Compositor. Cantor. Instrumentista (violonista).
Filho de Augusto Menezes, pandeirista do bloco Cometa do Bispo, cantor e compositor de músicas de carnaval, e da etíope Sílvia Saint Ben Lima. Na adolescência, integrou um regional, tocando pandeiro, e fez parte do coro da igreja do Colégio Diocesano São José, onde estudava. Aos 18 anos, ganhou seu primeiro violão e um método para principiantes. Logo em seguida, começou a tocar bossa nova e rock em festas de amigos.
Após anos sem confirmação, a autora do livro “África Brasil: Um Dia Jorge Ben Voou Para Toda a Gente Ver”(Edições Sesc, 2021) obteve certidão de nascimento com a data verdadeira de nascimento de Jorge Benjor: 22 de março de 1939.
Iniciou sua carreira artística em 1961, como pandeirista, ao lado do Copa Trio, grupo liderado pelo organista Zé Maria, que se apresentava na casa noturna Little Club, no Beco das Garrafas (RJ). Em seguida, apresentou-se no Bottles, também no Beco das Garrafas, cantando e tocando músicas de sua autoria. Atuou, também nessa época, como cantor de rock, na boate Plaza (RJ).
Em 1963, voltou a apresentar-se no Bottles, acompanhado pelo Copa Cinco, integrado por Meireles (sax), Pedro Paulo (trompete), Toninho (piano), Dom Um (bateria) e Manoel Gusmão (baixo). Ainda em nesse ano, realizou sua primeira participação em estúdio, atuando como “crooner” nas faixas “Mas que nada” e “Por causa de você, menina”, ambas de sua autoria, incluídas no LP “Tudo azul”, de Zé Maria. Em seguida, foi contratado pela gravadora Philips, e gravou um 78 rpm com essas duas músicas, acompanhado pelo Copa Cinco. O disco obteve muito êxito. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP, “Samba esquema novo”, contendo essas duas canções, além de “Chove chuva”, que veio consolidar seu sucesso como cantor e compositor. O disco atingiu um total de 100 mil cópias vendidas, marca incomum para a época.
Em 1964, lançou os LPs “Sacundin Ben samba” e “Ben é samba bom”.
No ano seguinte, viajou para os Estados Unidos, a convite do Ministério das Relações Exteriores, apresentando-se em clubes e universidades, durante três meses. Dono de um estilo único, chegou a participar de programas antagônicos como “O fino da bossa” e “Jovem guarda” (TV Record). Nessa época, algumas de suas canções foram gravadas nos Estados Unidos: “Mas que nada” e “Chove chuva”, por Sergio Mendes, que chegaram às paradas de sucesso norte-americanas, “Zazoeira”, por Herp Albert, e “Nena Naná”, por José Feliciano.
Lançou, em seguida, os LPs “Big Ben” (1965), com destaque para “Agora ninguém chora mais” e “O bidu – silêncio no Brooklin” (1967).
Em 1968, foi convidado para apresentar-se no programa “Divino maravilhoso”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, transmitido pela TV Tupi.
No ano seguinte, participou do IV Festival Internacional da Canção (TV Globo), interpretando “Charles, anjo 45”, música de sua autoria, incluída no LP “Jorge Ben” (1969), que registrou, também, sucessos como “Crioula”, “Domingas”, “Cadê Teresa”, “País tropical”, “Take it Easy my Brother Charles”, “Bebete, vamos embora” e “Que pena”, todas de sua autoria.
Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção, como autor de “Eu também quero mocotó”, interpretada pelo maestro Erlon Chaves, a Banda Veneno e o Trio Mocotó. Nesse mesmo ano, destacou-se no Midem, em Cannes, com a canção “Domingas”, escrita em homenagem à sua esposa. Ainda nesse ano, gravou o LP “Força bruta”, com destaque para suas composições “Oba, lá vem ela”, “Pulo, pulo” e “O telefone tocou novamente”.
No ano seguinte, lançou o LP “Negro é lindo”, produzido por Paulinho Tapajós, contendo suas canções “Rita Jeep”, “Porque é proibido pisar na grama”, “Que maravilha” (c/ Toquinho), “Maria Domingas” e “Palomaris”, entre outras.
