5.001
Nome Artístico
Lourival dos Santos
Nome verdadeiro
Lourival dos Santos
Data de nascimento
11/8/1917
Local de nascimento
Guaratinguetá, SP
Data de morte
19/5/1997
Local de morte
Guarulhos, SP
Dados biográficos

Compositor. Com 12 anos de idade, mudou-se para a cidade de Lorena para morar com o avô, devido à morte do pai. Com esta mesma idade, apresentava-se como repentista em folias-de-reis. Em 1933, mudou-se para São Paulo e foi trabalhar no comércio.

Dados artísticos

Um dos mais importantes compositores da música sertaneja, compôs cerca de 1300 músicas, gravadas pelas mais variadas duplas. Sua primeira composição gravada foi a moda de viola “Meu romance”, em parceria com Teddy Vieira, e gravada pela dupla Laranjinha e Zequinha. A mesma dupla gravou em 1949, a moda de viola “Goiânia”, parceria  com Laranjinha. Teve diversos parceiros, dentre os quais destacam-se Tião Carreiro, Teddy Vieira, Sulino, Raul Torres, Piraci, Jacó, Serrinha, Téo Azevedo e Jorge Paulo.  Ao longo dos anos 1950, diversas duplas gravaram composições de sua autoria. Em 1953, Vieira e Vieirinha lançaram a moda de viola “Roubei uma casada”, parceria com Teddy Vieira. Em 1954, Laranjinha e Zequinha gravaram o recortado “Fogo de paia”, feito em parceria com Zequinha. Em 1955, várias duplas gravaram composições suas, destacando-se, “Violeiro sem medo”, cururu feito com Ado Benatti e Brinquinho, e gravado por Luisinho e Limeira; o rasqueado “Peito apaixonado” lançado por Palmeira e Biá, parceria com Francisco Lacerda; o xote “Não interessa” parceria com Teddy Vieira, com as Irmãs Galvão; o cururu “Duas balas de ouro”, parceria com Sebastião Vitor, gravado por Zizo e Zeca. No mesmo ano, a dupla Tonico e Tinoco gravou o cururu “Falcão de penacho”, parceria com Piraci, e a toada “Marca da ferradura” parceria com Riachão. Entre as duplas que gravaram composições suas estão Nízio e Nézio, com o cururu “Degraus da fama”, parceria com Biá, em 1958;  Borandi e Jaguarão, que gravaram a polca “A saudade vai no peito”, feita em parceria com a dupla, Zé Pagão e Fostino, que gravaram a moda de viola “Na boca da cobra”, com Zé Pagão, e Moreno e Moreninho, que em 1962 gravaram, a congada “Amor de rainha” com Sebastião Vitor. No final dos anos 1950, compôs em parceria com Teddy Vieira o “Pagode em Brasília”. Esta composição gravada por Tião Carreiro e Pardinho, seria a primeira de um novo gênero denominado pagode, que ganharia coloração definitiva a partir da batida específica na viola estabelecida por Tião Carreiro. Nesse período, conheceu seus maiores sucessos, a maioria em parceria com Teddy Vieira, Moacyr dos Santos e Tião Carreiro, com os quais compôs entre outras, os sucessos: “Rei do pagode”, “Em tempo de avanço”, “Nove e nove”, “Rancho dos Ipês”, “A vaca já foi pro brejo” e um dos clássicos da música sertaneja e maior sucesso da dupla Tião Carreiro e Pardinho, “Rio de lágrimas”, também conhecido como “Rio de Piracicaba”. Em 1970, as composições “Em tempo de avanço” feita com Tião Carreiro, e “Nove e nove”, feita com Tião Carreiro e Teddy Vieira, foram incluídas na trilha sonora do filme “Sertão em festa”, de Osvaldo de Oliveira. Para ele, compor era “um dom divino que se tinha de sentir”. Tinha também preocupação com o público e com aquilo que ele queria ouvir. Suas primeiras composições foram inspiradas em nomes de namoradas e lugares que conhecia ou por  onde passava. Em 1984 teve a composição “Mineiro de Monte Belo”, parceria com Serrinha, gravada por Rolando Boldrin no disco “Empório brasileiro”, pela Barclay. Em 2002, teve as suas músicas “Pagode em Brasília” (c/ Teddy Vieira); e “A coisa tá feia” (c/Tião Carreiro), gravadas no CD ao vivo “Acústico”, da dupla Edson e Hudson, lançado pela Deckdisc. No mesmo ano, teve a sua música “Hoje eu não posso ir” (c/ Tião Carreiro), regravada pela dupla Di Paullo e Paulino, no CD “Só Modão”, do selo Caravelas. A música também foi incluída no CD “Momentos”, da mesma dupla.
Em 2003, teve 6 músicas de sua autoria gravadas pelo cantor Daniel no álbum “Meu Reino encantado II”, do selo Warner Music Brasil, produzido por Daniel e Manoel Nenzino Pinto. As músicas foram: “Mundo Velho”, com Tião Carreiro, contando com participação especial de José Camillo; “Paixão Dupla”, com Chicão Pereira e Pardinho, com participação especial de Gino e Geno e Borghettinho; “Pagode em Brasília”, com Teddy Vieira, com participação especial de, Cézar e Paulinho; “Prá tudo se dá jeito, com Tião Carreiro, com participação especial de Liu é Léo; “Tudo é beleza”, com Tião Carreiro, com participação especial de Craveiro e Cravinho; e “Minas Gerais”, com Tião Carreiro. Em 2005, o clássico “Rio de Lágrimas”, popularmente conhecido como “Rio de Piracicaba” de sua autoria com Piraci e Tião Carreiro, foi incluído na trilha sonora do filme “2 Filhos de Francisco”, de Breno Silveira.

