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Nome Artístico
Othon Russo
Nome verdadeiro
Othon Fortes Russo
Data de nascimento
23/1/1925
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
1999
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor.

Foi produtor da gravadora CBS, onde trabalhou também como relações públicas.

Dados artísticos

Compositor de relativo sucesso nos anos 1950, notabilizou-se por fazer sambas-canção, além de versões de boleros, valsa e fox gravados por nomes como Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Zezé Gonzaga, Agostinho dos Santos, Alcides Gerardi, Dalva de Andrade e outros cantores da Era do Rádio, além de outros mais recentes como Elis Regina. Foi responsável por alguns dos primeiros sucessos da cantora Ângela Maria, então em começo de carreira como o bolero “Sabes mentir” e o samba-canção “Só vives pra lua”. Alcançou também os artistas da jovem guarda escrevendo sucessos para Wanderléa, Jerry Adriani e Roberto Carlos.

Uma de suas primeiras composições gravadas foi o bolero “Sabes mentir”, gravação inicial de Ângela Maria na RCA Victor em 1951 e um dos sucessos daquele ano. Em 1952, o samba “Mestre da Vila”, com Paulo Marques foi gravado por Ângela Maria, que teria sido sua namorada por essa época.

Em 1953, o samba-canção “Podes dizer”, parceria com Heber Lobato foi lançado na Copacabana por Carlos Roberto, e o bolero “É ilusão”, letra sua para tema de Bizet com arranjos de Renato César, foi gravado por Ângela Maria, cantora que fez sucesso nesse ano com o samba-canção “Só vives pra lua”, parceria com Ricardo Galeno.

Teve em 1954 o samba-canção “Concordemos”, com Nazareno de Brito, gravado por Ellen de Lima na Columbia, o fox-trot “Encantamento” e o samba “Acordes que choram”, também parcerias com Nazareno de Brito, gravados por Ângela Maria na Copacabana. Em 1955, seu bolero “Preço do silêncio”, com Nazareno de Brito, foi gravado por Dalva de Andrade na Continental, e o também samba-canção “A voz dos sinos”, com Nazareno de Brito, foi registrado na Columbia por Leni Caldeira. No mesmo ano, teve duas músicas gravadas pela cantora Alice Gonzaga, o bolero “Brisa de verão”, com Edel Ney, e o samba-canção “O tempo guardou”, com Nazareno de Brito e José Nunes, além do samba “Acordes que choram”, regravado no LP “A rainha canta”, de Ângela Maria. Em 1956, o samba “Esquenta o couro”, com Paulo Gesta, foi gravado na Polydor por Luiz Vanderley, e o fox “Sinceramente teu”, versão sua para composição de P. F. Webster e Liberace, foi gravado na Columbia pelo cantor Luiz Claudio. Ainda em 1956, o samba-canção “Desejo”, com Paulo Marquez; “Só vives pra lua”, com Ricardo Galeno; “Eterno amargor”, com Paulo Marques e “Sabes mentir”, foram gravados no LP “Isto é Ângela Maria”, de Ângela Maria. Também no mesmo ano, Cauby Peixoto gravou “Acaso” no LP “O show vai começar”.

Em 1957, a música “Desolação” foi gravada por Agostinho dos Santos no LP “Uma voz e seus sucessos”; na Polydor, o bolero “Porque dizer adeus”, com Edel Ney, gravado por Dorinha Freitas na RGE; e o fox “Bem juntinhos”, com Bruno Marnet, gravado por Luiz Cláudio na Columbia. Ainda nesse ano, teve o bolero “Desolação” regravado por Alcides Gerardi e o bolero “Depois de tantos anos”, com Benny Wolkoff, gravado por Zezé Gonzaga, os dois na Columbia. Em 1958, o tango “Foram três anos”, com J. P. Marin, foi gravado por Haroldo de Almeida, e o fox “Os olhos do senhor”, com Renato de Oliveira, foi lançado por José Garcia, ambos na Columbia. Fez também a versão para o paso doble “La machicha”, de R. Estellés, J. Lopez Silva e S. Delgado, gravado por Emilinha Borba, e para a valsa “Tammy”, de J. Livingstone e R, Evans, registrada na voz de Cauby Peixoto. Em 1959, os Trigêmeos Vocalistas gravaram o fox “Bambolim bambola”, com Bruno Marnet.

