Compositor. Violonista.
Iniciou seus estudos do violão aos 13 anos de idade, de forma autodidata, tendo influências de um vizinho, o violonista Hélio Delmiro. Mais tarde, estudou com o professor Jodacil Damasceno.
Formou-se em Odontologia em 1975, profissão que exerce paralelamente à sua carreira musical.
Começou a compor aos 16 anos, classificando sua primeira composição no II Festival Internacional da Canção (FIC), em 1967.
Gravou pela primeira vez como violonista acompanhando o compositor Cartola, na canção “As rosas não falam”. Trabalhou, ainda, com vários outros artistas, como Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaíde Costa, Cartola, João Nogueira, entre outros.
Suas primeiras músicas gravadas foram “Conversa com o coração” e “Maldição de Ravel”, ambas em parceria com Paulo César Pinheiro, pelo grupo vocal MPB-4, em 1973.
Constam, também, da relação dos intérpretes de suas canções, artistas como Michel Legrand, Sérgio Mendes, Leila Pinheiro, Chico Buarque, Clara Nunes, Ivan Lins e Nó em Pingo Dágua, entre outros. Elis Regina gravou em duo com Cauby Peixoto sua parceria com Paulo César Pinheiro “Bolero de Satã”, no disco “Essa mulher”, lançado pela WEA em 1989. Turíbio Santos gravou cinco peças instrumentais de sua autoria no disco “Fantasias Brasileiras”.
Estreou no palco em 1989, no show realizado no bar “Vou vivendo”, em São Paulo, ao lado de Ithamara Koorax e Paulo César Pinheiro.
Em 1991, gravou seu primeiro disco solo, o CD “Simples e absurdo”.
Dois anos depois, lançou o CD “Delírio carioca”. Ainda nesse ano, participou do “Festival Brasiliana”, realizado em Madri.
Em 1996, lançou o CD “Cheio de dedos”, contemplado com o Prêmio Sharp, nas categorias Melhor Disco Instrumental, Melhor Música Instrumental ( “Dá o pé, loro”) e Melhor Produção (produtor Paulo Albuquerque). Nesse mesmo ano, Leila Pinheiro lançou o CD “Catavento e girassol” (EMI-Odeon), contendo exclusivamente músicas de sua parceria com Aldir Blanc. Por este trabalho, ganhou mais um Prêmio Sharp, com a canção “Chá de panela”, na categoria Melhor Música Popular Brasileira. Ainda em 1996, voltou a Madri, onde realizou temporada de shows no Café Central. Participou do Festival Internacional de Guitarra, em Córdoba, nesse mesmo ano, e do Festival Braziliana-Jazz House, em Copenhaguem, Dinamarca, em 1997.
Em 1999, gravou o CD “Suíte Leopoldina”, tributo à sua adolescência, fase em que costumava viajar em trens de subúrbio. O disco, que contou com a partaicipação de Toots Thielemans, Chico Buarque, Nei Lopes, Alceu Valença, Ivan Lins, Ed Motta e Lenine, foi apontado por unanimidade pelos críticos do jornal “O Globo” como o melhor CD de música popular brasileira de 1999. No ano seguinte, o trabalho foi lançado no mercado norte-americano.
Dando continuidade a “Suíte Leopoldina”, lançou, em 2001, o CD “Cine Baronesa”, basicamente instrumental, uma homenagem ao cinema que costumava freqüentar na adolescência. No repertório, suas composições “Melodia branca”, canção que abre e fecha o disco, apresentada, na abertura, com arranjo de cordas de Gilson Peranzzetta e, ao final, apenas pelo compositor, ao violão, “Vô Alfredo” (c/ Aldir Blanc), com a participação do clarinetista Nailor Proveta, “Nem mais um pio” (c/ Sérgio Natureza), “Yes, Zé Manés” (c/ Aldir Blanc), “Caiu do céu”, “No fundo do Rio” (c/ Nei Lopes), com a participação do parceiro nos vocais, “Estonteante”, “Geraldo no Leme”, com a participação do violonista Lula Galvão, “Fox e trote” (c/ Nei Lopes), com a participação do Quarteto Maogani,
“Como eu imaginara” (c/ Hermínio Bello de Carvalho) e “Orassamba” (c/ Aldir Blanc), além da faixa-título (c/ Aldir Blanc), com a participação de Fátima Guedes e do Quarteto Maogani. Ainda nesse ano, realizou show de lançamento do disco no circuito Sesc Rio. Também em 2001, apresentou-se no “Projeto Violões”, realizado no Espaço Baden Powell (RJ).
Em 2002, realizou show na Sala Funarte Sidney Miller (RJ), acompanhado pelo clarinetista Paulo Sérgio Santos e pelo guitarrista Lula Galvão.
