
Compositor. Com 12 anos de idade, mudou-se para a cidade de Lorena para morar com o avô, devido à morte do pai. Com esta mesma idade, apresentava-se como repentista em folias-de-reis. Em 1933, mudou-se para São Paulo e foi trabalhar no comércio.
Um dos mais importantes compositores da música sertaneja, compôs cerca de 1300 músicas, gravadas pelas mais variadas duplas. Sua primeira composição gravada foi a moda de viola “Meu romance”, em parceria com Teddy Vieira, e gravada pela dupla Laranjinha e Zequinha. A mesma dupla gravou em 1949, a moda de viola “Goiânia”, parceria com Laranjinha. Teve diversos parceiros, dentre os quais destacam-se Tião Carreiro, Teddy Vieira, Sulino, Raul Torres, Piraci, Jacó, Serrinha, Téo Azevedo e Jorge Paulo. Ao longo dos anos 1950, diversas duplas gravaram composições de sua autoria. Em 1953, Vieira e Vieirinha lançaram a moda de viola “Roubei uma casada”, parceria com Teddy Vieira. Em 1954, Laranjinha e Zequinha gravaram o recortado “Fogo de paia”, feito em parceria com Zequinha. Em 1955, várias duplas gravaram composições suas, destacando-se, “Violeiro sem medo”, cururu feito com Ado Benatti e Brinquinho, e gravado por Luisinho e Limeira; o rasqueado “Peito apaixonado” lançado por Palmeira e Biá, parceria com Francisco Lacerda; o xote “Não interessa” parceria com Teddy Vieira, com as Irmãs Galvão; o cururu “Duas balas de ouro”, parceria com Sebastião Vitor, gravado por Zizo e Zeca. No mesmo ano, a dupla Tonico e Tinoco gravou o cururu “Falcão de penacho”, parceria com Piraci, e a toada “Marca da ferradura” parceria com Riachão. Entre as duplas que gravaram composições suas estão Nízio e Nézio, com o cururu “Degraus da fama”, parceria com Biá, em 1958; Borandi e Jaguarão, que gravaram a polca “A saudade vai no peito”, feita em parceria com a dupla, Zé Pagão e Fostino, que gravaram a moda de viola “Na boca da cobra”, com Zé Pagão, e Moreno e Moreninho, que em 1962 gravaram, a congada “Amor de rainha” com Sebastião Vitor. No final dos anos 1950, compôs em parceria com Teddy Vieira o “Pagode em Brasília”. Esta composição gravada por Tião Carreiro e Pardinho, seria a primeira de um novo gênero denominado pagode, que ganharia coloração definitiva a partir da batida específica na viola estabelecida por Tião Carreiro. Nesse período, conheceu seus maiores sucessos, a maioria em parceria com Teddy Vieira, Moacyr dos Santos e Tião Carreiro, com os quais compôs entre outras, os sucessos: “Rei do pagode”, “Em tempo de avanço”, “Nove e nove”, “Rancho dos Ipês”, “A vaca já foi pro brejo” e um dos clássicos da música sertaneja e maior sucesso da dupla Tião Carreiro e Pardinho, “Rio de lágrimas”, também conhecido como “Rio de Piracicaba”. Em 1970, as composições “Em tempo de avanço” feita com Tião Carreiro, e “Nove e nove”, feita com Tião Carreiro e Teddy Vieira, foram incluídas na trilha sonora do filme “Sertão em festa”, de Osvaldo de Oliveira. Para ele, compor era “um dom divino que se tinha de sentir”. Tinha também preocupação com o público e com aquilo que ele queria ouvir. Suas primeiras composições foram inspiradas em nomes de namoradas e lugares que conhecia ou por onde passava. Em 1984 teve a composição “Mineiro de Monte Belo”, parceria com Serrinha, gravada por Rolando Boldrin no disco “Empório brasileiro”, pela Barclay. Em 2002, teve as suas músicas “Pagode em Brasília” (c/ Teddy Vieira); e “A coisa tá feia” (c/Tião Carreiro), gravadas no CD ao vivo “Acústico”, da dupla Edson e Hudson, lançado pela Deckdisc. No mesmo ano, teve a sua música “Hoje eu não posso ir” (c/ Tião Carreiro), regravada pela dupla Di Paullo e Paulino, no CD “Só Modão”, do selo Caravelas. A música também foi incluída no CD “Momentos”, da mesma dupla.
Em 2003, teve 6 músicas de sua autoria gravadas pelo cantor Daniel no álbum “Meu Reino encantado II”, do selo Warner Music Brasil, produzido por Daniel e Manoel Nenzino Pinto. As músicas foram: “Mundo Velho”, com Tião Carreiro, contando com participação especial de José Camillo; “Paixão Dupla”, com Chicão Pereira e Pardinho, com participação especial de Gino e Geno e Borghettinho; “Pagode em Brasília”, com Teddy Vieira, com participação especial de, Cézar e Paulinho; “Prá tudo se dá jeito, com Tião Carreiro, com participação especial de Liu é Léo; “Tudo é beleza”, com Tião Carreiro, com participação especial de Craveiro e Cravinho; e “Minas Gerais”, com Tião Carreiro. Em 2005, o clássico “Rio de Lágrimas”, popularmente conhecido como “Rio de Piracicaba” de sua autoria com Piraci e Tião Carreiro, foi incluído na trilha sonora do filme “2 Filhos de Francisco”, de Breno Silveira.
Em 2017, teve suas composições “Chora Viola” (c/ Tião Carreiro) e “Rio de lágrimas” (c/Piracy e Tião Carreiro), consideradas clássicas, incluídas no repertório da peça teatral “Bem sertanejo – O Musical”, estrelada por Michel Teló e dirigida por Gustavo Gasparani. O espetáculo esteve em cartaz em diversas cidades brasileiras, entre elas São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Ribeirão Preto.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
LUNA, Paulo. “Dos braços dessa viola à dissonância de uma guitarra: A tensão entre tradição e modernidade na música caipira e sertaneja”. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2005.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.