Em 1960, fez com Coelho Neto a marcha-rancho “A rosa triste”, gravada por Haroldo de Almeida, e com Angela Martignoni a balada “Tu serás” gravada por Sérgio Murilo. Ainda nesse ano, fez a versão para “O dio mio”, de Hoffman e Manning, música gravada por Lana Bittencourt. Teve ainda a música “A voz dos sinos” gravada no LP “Romance” por Tito Madi. Em 1961, a então iniciante cantora Elis Regina regravou “Tu serás” no LP “Viva a brotolândia”.

Em 1962, o samba-canção “A Maria chorou”, com Augusta de Oliveira, foi gravado por Alcides Gerardi na Columbia, o samba-canção “Nós dois sabemos”, com Mário Cavagnaro, foi regravado por Dora Lopes na Copacabana, e “Podes voltar” foi gravada no LP “Poema”, de Elis Regina. Em 1963, Lana Bittencourt gravou o samba-canção “Eu vou chorar alguém”, com Newton Ramalho, e Vilma Coelho gravou na CBS a balada “Como é bom namorar”, parceria com o maestro Astor Silva. No mesmo ano fez com Getúlio Macedo a marcha “A menina da areia”, gravada também na CBS por Emilinha Borba, além de ter a música “Birutinha” gravada por Wanderléa. Ainda nesse ano, foi gravada a música “Há uma história triste”, com Niquinho, por Elis Regina no LP “Viva a Brotolândia” lançado pela CBS, “Canção do amor que virá”, com Jorge Smera registrada por Anísio Silva em LP do mesmo nome, além de “Eu vou chorar alguém”, lançada em “O sucesso é Lana Bittencourt”, da cantora Lana Bittencourt. Fez sucesso em 1965 com a balada “Gosto do jeitinho dela”, com Niquinho, gravada por Roberto Carlos no LP “Jovem guarda”. Teve também o bolero “Foi sempre assim” gravado por Ângela Maria no LP “Boneca”.

Em 1966, Roberto Carlos gravou “Ar de moço bom”, com Niquinho, e Clara Nunes registrou “Amor quando é amor” no LP “A voz adorável de Clara Nunes”. Em 1967, fez grande sucesso com o rock “Bilhetinho apaixonado” gravado pela cantora Kátia Cilene. A “Canção da felicidade” foi gravada no LP “Dedicado a você” de Jerry Adriani, que gravou também “Se esse amor voltar” no LP “Vivendo sem você”. Também no mesmo ano, a música “Deixe o tempo passar” recebeu duas gravações. Uma de Lafayette no LP “Lafayette apresenta os sucessos – VOL. IV”, e outra do grupo Os Jovens. Ainda no mesmo ano, Anísio Silva gravou “Você passou” no LP “Retôrno”, que marcou a volta do cantor aos discos.

Em 1968, teve a música “Eu lhe dei bom dia” gravada no LP “Esperando você” de Jerry Adriani, e “Minha vida” lançada em “Lembrança de você”, disco de Anísio Silva. No ano seguinte, Lafayette gravou “Não vivo sem você” no LP “Lafayette apresenta os sucessos – VOL. VIII”. Em 1970, a música “Vou contar de um a três” foi gravada por Odair José, além de “Depois da ladainha” gravada no LP “Canção de nós dois”, de Cleide Alves, e “Quem me dera” gravada por Jerry Adriani, que gravou no ano seguinte “Basta”.

