
Cantor. Compositor.
Nascido em Niterói, RJ, foi criado em Brasília.
Mudou-se mais tarde para São Paulo.
Atuou, no início da década de 1970, como crooner em boates de São Paulo. Depois, integrou os grupos Corrente de Força e Placa Luminosa, animando bailes por todo o Brasil. Ainda nos anos 1970, chegou a gravar em inglês, com o pseudônimo de Tony Stevens, mas só chegou ao conhecimento do grande público em 1980, no festival MPB Shell, realizado pela Rede Globo, com a música “Porto Solidão”, de Zeca Bahia e Ginko. A música logo se tornou seu maior sucesso e lhe deu , naquele festival, o prêmio de melhor intérprete.
Naquele ano lançou, pela RGE,seu primeiro LP, “Jessé”, que trazia, além de “Porto Solidão”, “Voa liberdade”, de Eunice Barbosa, Mário Maranhão e Mário Marcos; “Palavra de honra”, de Accioly Neto; “Estrela companheira”, de Mário Campanha e Sergio Sá; “Última inspiração”, de Peterpan e “Impulsos”, de César Costa Filho, entre outras. Os discos seguintes de 1981 e 1982 tiveram o mesmo título, “Jessé”, e mantiveram o cantor em evidência.
Em 1983, Jessé ganhou o XII Festival da Canção Organizada (ou Televisão Ibero-Americana- OTI), realizado em Washington, com os prêmios de melhor intérprete, melhor canção e melhor arranjo para “Estrela de papel”, de sua autoria e Elifas Andreato. Em seu disco “Estrela de papel”, do mesmo ano, o cantor interpretou músicas de sua autoria, como a premiada que dava nome ao disco, “Uma mulher”, também parceria com Elifas Andreato, além de “Oração da noite”, adaptação sua para peça do cancioneiro popular tadicional. Nesse disco,Jessé também interpretou “Maria Bethânia”, de Capiba, com participação de Nelson Gonçalves.
Em 1984, lançou o LP duplo “Sobre todas as coisas” cujo disco 1 incluía, entre outras, “Retrato em branco e preto”, de Chico Buarque e Tom Jobin, “Como nossos pais” de Belchior, “Para Lennon e MacCartney”, de Milton Nascimento e Fernando Brant e um pot-pourri de músicas dos Beatles, em homenagem a Lennon e MacCartney. O disco também trazia outra interpretação do cantor para “Maria Bethânia”, de Capiba. No disco 2, interpretava canções como “Coração de Estudante”, de Wagner Tiso e Milton Nascimento, “Fogueira”, de Angela Rô-Rô, “Voa Liberdade”, de Mário Maranhão, Eunice Barbosa e Mário Marcos e “Todas as coisas da Terra”, de Lula Barbosa, Antônio Marcos e A. Poltronieri.
Em 1985, lançou o LP “Todos os palcos”, título da música homônima, da faixa 6, de autoria de Magro e Miltinho do grupo vocal MPB4. No disco o cantor emprestava interpretação a músicas de compositores como Renato Teixeira (“Lua, lua, lua”), Piska (“Gaivota dourada”) e César Rossini e Gil Gerson (“Ravinas”), além de interpretar canções de sua autoria como “Blues Solidão” e “Colo de Serpentes”, parcerias com Elifas Andreato, com quem produziu várias músicas como “Cantiga para ninar o sol” e “Alguém tocando”, de seu LP “Eterno menino, de 1987, em que interpreta também “Alguém cantando ” de Caetano Veloso, “Amor e fascinação”, de Piska e Rosenda e “Silêncio Paulista”, de Accioly Neto e Sérgio Sá.
Ainda nesse ano, lançou o LP “Ao meu pai”, em que interpretava várias versões suas para músicas de temática religiosa do cancioneiro americano, como
Antífona, de W. Henry e H. Maxwell; Rude cruz, de G. Bernnard), Achei um bom amigo, recolhida do cancioneiro Tradicional e “A cidade santa”(Jerusalém) de S. Adams, entre outras.
Seu repertório, bastante diversificado, passou por compositores como Piska, César Costa Filho, Caetano Veloso, Chico Buarque, Sá e Guarabira, César Rossini, Vitor Assis Brasil, Pablo Milanés, Capiba, Milton Nascimento,Carlinhos Vergueiro, Guilherme Arantes, Silvio Caldas e Orestes Barbosa entre outros, além de suas proprias autorias, revelando sua marca de reconhecido intérprete vocal.
Com seu estilo de voz potente, Jessé gravou 12 discos, como os álbuns duplos “O sorriso ao pé da escada” e “Sobre todas as coisas”.
Morreu em março de 1993, com 41anos, num acidente de carro em Ourinhos (interior de São Paulo), quando se dirigia ao Paraná, para fazer um show.