Em 1972, realizou turnê de shows na Itália, Portugal e Japão, onde gravou um disco ao vivo. Ainda nesse ano, venceu o VII Festival Internacional da Canção, com sua composição “Fio maravilha”, defendida por Maria Alcina. Lançou, ainda nesse ano, o LP “Ben”, produzido por Paulinho Tapajós. O disco registrou a canção premiada no festival, além de “Morre o burro fica o homem”, “O circo chegou”, “Paz e arroz”, “Caramba”, “Que nega é essa”, “As rosas eram todas amarelas” e “Taj Mahal”, entre outras de sua autoria.
Em 1973, regravou sucessos de sua carreira no LP “Jorge Ben – 10 anos depois”, produzido por Paulinho Tapajós.
No ano seguinte, lançou o LP “A tábua de esmeralda”, produzido por Paulinho Tapajós, contendo suas canções “Os alquimistas estão chegando”, “O homem da gravata florida”, “Errare humanum est”, “Menina mulher da pele preta”, “Magnólia”, “Minha teimosia, uma arma pra te conquistar”, “O namorado da viúva” e “Hermes Trismegisto e sua celeste Tábua de Esmeralda” (sobre texto de Fulcanelli), entre outras. Em 1975, gravou, com Gilberto Gil, o LP duplo “Gil-Jorge”, co-produzido por Paulinho Tapajós e Perinho Albuquerque. Também nesse ano, apresentou-se no Teatro Sistina, em Roma, em show gravado pela televisão italiana, e no Olympia, em Paris, em espetáculo gravado ao vivo e lançado no LP “Jorge Ben à LOlympia”. Ainda em 1975, lançou o LP “Solta o pavão”, contendo suas composições “Zagueiro” e “Jorge de Capadócia”, entre outras.
No ano seguinte, gravou o LP “África”, com destaque para “Ponta de lança africano (Umbabarauma)”, “Hermes Trismegisto escreveu” e “Xica da Silva”, essa última composta para a trilha sonora do filme homônimo, de Cacá Diégues.
Em 1977, lançou o LP “Tropical”, contendo sucessos de sua carreira.
Gravou, no ano seguinte, o LP “A Banda do Zé Pretinho”, registrando canções de sua autoria como a faixa-título, “Troca troca”, “Bom-dia, boa-tarde, boa-noite, amor”, “Cadê o penalty”, “Menino Jesus de Praga” e “Denise Reis”, entre outras.
Em 1979, lançou o LP “Salve simpatia”, registrando composições próprias como “Boiadeiro” (c/ Augusto de Agosto), “Ive Brussel” e a faixa-título, entre outras.
No ano seguinte, gravou o LP “Alô, alô, como vai?”, com músicas de sua autoria, como “A cegonha me deixou em Madureira” (c/ Augusto de Agosto), “Caê, Caê, Caetano”, “Lady Benedicta” e a canção-título, entre outras. Nessa época, começou a divulgar suas músicas no exterior, apresentando-se em shows e participando de festivais de jazz e “world music”.
Em 1981, lançou o LP “Bem-vinda amizade”, com destaque para sua canção “Curumin chama cunhãtã que eu vou contar (Todo dia era dia de índio)”.
Gravou, em 1983, o LP “Dádiva”, com suas composições “Eu quero ver a rainha” e “Ana Tropicana”, entre outras.
Em 1984, lançou o LP “Sonsual”, registrando suas músicas “Senhora dona da casa”, “A rainha foi embora” e “Irene, cara mia”, entre outras.
Gravou, em 1986, o LP “Jorge Ben Brasil”, contendo “Roberto, corta essa”, “Ladrão batuta” e “O amante vigilante africano”, entre outras.
Em 1989, por questões de direito autoral, alterou seu nome artístico de Jorge Ben para Jorge Benjor. Nesse mesmo ano, lançou o LP “Benjor”, contendo suas composições “Mama África” e “Cabelo” (c/ Arnaldo Antunes), entre outras.