Em 1972, teve o bolero “Não vou me conformar”, com Niquinho, gravado por Núbia Lafayette no LP “Casa e comida” da Entré/CBS. Em 1974, a música “Chore e namore” foi gravado por Marinês no LP “A dama do Nordeste”. A música “Desencontros” foi gravada por Jerry Adriani em 1977. Em 1985, Núbia Lafayette gravou “Há uma história triste”, com Niquinho no LP “Por amar demais” da RCA Camden. Em 1994, suas músicas “Desejo”, com Paulo Marques e “Só Vives Pra Lua”, com Ricardo Galeno, foram gravadas por Ney Matogrosso no disco “Estava escrito”. Nesse ano, suas canções “Podes voltar”, com Nazareno de Brito, e “Tu serás”, com Ângela Martignoni, foram incluídas no disco “Série dupla: Nasce uma estrela” que incluiu os discos “Viva a Brotolândia” e “Poema” da cantora Elis Regina.

Seus maiores sucessos foram “Sabes mentir”; “Desejo”; “É ilusão”; “Acordes que choram”; “Só vives pra lua”; “Eterno amargor”; “Bem juntinhos”, “O bilhetinho” e “Que culpa tenho eu?”.

Obras
A Maria chorou (c/ Augusta de Oliveira)
A menina da areia (c/ Getúlio Macedo)
A rosa triste (c/ Coelho Neto)
A voz dos sinos (c/ Nazareno de Brito)
Acaso (c/ Nazareno de Brito)
Acordes que choram (c/ Nazareno de Brito)
Amor quando é amor
Ar de moço bom (c/ Niquinho)
Bambolim bambola (c/ Bruno Marnet)
Basta
Bem juntinhos (c/ Bruno Marnet)
Bilhetinho apaixonado
Brisa de verão (c/ Edel Ney)
Canção do amor que virá (c/ Jorge Smera)
Como é bom namorar (c/ Astor Silva)
Concordemos (c/ Nazareno de Brito)
Contigo dançava a noite inteira (c/ Lerner e Loewe)
Deixe o tempo passar
Depois de tantos anos (c/ Benny Wolkoff)
Desejo (c/ Paulo Marques)
Desolação
Encantamento (c/ Nazareno de Brito)
Encontro marcado (c/ Sebastião Silvestre)
Esquenta o couro (c/ Paulo Gesta)
Eu lhe dei bom dia
Eu vou chorar alguém (c/ Newton Ramalho)
Foram três anos (c/ J. P. Marin)
Gosto do jeitinho dela (c/ Niquinho)
Historinha de amor
Há uma história triste (c/ Niquinho)
La machicha (c/ R. Estellés, J. Lopez Silva e S. Delgado)
Mestre da Vila (c/ Paulo Marques)
Não vou me conformar (c/ Niquinho)
Nós dois sabemos (c/ Mário Cavagnaro)
O dio mio (c/ Hoffman e Manning)
O tempo guardou (c/ Nazareno de Brito e José Nunes)
Onde está o amor (c/ José Nunes)
Os olhos do senhor (c/ Renato de Oliveira)
Podes dizer (c/ Heber Lobato)
Podes voltar (c/ Nazareno de Brito)
Porque dizer adeus (c/ Edel Ney)
Preço do silêncio (c/ Nazareno de Brito)
Que culpa tenho eu?
Ribalta (c/ Nazareno de Brito e Fernando César)
Sabes mentir
Se esse amor voltar
Sinceramante teu (c/ P. F. Webster e Liberace)
Sonho que passou (c/ Romeu Nunes)
Só vives pra lua (c/ Ricardo Galeno)
Tammy (c/ J. Livingstone e R, Evans)
Triste não (c/ Jorge Smera)
Tu serás (Angela Martignoni)
Você passou
Voltei (c/ Jorge Smera)
Vou contar de um a três
É ilusão (c/ Bizet e Renato César)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.