Elba Ramalho; “Lida do amor”, interpretada por Leila Pinheiro; “Saias de cor”, cantada pela dupla Isabella Taviani e Nilze Carvalho; “Deixa comigo”, interpretada por Joyce Moreno; “Sou nascente”, com a dupla Daniela Mercury e Lan Lan; “Brilham ao escurecer”, interpretada por Áurea Martins; “O milagre”, cantada por Fabiana Cozza; “Sabemos ver”, com Cida Moreira; “Entre olhos”, cantada pela dupla Lucina e Júlia Vargas; “Antes só”, interpretada por Mart’nália e Maíra Freitas; “Voltei pra mim”, cantada por Fernanda Takai e Nath Rodrigues; “Não é não”, interpretada por Teresa Cristina; “Nascer mulher”, por Mônica Salmaso, e ainda, a faixa-título “Eu sou mulher, eu sou feliz”, interpretada pela cantora Simone.
Em 2023 apresentou-se com banda no projeto “Fim de Tarde”, inciativa da FUNARJ (Governo do Estado do Rio de Janeiro), no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro; fez show no projeto “Quintas No BNDES”, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 2024, apresentou-se no palco da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, no projeto “Claro Verão Rio”, da FUNARJ (Governo do Estado do Rio de Janeiro), montou o espetáculo “ZD 60 Anos – Zélia Duncan & Convidados”, no qual recebeu Simone, Almério, Paulinho Moska, Dimitri BR, Ana Costa, Isabella Taviani, Julina Holanda, Lucina e DJ Zé Pedro, no Circo Voador, na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, de 2024, apresentou o show “Sem tirar os olhos do mundo”, no Sesc Pinheiro, em São Paulo, e em dupla com Paulinho Moska fez duas apresentação em Portugal com o espetáculo “Um Ímpar”, no palco do Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, e ainda, no palco do Super Bock Arena, na cidade do Porto. Ainda em 2024 completou 60 anos, comemorando com o espetáculo “ZD60”, no Circo Voador, na Lapa, no Rio de Janeiro.
(c/ Ana Costa)
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