Em 1992, lançou o CD “Jorge Ben Jor ao vivo no Rio”, com destaque para sua canção “W/Brasil (Chama o síndico)”, sucesso nas pistas de dança desde o ano anterior. Voltando às paradas de sucesso, foi “descoberto” por uma nova geração de fãs que vieram engrossar as fileiras de sua legião de admiradores.
No ano seguinte, gravou o CD “23”, contendo suas músicas “Alcohol”, “Eu sou cruel”, “Engenho de Dentro” e “Spirogyra story”, entre outras.
Em 1995, lançou os CDs “Ben World Dance”, contendo versões “radio” e “club dance” para alguns de seus sucessos, e “Homo sapiens”, com destaque para suas composições “Gostosa”, “Rabo preso” e “Gertrudes Bonhausen”.
Gravou, em 1997, o CD “Músicas para tocar em elevador”, ao lado de artistas como Carlinhos Brown, Paralamas do Sucesso e Fernanda Abreu, entre outros.
Em 2002, gravou, no estúdio do Polo de Cine e Vídeo, no Rio de Janeiro, o “Acústico Jorge Benjor” (CD, DVD e musical de televisão), com arranjos de Lincoln Olivetti e produção musical de Paulinho Tapajós, acompanhado de duas bandas. No primeiro set, contou com a Admiral Jorge V, formada por Dadi (baixo), João Vandaluz (piano), Gustavo Schroeter (bateria) e Joãozinho da Percussão. No segundo set, contou com a Banda do Zé Pretinho, formada por J.J. (baixo), Edu (bateria), Lourival (piano) e Nenem da Cuíca. O trabalho contou, ainda, com a participação do grupo vocal Golden Boys e dos músicos Leo Gandelman (sax e flauta), Dirceu Leitte (clarinete e flauta), Bidinho (trompete e flugel), Serginho do Trombone, Zé Carlos (sax e flauta), Marçalzinho (percussão) e Gordinho (surdo), entre outros, e de uma orquestra de cordas. Nesse mesmo ano, também acompanhado da Admiral Jorge V, da Banda do Zé Pretinho e de uma orquestra de cordas sob a regência de Lincoln Olivetti, apresentou-se no Via Funchal (SP) e no ATL Hall (RJ).
Em 2004, participou, ao lado de Gilberto Gil e outros artistas, da gravação do CD “Hino do Fome Zero” (Roberto Menescal e Abel Silva). Nesse mesmo ano, fez show no Noites Cariocas, no Morro da Urca (RJ).
Em 2005, apresentou-se no espaço Oi Noites Cariocas, no Morro da Urca (RJ). Nesse mesmo ano, lançou o CD “Reactivus amor est”, contendo as composições inéditas “Mexe mexe”, “Gabriel, Rafael, Miguel”, “O rei é Rosa Cruz”, “Sãos e salvos”, “Zé Blueman”, “História do homem”, “Janaína Argentina”, “Eu bem que lhe avisei”, “Tupinambás”, “O nome do rei é Pelé”, “Desligado”, “Hoje é dia de festa”, “Maria Helena e Chiquinho”, “Funk Astrid”, “Turba Philosophorum” e “C 589″.
Apresentou-se, em 2005, no Claro Hall (RJ).
No dia 23 de abril de 2007, apresentou-se ao lado de Jorge Vercilo, Jorge Mautner e Jorge Aragão na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em show que reuniu os “Jorges” da música brasileira em homenagem a São Jorge. No repertório, parcerias inéditas, como “Líder dos Templários” (c/ Jorge Vercilo, Jorge Mautner e Jorge Aragão) e “São Jorges” (c/ Jorge Vercilo e Jorge Aragão), e outros sucessos dos quatro artistas. O registro ao vivo do show, com direção musical de Rildo Hora e canja especial de Gilberto Gil, foi lançado, nesse mesmo ano, no CD e DVD “Coisa de Jorge”.