Em 2017, teve suas composições “Chora Viola” (c/ Tião Carreiro) e “Rio de lágrimas” (c/Piracy e Tião Carreiro), consideradas clássicas, incluídas no repertório da peça teatral “Bem sertanejo – O Musical”, estrelada por Michel Teló e dirigida por Gustavo Gasparani. O espetáculo esteve em cartaz em diversas cidades brasileiras, entre elas São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Ribeirão Preto.

Obras
A coisa tá feia (c/ Tião Carreiro)
A ferro e fogo (c/ Moacyr dos Santos e Tião Carreiro)
A grande cilada (c/ Tião Carreiro e Arlindo Rosas)
A marca da ferradura (c/ Riachão)
A saudade vai no peito (c/ Borandi e Jaguarão)
A vaca já foi pro brejo (c/ Tião Carreiro)
A vida do policial (c/ Tião Carreiro)
A viola e o violeiro (c/ Tião Carreiro)
Ai, meu bem (c/ Jaguarão)
Alerta paulista
Aliança contrariada (c/ Nízio)
Amor de rainha (c/ Sebastião Vitor)
Amor passageiro (c/ Caixeirinho)
Apaixonada
Arrasta pé na tuia (c/ Caçulinha)
Assim caminha a humanidade (c/ Nhô Zé)
Ato de bravura (c/ Vicente Pereira e Tião Carreiro)
Até quinta-feira (c/ Vicente Pereira e Tião Carreiro)
Azulão do reino encantado (c/ Pardinho e Arlindo Rosas)
Bandeira branca (c/ Tião Carreiro)
Boiadeiro de palavra (c/ Moacyr dos Santos)
Briga de amor (c/ Milton Cristofani)
Casamento sem convite (c/ Moacyr dos Santos)
Cerne de aroeira (c/ Jesus Belmiro e Vicente P. Machado)
Chora morena (c/ Priminho)
Chora viola (c/ Tião Carreiro)
Chão abençoado (c/ Dono da Noite)
Cidade morena (c/ Tião Carreiro e Alberto Calçada)
Cochilou o cachimbo cai (c/ Moacyr dos Santos)
Colar da morena
Começo do fim (c/ Moacyr dos Santos e Tião Carreiro)
Confiança (c/ Tião Carreiro e Claudio Balestro)
Criminosa (c/ Sebastião Vitor)
Deixa a rosa no galho (c/ Ingazeiro)
Destino de boêmio (c/ João Pereira)
Duas balas de ouro (c/ Sebastião Vitor)
Em tempo de avanço (c/ Tião Carreiro)
Faca que não corta (c/ Tião Carreiro e Moacyr dos Santos)
Falou e disse (c/ Tião Carreiro e Piraci)
Filho da liberdade (c/ Tião Carreiro e Sebastião Vitor)
Fim da picada (c/ Tião Carreiro)
Fogo de paia (c/ Zequinha)
Gaúcho de São Borja (c/ Raul Torres)
Golpe de mestre (c/ Mairiporã)
Hoje eu não posso ir (c/ Tião Carreiro)
Homem sem rumo (c/ Serrinha)
Linha de frente (c/ Edgar de Souza)
Majestade "O Pagode" (c/ Tião Carreiro)
Menina-moça (c/ Jacó)
Mentira tem perna curta (c/ Tião Carreiro)
