Compositor. Cantor. Pianista. Ensaísta. Professor de Literatura Brasileira da USP. Letrista. Ensaísta.
Estudou piano clássico no Conservatório de São Vicente, aperfeiçoando-se em concertos com o Maestro Souza Lima. Em 1966, apresentou-se como solista da Orquestra Sinfônica de São Paulo, executando o “Concerto nº 2”, de Camille Saint-Saens. No ano seguinte, ingressou no curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP) e começou a compor.
A partir de 1973, passou a lecionar Literatura Brasileira, no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
No ano seguinte, obteve o mestrado na área de Teoria Literária, pela USP, apresentando a dissertação “A música em torno da Semana de Arte Moderna”.
De 1976 a 1980, atuou como docente de Teoria Literária, no Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem/UNICAMP.
Em 1980, obteve o doutorado na área de Teoria Literária, também pela Universidade de São Paulo, defendendo a tese “Dança dramática – poesia/música brasileira”.
Publicou vários trabalhos sobre música e literatura: “O coro dos contrários: a música em torno da semana de 22” (1977, Duas cidades/SP), contemplado com o Prêmio Jabuti, conferido pela Câmara Brasileira do Livro, na categoria Revelação de Autor; “Anos 70/Música popular”, em colaboração com Ana Maria Bahiana e Margarida Autran (1978); “O som e o sentido: uma outra história das músicas” (1989, Companhia das Letras/ SP), entre outros.
É autor de inúmeros ensaios, como “Algumas questões de música e política no Brasil”, em “Cultura brasileira – temas e situações”, organizado por Alfredo Bosi, (1987, Ática, SP); “Letras, músicas e acordes cifrados”, em “Songbook Caetano Veloso” (1993, Lumiar, RJ); “O dom da ilusão”, em “Gilberto Gil – todas as letras”, organizado por Carlos Rennó, (1996, Companhia das Letras, SP); “Música/Brasil”, em “Brasil em foco”, CD- Rom (Ministério das Relações Exteriores/Editora Terceiro Nome/Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP); e “O artista e o tempo”, em “Songbook Chico Buarque”, vol. 2, (1999, Lumiar, RJ), entre outros.
Em 2011, fez aula-show, ao lado da cantora Eveline Hecker, na Casa do Saber (RJ).
Em 2018, lançou em São Paulo o livro Maquinação do Mundo, pela Companhia das Letras. A obra percorreu os textos de Drummond sobre a história da mineração. Em evento gratuito, após a apresentação do livro, o autor autografou a obra.
Em 1968, participou do Festival Universitário da TV Tupi, com sua composição “Outra viagem”, interpretada por Alaíde Costa.
Musicou, em 1989, “A mulher do atirador de facas”, curta-metragem de Nilson Villas-Boas, contemplado com o Prêmio Kikito do Festival de Cinema de Gramado na categoria Música Original para Curta-metragem. Nesse mesmo ano, recebeu o Troféu Noel Rosa/Prêmio Lei Sarney à Cultura, na categoria Revelação de Compositor.
Em 1991, assinou a trilha sonora da peça “As boas”, de Jean Genet, encenada pelo Teatro Oficina, sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa. Nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, na categoria Música para Teatro.
Em 1993, compôs para o Grupo Corpo a trilha sonora do espetáculo “Nazareth”, pela qual recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria Música para Dança. Também nesse ano, lançou o CD “José Miguel Wisnik”, contendo suas composições “Pesar do mundo” e “Som e fúria”, ambas com Paulo Neves, “Se meu mundo cair”, “Mundo cruel”, “Laser” (c/ Ricardo Breim), “Vírus”, “Mais simples”, “Estranho jardim”, “A olhos nus”, “Polonaise” (c/ Paulo Leminski e Adem Michiowicz), “A primeira vez, mamãe, que eu fui ao cinema”, “Vôo cego”, “Subir mais” (c/ Paulo Leminski), “Soneto do olho-do-cu” (c/ Zé Celso Martinez Corrêa, Marcelo Drummond, sobre poemas de Verlaine e Rimbaud) e “Mestres cantores” (c/ Luiz Tatit). O disco contou com a participação de Arrigo Barnabé, Duda Neves, Ná Ozzetti, Luis Tatit, Marcelo Costa e Jaques Morelenbaum.
Em 1994, assinou a trilha sonora da peça teatral “Pentesiléias”, de Kleist/Daniela Thomas, com direção de Beth Coelho.
Compôs a música do longa-metragem “Terra estrangeira”, de Walter Salles Jr. e Daniela Thomas, em 1995, e da peça “Mistérios gozozos”, de Oswald de Andrade, encenada pelo Teatro Oficina, sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa. Nesse mesmo ano, recebeu, mais uma vez, o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria Música para Teatro.
