5.001
Nome Artístico
Jesy Barbosa
Nome verdadeiro
Jesy de Oliveira Barbosa
Data de nascimento
15/11/1902
Local de nascimento
Campos, RJ
Data de morte
30/12/1987
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantora. Violonista. Jornalista. Poetisa. Rádio atriz. Autora de rádio novelas.

Seu pai era jornalista e a mãe, musicista. Ainda criança aprendeu a tocar violão e teve aulas de canto. Atuou como contista, teatróloga e conferencista. Trabalhou em várias revistas e jornais. Foi das primeiras cantoras da “Era do Rádio” a gravar discos, ainda nos anos 1920.

Dados artísticos

Iniciou a carreira artística em 1928, quando foi convidada por Roquete Pinto e ingressou na Rádio Sociedade, no Rio de Janeiro. Gravou o primeiro disco, pela Victor, em 1929 cantando a canção “Olhos pálidos”, de Josué de Barros e o samba-canção “Medroso de amor”, de Zizinha Bessa, no qual colaborou nos versos, tornando-se a primeira cantora a gravar pela Victor no Brasil. Nesse ano, gravou em dueto com Mário Pessoa o maxixe “Balaio”, de Marcelo Tupinambá. Gravou também a valsa “Cismando”, de Rogério Guimarães, com acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira regia por Pixinguinha e a marcha-canção “Quero um homem bem vestido”, de B. M. de Souza.

Em 1930, foi contratada pela Rádio Clube do Brasil. Nesse ano, foi escolhida em concurso do jornal “Diário Carioca” como a “melhor intérprete de música brasileira”. Gravou no mesmo ano a canção “Minha viola”, de Randoval Montenegro, seu primeiro sucesso; as toadas “Coração de cabocla”, de Plínio Brito e “Cantiga”, de Marcelo Tupinambá; a toada-canção “Volta”, de Mário Lopes de Castro e o fox-trot “Amor”, deJanis e Gouding, com versão sua. Gravou ainda as canções “Quem ama vive a sofrer”, de Sátiro de Melo; “Saudade danada”, de Joubert de Carvalho; “Lenda sertaneja”, de Cândido das Neves e “Romance sertanejo”, de João Valença e Raul Valença.

Em 1931, quando de visita ao Brasil, o Príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VIII da Inglaterra, a elogiou bastante levando diversos discos da cantora para a Grã Bretanha. Gravou em homenagem ao Príncipe o tango “Príncipe de Gales”, de Gastão Lamounier e Mário Lopes de Castro. Nesse ano, gravou as canções “Porque choro”, de Joubert de Carvalho e L. Gonzaga; “No alto da serra”,de Roberto Borges e J. C.Marinho e “Saudade que mata” e “Melodia do coração”,de Jota Machado; o samba-canção “Gostar de alguém”, de Joubert de Carvalho e Crísio Fontes; as valsas “A casa da serra”, de Rosina Mendonça e Nunes da Silva e “Lábios que mentem”, de João Martins e Carlos Medina e o tango “May”,de Renato Leão de Aquino. Gravou também o samba-canção “Baianinha”, de Henrique Vogeler e FreireJúnior.

Registrou em 1932 os tangos “Queixas”, de Zelita Vilar e Réa Cibele e “Meu céu, onde estás?”, de Ademar Rich e Brodt Filho, as canções “Lá dos pampas”, de Gastão Lamounier e “Sabiá cantador”, de Randoval Montenegro e o samba “Um beijo não pecado”, de Gastão Lamounier e Valdo Abreu. Em 1933, gravou na Columbia os fox-canção “Saudades do arranha- céu”, seu último sucesso e “Olhos perdidos”, de Orestes Barbosa e J. Thomaz. Nesse ano, gravou na Odeon a canção “Ninho desfeito” e o fox-trot “Nunca mais”, de Zelita Vilar e Réa Cibele.

Em 1935, passou a atuar na Rádio Tupi.

Atuou posteriormente como rádio atriz e escritora de rádio novelas como “Ressurreição”, levada ao ar pela Rádio Nacional.

Gravou um total de 26 discos, principalmente na Victor, mas também na Columbia e na Odeon com composições de Joubert de Carvalho, Gastão Lamounier, Orestes Barbosa e outros., principalmente canções. Seus maiores sucessos foram a canção “Sábia cantador”, de Randoval Montenegro, a canção-toada “Volta”, de M. Lopes de Castro e o tango “Queixas”, de Zelita Vilar e Rhea Cibele.

Em 1963, publicou o livro de poesias “Cantigas de quem perdoa”, pela Livraria Freitas Bastos, de São Paulo. Foi redatora na Rádio Globo durante nove, atuando ainda como apresentadora. Segundo o compositor e jornalista Orestes Barbosa, sua especialidade, eram “as canções de emoção e pensamento”. Em 1998, o selo Revivendo incluiu sua interpretação de “Medroso amor”, parceria sua com Zizinha Bessa no volume 6 da série “Músicas brasileiras”. Continua sendo uma das mais ignoradas dentre as cantoras pioneiras da Era do Rádio no Brasil.

Discografias
1933 odeon 78 Ninho desfeito/Nunca mais
1933 Columbia 78 Saudades do arranha-céu/Olhos perdidos
1932 Victor 78 Ilusão de amor/Qué, mas finge não querê
1932 Victor 78 Lá dos pampas/Sabiá cantador
1932 Victor 78 Queixas/Meu céu, onde estás?
1932 Victor 78 Um beijo não pecado/Saudade de uma saudade
1931 Victor 78 Lábios que mentem/May
1931 Victor 78 No alto da serra/A casa da serra
1931 Victor 78 Porque choro/Gostar de alguém
1931 Parlophon 78 PríncipedeGales/Impossível
1931 Victor 78 Saudade que mata/Melodia do coração
1931 Victor 78 Se me abanonas/Baianinha
1930 Victor 78 Amor
1930 Victor 78 Canta, canta passarinho/Coração magoado
1930 Victor 78 Cantiga/Volta
1930 Victor 78 Com iaiá é assim/Coração que esqueceu
1930 Victor 78 Eu gosto assim/Canção da saudade
1930 Victor 78 Fruta o mato/Coração fecha os ouvidos
1930 Victor 78 Joias farsas/A viúva do Maneco
1930 Victor 78 Lenda sertaneja/Romance sertanejo
1930 Victor 78 Minha viola/Coração de cabocla
1930 Victor 78 Quem ama vive a sofrer/Saudade danada
1929 Victor 78 Balaio

(Com Mário Pessoa)

1929 Victor 78 Cismando
1929 Victor 78 Olhos pálidos/Medroso de amor
1929 Victor 78 Quero um homem bem vestido
Obras
Amor (c/ Janis e Gouding)
Medroso amor (c/ Zizinha Bessa)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.