Lançou, em 2003, o CD “Noturno Copacabana”, contendo suas composições “Desavença”, “Rasgando seda” e “Para Jackson e Almira”, todas com Simone Guimarães”, “O silêncio de Iara” e “Depois do sonho”, ambas com Luís Felipe Gama, “Senhorinha” e “Fonte abandonada”, ambas com Paulo César Pinheiro”, “Concubinato” e “Canção desnecessária”, ambas com Mauro Aguiar, “Abluesado” (c/ Aldir Blanc), “O silêncio de Iara”, “Divachado”, “Garoa e maresia” e “Na surdina”, além da faixa-título (c/ Francisco Bosco).
Em 2004, lançou, no Umbria Jazz Festival, na Itália, o CD “Graffiando vento”, ao lado do clarinetista Gabriele Mirabassi.
Lançou, em 2007, o CD “Casa de Villa”, contendo suas canções “Mar de Maracanã” e “Via Crucis”, ambas com Edu Kneip, “Porto de Araújo” (c/ Paulo César Pinheiro), “Capital” (c/ Simone Guimarães), “Tudo fora de lugar” (c/ Aldir Blanc), “Jongo de Compadre” (c/ Aldir Blanc e Simone Guimarães), “Casa de Villa” (c/ Mauro Aguiar), “Contenda” (c/ Thiago Amud), “Bigshot”, “Maviosa”, “Villalobiana” e “Comendador Albuquerque”. O disco, produzido por Marcus Tardelli, contou com a participação dos músicos Lula Galvão, Paulo Aragão, Jorge Helder, Paulo Sérgio Santos, Carlos Malta, Andréa Ernest Dias, Cristiano Alves, Jessé Sadoc, Jota Moraes, Eliezer, Philip Doyle, João Areias, Popô, Wellington, Erivelton, Bolão, Bernardo, Durval e Marcus Tardelli. No dia 29 de novembro de 2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série “Sarau da Pedra”, projeto realizado com patrocínio da Repsol YPF e apoio da gravadora Biscoito Fino. No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto, diante da presença de várias personalidades da cena cultural carioca, uma placa com seu nome, a ele dedicada pela relevância de sua obra musical. Produzida por Heloisa Tapajós e Andrea Noronha, a comemoração contou com a participação da jornalista Márcia Cezimbra, responsável pela fala literária, e com apresentação musical realizada pelo próprio homenageado.
Em parceria com o clarinetista Paulo Sérgio Santos, lançou, em 2010, o CD/DVD “Saudade do cordão”, contendo suas canções “O côco do côco”, “Baião de Lacan”, “Cine Baronesa”, “Destino Bocayuva”, “Nem cais nem barco”, “Catavento e girassol” e “Sete estrelas”, todas com Aldir Blanc, “Senhorinha” e “Saci”, ambas com Paulo César Pinheiro, “Di Menor” (c/ Celso Viáfora), “Saudade do Cordão” (c/ Pedro Carneiro), “Capital” (c/ Simone Guimarães), “Por trás de Brás de Pina” (c/ Mauro Aguiar), “Dos Anjos”, “Porto da Madama”, “Dichavado”, “Cheio de dedos” e “Picotado”, além de “Adeus, cinco letras que choram” (Silvino Neto). O trabalho contou com a participação de Jurim Moreira (bateria em “Saudade do cordão”, “O côco do côco”,”Capital” e “Por trás de Brás de Pina”) e Lenine (voz em “Saci”, a única faixa cantada). O CD teve produção de Mario de Aratanha, que dirigiu, junto com Jeanne Duarte, o DVD, direção musical de Paulo Sérgio Santos e direção de fotografia de Fernando de Aratanha. Nesse mesmo ano, “Batuque de tudo” foi indicado ao Prêmio de Música Brasileira, na categoria Melhor Disco Instrumental.
Vem recebendo, ao longo de sua trajetória, vários elogios, por parte da imprensa e dos artistas em geral. Em artigo para o jornal “O Estado de S. Paulo”, o crítico Mauro Dias escreveu: ” Guinga – sobre o qual é necessário sempre repetir que se trata do maior compositor da atualidade”. João Máximo, crítico do jornal O Globo, publicou: “Guinga é o melhor compositor surgido no Brasil nos últimos 20 anos”.
Em 2011, apresentou-se no espaço Oi Casa Grande (RJ), tocando sua obra com a Orquestra Petrobras Sinfônica, tendo como convidados Lula Galvão (violão), Jessé Sadoc (trompete), Paulo Sérgio Santos (clarinete) e André Boxexa (percussão), pelo projeto “MPB&Jazz”.