Em 1997, escreveu a trilha sonora de “Parabelo” (c/ Tom Zé), espetáculo de dança do grupo Corpo.
No ano seguinte, compôs a canção-tema, gravada por Maria Bethânia, da peça teatral “Cacilda”, concebida e dirigida por Zé Celso, encenada pelo Teatro Oficina. Também em 1998, obteve destaque como autor da canção “Assum branco”, uma reconstrução de “Assum preto” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), incluída no disco “Aquele frevo axé”, de Gal Costa.
Em 2000, assinou, com Gringo Cardia, a direção do show “Dura na queda”, de Elza Soares, realizado no Teatro Glória (RJ) e no Sesc Vila Mariana (SP). Ainda nesse ano, participou do Festival da Música Brasileira (Rede Globo), apresentando sua canção “DNA”, uma homenagem à sua filha. Nesse mesmo ano, lançou o CD “São Paulo Rio”, contendo as seguintes canções: “Comida e bebida” (c/ Zé Celso Martinez Correa), a faixa-título e “Por um fio”, ambas de sua parceria com Paulo Neves, “Relp”, “Viúvo”, “Terra estrangeira”, “Efeito samba” (c/ Vadim Nikitin), “O tapete” (c/ Ná Ozzetti), “Virtual” (c/ Alice Ruiz), “Para Elisa” (c/ Luiz Tatit), “Primeiro fundamento” (c/ Guilherme Wisnik), “Fim de ano” (c/ Swami Júnior), “Outono” e “Inverno (Anhangabaú da Felicidade)”, além de “O tempo não apagou” (Paulinho da Viola) e da versão de Vadim Nikitin para “O sol enganador (Tango russo)” (Iuri Petersburkii e N. Alvek). O disco contou com a participação das cantoras Elza Soares e Jussara Silveira e dos músicos Swami Júnior, Chico Pinheiro, Nailor Proveta Azevedo, Carlos Malta, Marcos Suzano, Zeca Assumpção e Jaques Morelenbaum. Realizou show de lançamento do CD no Espaço Cultural Sérgio Porto(RJ), em 2000, e no Centro Cultural Banco do Brasil(SP), pelo projeto “Sons da Cidade”, em 2001. Participaram do espetáculo as cantoras Elza Soares e Jussara Silveira, os músicos Chico Pinheiro e Swami Junior (violões), Nailor Proveta Azevedo (sopros), Jorge Oscar (contrabaixo) e Guello (percussão).
Compôs a música original de “Janela da alma”, documentário longa-metragem de João Jardim e Walter Carvalho, premiada no Festival de Cinema do Ceará, em 2001.
Assinou a direção artística do CD “Do cóccix até o pescoço”, de Elza Soares, lançado, em 2002, pelo selo Maianga.
Em 2003, gravou o CD “Pérolas aos poucos”, contendo suas composições “Tempo sem tempo” (c/ Jorge Mautner), “Primavera”, “DNA”, com participação vocal de Luciana Alves, “Assum branco”, na voz de Caetano Veloso, “Anoitecer” (sobre poema de Carlos Drummond de Andrade), “O extremo sul”, “Baião de quatro toques” (c/ Luiz Tatit), com participação vocal de Jussara Silveira, “Valsa azul” (c/ Nelson Ferreira), “Sem receita” (c/ Alice Ruiz), com participação vocal de Ná Ozzetti, “Sou baiano também”, “Presente”, na voz de Elza Soares, e “Sem palavras”, além da faixa-título (c/ Paulo Neves). Realizou show de lançamento do disco no Sesc Vila Mariana (SP), nesse mesmo ano.
Em 2004, a cantora Eveline Hecker lançou o CD “Ponte aérea”, contendo exclusivamente obras de sua autoria: “A olhos nus”, “Viúvo (O tempo não apagou)”, “Tempo sem tempo” (c/ Jorge Mautner), “Polonaise” (sobre poema de Adam Micklewicz, com tradução de Paulo Leminski), “O estranho jardim”, Terra estrangeira”, “Mais simples”, “Libra”, “Assum branco”, “Por um fio (c/ Paulo Neves), “Comida e bebida” (c/ José Celso Martinez Correa), “Se meu mundo cair”, “Orfeu” e “Saudade da saudade” (c/ Paulo Neves), além da canção-título. Participou, como instrumentista e cantor, das faixas “Ponte aérea” (piano), “Viúvo (O tempo não apagou)” ( voz), “Polonaise” (piano), “Libra” (piano), “Por um fio” (piano e voz) e “Orfeu” (piano). Também nesse ano foi lançado “José Miguel Wisnik – Livro de Partituras” (Editora Gryphus)
Constam da relação dos intérpretes de suas canções artistas como Ná Ozzetti, Virgínia Rosa, Cida Moreira, Vânia Bastos, Eliete Negreiros, Paula Morelenbaum, Zizi Possi, Edson Cordeiro, Quarteto em Cy, Gal Costa, Maria Bethânia, Paulo Ricardo, Elza Soares e Monica Salmaso, entre outros.
