
Poeta. Compositor.
Muito popular na primeira metade do século XX no Brasil. Da conhecida família pernambucana Carneiro da Cunha, transferiu-se para o Rio de Janeiro aos oito anos. Dedicou-se à literatura, tendo publicado seu primeiro livro de versos,”Visões de moço”, aos 15 anos. Foi membro da Academia de Ciências de Lisboa. Em 1926, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1945, foi foi Delegado da Academia Brasileira de Letras na Conferência Inter-Americana de Lisboa para o acôrdo ortográfico. Em 1953, foi nomeado pelo presidente Getúlio Vargas embaixador do Brasil em Portugal.
Em 1927, no auge de sua carreira literária e já acadêmico da Academia Brasileira de Letras, recebeu a visita de Joubert de Carvalho, que musicara dois poemas seus, “Cai, cai balão” e “Tutu marambá”, dando início a uma importante parceria de 21 músicas. Em 1928, Marcelo Tupinambá musicou seus versos para a canção “Infantil”, gravada por Leontina Kneese. Fez com Ari Kerner as canções “Sapo cururu” e “O boiadeiro”, gravadas por Sérgio da Rocha Miranda, na Odeon. No mesmo período seus monólogos “Kremesse”, “Intriga feminia”, “O flirt” e “Telefonema”, foram gravados por Procópio Ferreira. Ainda nesse ano, Gastão Formenti gravou a canção “Tutu marambá”, parceria com Joubert de Carvalho. Francisco Alves gravou o acalanto “Sapo cururu”, parceria com Hekel Tavares. Ainda no mesmo ano gravou na Parlophon declamando seus poemas “As duas sombras”, “O soldadinho que passa” e “Meu Brasil”. Em 1929, Aracy Cortes gravou o samba-canção “A polícia já foi lá em casa”, parceria com o maestro Júlio Cristóbal e o samba “Tu qué tomá meu home”, parceria com Ary Barroso e uma das primeiras composições gravadas de Ary Barroso, Oscar Gonçalves a valsa “Hula” e o fox-trot “Loiras e morenas”, parcerias com Joubert de Carvalho. No mesmo ano, Francisco Alves gravou os cocos “Meu barco é veleiro”, “Benedito pretinho” e “Vadeia caboclinho”, parcerias com Hekel Tavares e o fox-blue “Dor de recordar”, parceria com Joubert de Carvalho. No mesmo período, Gastão Formenti gravou a valsa “Arrependimento”, parceria com Gastão Lamounier e a canção “Cai, cai balão” e a valsa “Hula”, com Joubert de Carvalho. Em 1930, compôs com Jaime Ovalle a toada “Zé Raimundo” gravada por Gastão Formenti e colocou letra no motivo popular “Puntinho branco”, gravado por Olga Praguer Coelho na Odeon. A mesma Olga Praguer Coelho gravou a canção “Renúncia, parceria com Joubert de Carvalho. Ainda no mesmo ano, Gastão Formenti gravou a valsa “Suave recordação”, parceria com Gastão Lamounier.
Em 1931, seus versos “Mãe preta” e “O soldadinho que passa”, foram gravados por Ivone Bastos. Nesse ano, na gravadora Victor, Floriano Belham gravou o fox-canção “A carícia de um beijo”, Carmen Miranda as marchas “Absolutamente” e “Se você quer” e Gastão Formenti o cateretê “De papo pro á” e a canção “Zingara”, parcerias com Joubert de Carvalho. Ainda no mesmo ano, Elisinha Coelho gravou na Parlophon com o Bando de Tangarás o samba “Nega baiana”, parceria com Ary Barroso. Em 1932, Gastão Formenti gravou o fox-trote “Beduíno”, Alda Verone e César Pereira Braga a valsa “Canção do abandono” e Jorge Fernandes a canção “Caboclinho”, parcerias com Joubert de Carvalho. Nesse mesmo ano, Vicente Celestino gravou na Columbia a canção “Meu Brasil”, parceria com Pedro de Sá Pereira. Em 1933, Roberto Vilmar gravou o samba-canção “Moreninha brasileira”, Carmen Miranda o fox-canção “Bom dia, meu amor!”, Gastão Fomenti a valsa “Mariúza”, Sílvio Vieira a canção “Felicidade”, com Joubert de Carvalho
Em 1934, foi eleito deputado à Constituinte e um ano depois teve seus versos incluídos na opereta “Mariúsa”, com libreto de Cláudio de Souza e música de Joubert de Carvalho. No mesmo ano, Jorge Fernandes gravou a valsa-canção “Amor, brinquedo de criança” e Roberto Vilmar a canção “Indiferente”, parcerias com Joubert de Carvalho. Em 1940, Laurindo de Almeida regravou ao violão o cateretê “De papo pro á”. Alguns de seus poemas receberam mais de uma letra como foram os casos de “Renúncia”, musicado por Joubert de Carvalho e Gastão Lamounier e “Zé Raimundo”, por Stefana de Macedo e Jaime Ovalle. Em 1954, a canção “Meu Brasil”, com Pedro de Sá Pereira foi gravada por Vicente Celestino na RCA Victor. Em 1959, um ano depois de sua morte foi homenageado no LP tributo “Olegário Mariano (O Príncipe dos Poetas) e a música de Joubert de Carvalho”, lançado pela gravadora Sinter com 12 parcerias suas com Joubert de Carvalho, com interpretasção da orquestra de Carlos Monteiro de Souza: “Hula”, “Bom dia meu amor”, “Amor brinquedo de criança”, “A carícia de um beijo”, “Beduíno”, “Mariúza”, “De papo pro á”, “Dor de recordar”, “Canção do abandono”, “A felicidade”, “Galanteria”, e “Zíngara”. Em 1963, o samba-canção “Tu ficarás”, com Marília Batista, foi gravado por Rinaldo Calheiros no LP “Uma lágrima tua” da gravadora Copacabana. Em 1997, sua canção “Absolutamente”, com Joubert de Carvalho, foi gravada pela cantora Vânia Bastos, no LP “Diversões não eletrônicas” lançado por ela pela gravadora Velas. Em 2009, por ocasião dos 40 anos da morte do maestro alagoano Hekel Yavares teve duas parcerias suas com ele gravadas pela cantora Ana Salvani no CD “Alma cabocla”: “Côcos” e “Lavandeirinha”.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.