Meu destino (c/ Nízio)
Mineirada boa (c/ Tião Carreiro)
Mineiro de Monte Belo (c/ Serrinha)
Moça linda (c/ Miguel Lopes Rodrigues)
Mulher amada (c/ Tião Carreiro)
Mulher de alto preço (c/ Piraci)
Mulher traidora (c/ Jandico)
Mundo véio sem porteira (c/ Teddy Vieira e Zé Carreiro)
Na barba do leão (c/ Priminho)
Namoro invejoso (c/ Teddy Vieira)
Navalha na carne (c/ Tião Carreiro)
Nove e nove (c/ Tião Carreiro e Teddy Vieira)
Não interessa
Não tenha medo morena (c/ Gauchito)
Não é mole não (c/ Tião Carreiro)
O mineiro do pagode (c/ Tião Carreiro e Leonel Rocha)
O mineiro não faz feio (c/ Teddy Vieira)
O mundo no avesso (c/ Tião Carreiro)
O que o diabo fez não presta (c/ Laranjinha)
Os degraus da fama (c/ Nízio)
Pagode em Brasília (c/ Teddy Vieira)
Ponta de espada (c/ Tião Carreiro)
Pula-pula (c/ Moacyr dos Santos)
Pulo de gato (c/ Tião Carreiro)
Quatro anos (c/ Nízio)
Rancho do vale (c/ Tião Carreiro e Claudio Rodante)
Rancho dos Ipês (c/ Tião Carreiro)
Rei do pagode (c/ Moacyr dos Santos)
Resposta (c/ Moreno)
Rio de lágrimas (c/ Piraci e Tião Carreiro)
Rio de pranto (c/ Carminha e Tião Carreiro)
Roubei uma casada
Sete flexas (c/ Tião Carreiro e Zé Mineiro)
Seu remédio (c/ Catireiro)
Sonhei que o mundo virou (c/ Laranjinha)
Sou demais em teu caminho
Só tenho uma viola (c/ Zico)
Talento e formosura (c/ Sertãozinho)
Tocando viola (c/ Rubens Amaral)
Trilhos da Bahia (c/ Moacyr dos Santos e Jacozinho)
Tropeiro velho (c/ Nízio)
Uma coisa puxa outra (c/ Tião Carreiro e Claudio Balestro)
Vaqueiro do norte (c/ Tião Carreiro e Moacyr dos Santos)
Vencendo sempre (c/ Piraci)
Vida de cobrador (c/ Saulinho)
Viola barulhenta (c/ Tião Carreiro e Milton José)
Viola chic-chic (c/ Tião Carreiro e Zelão)
Viola divina (c/ Tião Carreiro)
Viola que vale ouro (c/ Tião Carreiro e Alberto Calçada)
Violeiro sem medo (c/ Sulino)
Viver ingrato (c/ Jandico e Sebastião Vitor)
Vizinha fuxiqueira (c/ Moacyr dos Santos e Sulino)
É isto que o povo quer (c/ Tião Carreiro e Zé Mineiro)
Índio paulistano (c/ Teddy Vieira e Piraci)
Último beijo (c/ Dono da Noite)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

LUNA, Paulo. “Dos braços dessa viola à dissonância de uma guitarra: A tensão entre tradição e modernidade na música caipira e sertaneja”. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2005.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.