Em 2011, gravou o disco duplo “Indivisível”. A primeira parte, na qual imperou o piano, contou com doze músicas, dentre elas “Anoitecer”, “Acalanto”, “Eu vi”, “Serenata” e “Tenho dó das estrelas”. A segunda parte, comandada pelo violão de Arthur Nestrovski, apresentou músicas como “Feito pra acabar”, “Dois em um”, “Cacilda” e “Se meu mundo cair”.
O disco teve participações de Chico Buarque, Luiz Tatit, Marcelo Jeneci, Jorge Mautnere, Alice Ruiz e Guinga.
Em 2012, participou, ao lado de Luiz Tatit, da série de shows “A canção sem fim – Luiz Tatit e Seus Convidados”, apresentada no Teatro do CCBB (SP).
Depois de rápida turnê, voltou a apresentar o show de mesmo nome, em 2014, no Rio de Janeiro. Ocupando-se do vocal e do violão, contou com a companhia da banda formada por Márcio Arantes (guitarra, baixo acústico), Swami Jr. (violão), Sérgio Reze (bateria), Guilherme Kastrup (bateria e percussão) e Celso Sim (cantor convidado).
Em 2018, lançou em São Paulo o livro Maquinação do Mundo, pela Companhia das Letras. A obra percorreu os textos de Drummond sobre a história da mineração. Em evento gratuito, após a apresentação do livro, o autor autografou a obra.
Em agosto de 2022 lançou o álbum “Vão”. A produção musical foi de Alê Siqueira, sob direção artística de Wisnik. O lançamento foi feito pelo selo Circus em edição digital e CD. Foram incluídas as músicas “O Jequitibá” (José Miguel Wisnik e Carlos Rennó com participação de Ná Ozzetti); “Chorou e Riu” (José Miguel Wisnik); “Roma” (José Miguel Wisnik e Marina Wisnik com Marina Wisnik na voz); “Eu Disse Sim” (José Miguel Wisnik e Carlos Rennó); “Estranha Religião” (José Miguel Wisnik e Guilherme Wisnik com Zahy Guajajara na voz); “Iara” (José Miguel Wisnik com Marina Wisnik na voz); “O Chamado e a Chama” (José Miguel Wisnik e Paulo Neves); “Sereia” (José Miguel Wisnik e Arnaldo Antunes); “Deixe eu Ir” (José Miguel Wisnik e Luiz Tatit); “Avesso Vão” (José Miguel Wisnik e Marina Wisnik, com Marina Wisnik na voz)e “Terra Estrangeira” (José Miguel Wisnik, com Celson Sim na voz)
“Estranha Religião” teve também a participação de três músicos da banda Baiana System: Japa System (percussão e beat eletrônico), Junix (guitarras) e Seko Bass (baixo elétrico).
Tocaram no álbum Fabio Tagliaferri e Neymar Dias (viola caipira); Marcio Arantes, SekoBass e Swami Jr. (baixo); Sérgio Reze e Big Rabello (bateria e percussão); Sophia Chablau, Carina Iglecias, Celso Sim, Carina Iglecias, Ilessi e Marina Wisnik(vocais); João Camarero (violão); Junix , Alexandre Fontanetti e Marcio Arantes (guitarras); Pedro Bandera, Japa System e Felipe Roseno (percussão); Alexandre Ribeiro (clarinetes); Ricardo Herz (violinos e rabeca); Gian Correa (violão de 7 cordas) e Vitor Casagrande (violão tenor).
O álbum foi gravado em diversos estúdios do Rio, de São Paulo, Salvador e Lisboa por Adonias Filho (Estúdio Arsis), Alexandre Fontanetti (Estúdio Space Blues), André Mehmari (Estúdio Monteverdi), Big Rabello (Estúdio Da pá virada), Fabiano França (Estúdio Rock It), Japa System (home studio), Junix (AMNIX studio art), Marcio Arantes (Estúdio Audiorama), Pedro Vinci (Residência de José Miguel Wisnik ), SekoBass (Estúdio SB) e Sérgio Reze (Falando Música Estúdio). A mixagem foi de Gustavo Lenza e a masterização de Carlos Freitas.
(Trilha sonora original do espetáculo do Grupo Corpo)
(Tributo:) Eveline Hecker
(Autoral:) Trilha sonora da Cia. De Dança Grupo Corpo
(Autoral:) Trilha sonora da Cia. De Dança Grupo Corpo
(Autoral:) Trilha Sonora da Cia. de Dança Grupo Corpo
(c/ Hélio Ziskind)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.