Em 2012, abriu, no espaço Caixa Cultural (RJ), a série “Cone(CS)sons”, voltada para encontros entre artistas brasileiros e estrangeiros, apresentando-se ao lado do clarinetista italiano Gabriele Mirabassi, com quem lançou na Itália, em 2004, o CD “Graffiando vento”, inédito no mercado brasileiro.
Em 2013, lançou, em parceria com Francis Hime, o CD “Francis e Guinga”, contendo as inéditas parcerias de ambos “A ver navios” (c/ Olivia Hime) e “Doentia” (c/ Thiago Amud), além de “Cambono”, de sua parceria com Thiago Amud. Também no repertório, suas composições “Senhorinha”, “Saci”, “Porto de Araujo” e “Noturna”, todas com Paulo César Pinheiro, “Nem mais um pio” (c/ Sergio Natureza) e “Mar de Maracanã” (c/ Edu Kneip), e ainda ”Anoiteceu” e “Saudade de amar”, ambas de Francis Hime e Vinicius de Moraes, “Passaredo” e “A noiva da cidade”, ambas de Francis Hime e Chico Buarque, “Parintintin” e “Desacalanto”, ambas de Francis Hime e Olivia Hime, e “Minha” (Francis Hime e Ruy Guerra).
Em 2015, estreou, na Caixa Cultural (RJ), o espetáculo “Mar afora”, no qual tem a companhia da cantora portuguesa Maria João. Resultado de um encontro frutífero em 2012, o show trouxe músicas como “Canibaile”, “”Via crucis”, “Vô Alfredo” e “Contenda”, interpretadas pela cantora.
O show fez parte de um projeto que culminou no lançamento de um disco, “Porto Madama”, com algumas de suas canções interpretadas apenas por mulheres: Maria João, Monica Salmaso, Esperanza Spalding e a italiana Maria Pia de Vito.
Em 2016, participou do projeto “Conversa de músicos”, ao lado do Quinteto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro.
No mesmo ano, foi homenageado pelos músicos Gabriel Grossi e Félix Júnior no show “Nascente – a música de Hermeto Pascoal e Guinga”, apresentado no Solar de Botafogo, também no Rio.
Concorreu e venceu o 27º Prêmio da Música Brasileira, na categoria arranjador, com o disco “Porto da Madama”.
Em 2016, uniu-se a Jards Macalé, Moacyr Luz e Zé Renato para a gravação do CD e do DVD “Dobrando a Carioca”. Lançado pela Biscoito Fino, trouxe 15 faixas, dentre clássicos e músicas autorais: “Um a zero”, “Favela”, “Cachaça, árvore e bandeira”, “Nêga Dinda”, “Picotado”, “Anjo da velha guarda”, “Catavento e girassol”, “Vapor barato”, “O mais que perfeito”, “Sinhá, sinhô”, “Você, você”, “A saudade mata a gente”, “Toada”, “Acertei no milhar” e “Chá de panela”.
Lançou o disco “Canção da impermanência”, pelo selo alemão Acoustic Music Records”.
Composto de 13 faixas, o disco é todo inédito e solitariamente autoral, à exceção da faixa “Doido deDeus”, composta em parceria com Thiago Amud.
Em 2017 fez show com a cantora Mônica Salmaso em formato voz e violão, no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro.
Em 2021 lançou o CD autoral “Zaboio”, produzido por Alexandre Kassin, com participação especial de Mônica Salmaso em “Paulistana sabiá”, música feita em sua homenagem, e também em “Jogo de damas”.
Em 2023 lançou, em parceria com Cláudio Jorge, o CD “Farinha do mesmo saco”, em que incluiu músicas inéditas autorais, dentre as quais “Domingueira”, sua primeira parceria com Guinga, com quem também fez “Bom bocado”; outra inédita é “Largo das cinco bocas”, parceria com Anna Paes em homenagem a Aldir Blanc.
Em 2024 fez, com Cláudio Jorge, turnê pelos Sesc de Campos(RJ), Ramos, Niterói(RJ), Madureira, São Gonçalo(RJ) e Tijuca com o show “Nossa alma suburbana”. A apresentação foi mediada pelo historiador Rafael Mattoso que contou histórias dos bairros presentes nas músicas. No mesmo ano, a cantora iltaliana Joia Luz lançou, pela Kuarup, o EP “Noturna”, gravado com Guinga. As músicas incluídas foram Choro pro Zé (Guinga e Aldir Blanc), Fonte abandonada (Guinga e Paulo César Pinheiro), o fado Navegantes (Guinga e Paulo César Pinheiro) e “Jogo de damas” (Guinga).
(com Cláudio Jorge)
(com Mônica Salmaso, Teco Cardoso e Nailor Proveta)
(com Dudu Sperb)
(com Paulo Sergio Santos, Jorginho do Trompete e Lula Galvão)
(com Gabriele Mirabassi)
(com Quarteto Carlos Gomes)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
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AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
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