Em 2009, foi lançada a caixa “Salve, Jorge!”, com os 13 álbuns gravados para a Philips (hoje Universal), desde “Samba esquema novo”, de 1963, até “África Brasil”, de 1976, e trazendo ainda um CD duplo com raridades de estúdio, entre as quais “Camisa 12”, “Os Mentes Claras”, “Salve América” e “Silvia Lenheira”.
Em 2011, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box “100 Anos de Música Popular Brasileira”, contendo quatro CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção de oito LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos “MPB 100 ao vivo” realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O compositor participou do volume 6 da caixa, com suas canções “Mas que nada”, “País tropical” e “Fio Maravilha”, as três interpretadas em dueto por Pery Ribeiro e Rosana Toledo, e “Chove chuva”, na voz de Pery Ribeiro. Nesse mesmo ano, apresentou-se no espaço Estação Leopoldina (RJ), pelo projeto “Back2Black”.
Em 2012, fez show na Praia do Pontal, em Paraty, para gravação em CD e DVD do projeto especial “Luau MTV Jorge Benjor”, tendo a seu lado Lorival Costa (teclado), Dadi (baixo), Lucas Real Fernandes (bateria), Neném da Cuíca e ainda um naipe de sopros formado por Marlon Sette, Altair Martins e Jean Arnoult. Nesse mesmo ano, e com os mesmos músicos, apresentou-se no Circo Voador (RJ) e nos espaços Fundição Progresso e Citibank Hall (RJ). Também em 2012, entrou na web o documentário “Imbatível ao extremo: assim é Jorge Ben Jor!”, especial em 10 capítulos sobre sua trajetória artística dirigido e roteirizado por Paulo da Costa e Silva para a Rádio Batuta do Instituto Moreira Salles, com produção de Paulo da Costa e Silva, Adriana Maciel e Heloisa Tapajós.
Em 2013, encerrou, com dois dias de show, a Programação de Verão do Circo Voador.
Constam da relação dos intérpretes de suas canções artistas e grupos como Tamba Trio, Pery Ribeiro, Walter Wanderley, Sérgio Mendes, Herb Alpert & Tijuana Brass, José Feliciano, Ella Fitzgerald, Dizzie Gilespie, Júlio Iglesias, Al Jarreau, Trini Lopez, Fred Bongusto, Mina, Nicoletta, Los Hermanos Castro, Elis Regina, Jair Rodrigues, Papa Gira, Elza Soares, Paulinho Nogueira, Maria Creuza, Tânia Maria, Wilson Simonal, Ivan Lins, Os Incríveis, Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Os Mutantes, Gal Costa, Maria Bethânia, Os Diagonais, Cassiano, Fábio, Banda Black Rio, Tim Maia, Claudete Soares, Maria Alcina, Os Originais do Samba, Moraes Moreira, Zé Ramalho, Leila Pinheiro, Oscar DLeón, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Sandra de Sá, Leci Brandão, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Os Paralamas do Sucesso, Skank, Lulu Santos, Thaíde & DJ 1, Mano Brown e o grupo Racionais MCs, Marisa Monte, Ana Carolina, Simoninha e Luciana Rodrigues, entre outros.
Voltou, em 2016, a unir-se a Toquinho numa nova parceria. A música “Diana Caçadora” deve ser gravada em fonograma com a voz da dupla, além da participação da cantora italiana Fiorella Mannoia.
Em 2017, foi a grande atração do projeto Nivea Viva. Acompanhado pela cantora Céu e pela banda Skank, fez shows em seis cidades brasileiras: Porto Alegre, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Brasília e São Paulo. Com direção artística de Monique Gardenberg, os shows contavam com abertura do Skank, seguidos pela apresentação de Céu. Na sequência, a atração principal. Ao fim do espetáculo, os três se reuniam e encerravam juntos os shows. O repertório contou com 32 músicas, sendo “O dia que o sol declarou seu amor pela Terra” a primeira em todas as apresentações.
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(Coletâneas:)
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(Coletâneas:) (Vários artistas)
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(Extras:)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.
LUNA, Paulo – No compasso da bola. Rio de Janeiro, Irmãos Vitale, 2011.
REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 2013.