
Compositor. Instrumentista. Irmão do compositor Capiba, nasceu numa família de músicos, que formavam um conjunto chamado Os Capibas. Fez estudos musicais com o pai. Teve sete irmãos, e, com um deles, Sebastião, tocou na banda do Ginásio Pernambucano. Por conta dessa atuação musical, os dois estudavam gratuitamente. Atuou nas diversas bandas de música, dirigidas por seu pai, nas cidades de Carpina, Limoeiro e Nazaré da Mata, no interior pernambucano. Atuou também em bandas nas cidades de Taperoá e Campina Grande, na Paraíba.
Em 1913, teve uma composição, o xote “Teu sorriso”, publicada na revista O Malho, no Rio de Janeiro. Nessa época, morava em Taperoá, na Paraíba, onde fez suas primeiras músicas. No mesmo período, como forma de diferenciar-se de seu irmão Lourenço, que era conhecido pelo apelido da família, Capiba, adotou o nome artístico de Marambá. Na Paraíba, atuou como mestre de banda em diversas cidades. Trabalhou no comércio de algodão, ao mesmo tempo em que lutava para dar prosseguimento à carreira artística. Em 1917, compôs o pas de quatre “Sonhos de namorado”. Pouco depois, devido a questões de trabalho, mudou-se para Recife, onde, por volta de 1920, integrou a Orquestra de Pau e Corda do Bloco Carnavalesco Apois Fum, tocando clarineta. Nos anos 1930, atuou como clarinetista na antiga P.R.A P., depois PRA8, e atual Rádio Clube de Pernambuco, onde se apresentava acompanhado ao piano pelo irmão Capiba. Em 1934, obteve sucesso com a marcha “Não caio nessa”, gravada por Carlos Galhardo. Em 1937, venceu o concurso promovido pela Federação Carnavalesca de Pernambuco, com o “Hino do carnaval pernambucano”, em parceria com Aníbal Portela e gravado no mesmo ano pela Orquestra Colúmbia e Coro. Ainda em 1937, venceu um concurso de frevo com “Ui! Que medo eu tive”, em parceria com Aníbal Portela e gravado por Francisco Alves. Em 1942, o mesmo Carlos Galhardo gravou o frevo “Quero quebrar”. Em 1943, Zaccarias e Sua Orquestra gravaram o frevo “Vira as máquinas” e Carlos Galhardo, o frevo-canção “Cai, cai”. No ano seguinte, o próprio Galhardo gravou o frevo-canção “Vamos virar”. Zaccarias e Sua Orquestra gravaram o frevo “Lá vai poeira”, em 1944, e “Espalha brasa” em 1945, ano em que Linda Batista gravou o frevo-canção “Criado com vó”. A partir deste momento, ocorreram sucessivas gravações: em 1946, Linda Batista gravou o frevo-canção “Tire a mão do meu baú” e Zaccarias e sua Orquestra o frevo “Meu chamego é você”; em 1947, foram gravadas de sua autoria o frevo-canção “Vem meu amor”, por Carlos Galhardo, e o frevo “Linguarudo”, por Zaccarias e Sua Orquestra. Em 1950, novamente Carlos Galhardo e Zaccarias e Sua Orquestra tornaram a gravar composições de sua autoria, o primeiro com o frevo-canção “Eu durmo devagar” e o segundo, com o frevo “Aperta o passo”. Em 1951, Carlos Galhardo gravou o frevo-canção “Pediram pra chover”. Em 1955, Almir Távora gravou o frevo-canção “Jacaré comprou cadeira” e José Orlando, o também frevo-canção “Viva a banana”. Em 1957, Rubens Cristino gravou “Cobra-coral”, em parceria com Geraldo Costa, e “Balaio de Maria”, as duas composições do gênero frevo-canção.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.