
Cantora. Atriz.
Estudou num colégio de freiras, até que dificuldades financeiras a levaram à interrupção de seus estudos. Foi costureira. Após casamento com empresário paulista, retirou-se da vida artística.
Em 1910 estreou como atriz no filme “Vida do Barão do Rio Branco”, de Alberto Botelho. No ano seguinte estreou no Teatro de revistas com “Peço a palavra”, no Teatro Carlos Gomes do Rio de Janeiro. Era uma completa atriz de revista. Dançava, era caricata, representava. Bonita e desembaraçada, com total domínio da platéia, foi, segundo Orestes Barbosa, “a precursora do samba no palco”. Grande dançarina de maxixes. Seu primeiro papel importante foi de Olga na opereta “Ela” encenada no antigo Chantecler. Trabalhou em muitas companhias teatrais, dentre as quais a de Carlos Leal e Procópio Ferreira, tendo montado companhia própria. Trabalhou com Leopoldo Fróes, com quem foi à Bahia e Pernambuco, até ingressar no São José, onde estreou em 1918, na burleta “Flor do Catumbi”, de Luís Peixoto e Carlos Bittencourt, com música de Júlio Cristóbal e Henrique Sánchez. Em 1919, voltou ao cinema, atuando nos filmes “Alma sertaneja” e “Ubirajara”, ambos de Luís de Barros. No ano seguinte, apresentou-se no Teatro São José cantando com grande sucesso, juntamente com Alvaro Fonseca a marcha “Pois não”, de Eduardo Souto e Philomeno Ribeiro, no quadro “Gato, Baêta e Carapicu”, na revista “Gato, baeta e carapicu”, de Cardoso de Meneses, Bento Moçurunga e Bernardo Vivas. Em 1922 , exibiu-se com sua própria companhia no Teatro Recreio, excursionando em seguida por São Paulo e Rio Grande do Sul. Na revista “Se a moda pega”, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses com música de Henrique Vogeler, encenada em 1925 no Teatro João Caetano, interpretou a marcha “Zizinha”, de José Francisco de Freitas. Sua discografia é pequena, com cinco discos para a Victor gravados em 1931, de onde destacam-se o samba “Eu sou feliz” e o samba batuque “Nego bamba”, ambos de J. Aimberê. Neste mesmo ano, participou do filme “Campeão de futebol”, de Genésio Arruda. Ainda na mesma época, gravou do maestro pernambucano Nelson Ferreira, o samba “Tu não nega sê home”. Em 1932 estreou no Teatro Recreio a revista “Calma, Gegê!”, onde interpretou o grande sucesso da temporada, a marcha “Gegê”, de Getúlio Marinho, o Amor e Eduardo Souto. No mesmo ano gravou na Columbia a marcha “Napoleão”, de Joubert de Carvalho. O escritor e musicólogo Mário de Andrade, no Compêndio de História da Música, relacionou entre seus sambas preferidos, quatro gravados por ela: “Nego bamba”, “Vou te levar”, “Eu sou feliz” e “Desgraça pouca é bobagem”. Em 1963, recebeu a medalha Homenagem ao Mérito, da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, por sua dedicação ao teatro brasileiro. Em 1989, o selo Revivendo lançou o LP “Sempre sonhando” com interpretações suas e de Gastão Formenti, Alda Verona, Raul Roulien.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.