
Cantor. Compositor.
Filho mais velho de quatro irmãos, aos sete anos de idade mudou-se para São João del Rey, Minas Gerais, e aos oito começou a estudar violão. Nesta época, compôs sua primeira canção, “Lenheiro”, nome do rio que corta a cidade. De volta ao Rio de Janeiro, venceu seu primeiro festival com a “Canção pra ninar gente pequena”, aos 13 anos de idade. Em 1971, mudou-se com a família para Brasília (DF), cidade que viria a adotar e que é tema constante em sua obra. Lá conheceu a família Prista Tavares, da qual fazia parte o Maestro Otávio Maul. Interessou-se pela música erudita, passando a estudar de forma autodidata. Participou de festivais, nos quais conheceu amigos e parceiros que o acompanhariam pela vida afora como José Alexandre, Raimundo Marques, Ulysses Machado, Madalena Salles. Nesta ocasião, começou a fazer shows e a escrever os arranjos para suas músicas. Cursou as faculdades de Jornalismo e Música, porém não chegou a graduar-se.
Em 1972, participou do VI Festival Inrternacional da Canção (TV Globo), classificando a música “Abertura”.
Em 1975, estreou sua primeira peça musical, “João sem nome”, escrita em 1974, em parceria com o amigo de infância Mongol. Ainda em 1975, assinou seu primeiro contrato com a gravadora Som Livre, pela qual lançou seu primeiro compacto, “Sem mandamentos”.
Em 1976, “João sem nome” foi reencenada no Rio de Janeiro, com direção do coreógrafo uruguaio Hugo Rodas. Foi a partir deste espetáculo que ganhou o título de “Menestrel”, atribuído pelo crítico de teatro Yan Michalsky. Nesse mesmo ano, participou do primeiro show de artistas desconhecidos da série “Seis e Meia”, no Rio de Janeiro, ao lado de Marlui Miranda e Vital Lima.
Seu primeiro LP, “Trilhas”, produzido por Frank Justo Acker, foi lançado em 1977 de forma independente.
No ano seguinte, assinou contrato com a WEA.
Teve seu definitivo reconhecimento nacional no festival da TV Tupi, em 1979, com a música “Bandolins”, classificada em terceiro lugar, e com a primeira colocação de “Agonia”, música de Mongol, um ano depois no festival “MPB 80 (Rede Globo).
Montou, em Brasília, o espetáculo musical “Veja você Brasília”, junto com Mongol, José Alexandre e Madalena Salles. Foram selecionados artistas locais a partir de mais de 500 testes. Foram 60 os aprovados, entre eles os ainda desconhecidos Cássia Eller, Zélia Duncan, Marcelo Saback e Raimundo Lima. O espetáculo estreou em março de 1981, no Teatro Villa-Lobos.
Em Belo Horizonte (MG), junto com o mesmo grupo, montou o espetáculo “Cristal”, composto também por artistas da cidade, no ano de 1982. Foi lá que conheceu a bailarina Marjorie Quast, para quem escreveu o ballet “A dança dos signos”. O espetáculo foi encenado pelo grupo de dança da escola de Marjorie, Núcleo Artístico de BH. Ess foi o primeiro trabalho que realizaram juntos. O mesmo espetáculo, transformado em musical, foi em seguida montado no Rio de Janeiro. A temporada prevista para um mês estendeu-se por três anos ininterruptos e percorreu, durante 10 anos, outras cidades brasileiras.
Em 1985, participou do “Festival dos Festivais” (Rede Globo), com a música “Condor”, chegando às finais.
Lançou, em 1986, “Os menestréis” e, no ano seguinte, “Aldeia dos ventos”, disco que contou com a participação de Zizi Possi, Ney Matogrosso, Gonzaguinha, Lucinha Lins, José Alexandre e Glória Pires, entre outros.
Em 1991 e 1992, respectivamente, lançou ” Vida de artista” e “Mulungo”.
Em 1993, gravou “Seu Francisco”, com composições de Chico Buarque. O disco gerou no show homônimo produzido por Hermínio Bello de Carvalho.
Lançou, em 1995, “Aos filhos dos hippies”, com composições inéditas.
Ainda na década de 1990, lançou os CDs “O Vale Encantado” (1997), também em livro e home-vídeo, “Letras Brasileiras” (1997), “A lista” (1999) e “Escondido no tempo” (1999).
Em 1999, remontou no Café Teatro Arena (RJ) “Léo e Bia”, ” A dança dos signos” e ” A lista”.
Em 2000, apresentou o show “20 anos de histórias” em diversos estados brasileiros, incluindo o Teatro Municipal de Ouro Preto (MG), e o Canecão, no Rio de Janeiro.
Ao longo de sua carreira, recebeu 5 Discos de Ouro e 1 Disco de Platina.
Escreveu a música de sete espetáculos de dança, a trilha musical de nove peças teatrais, além da trilha do curta metragem “O rato” (1987), de Wilson Solon, e da minissérie “O farol” (1989), da TV Manchete.
Constam ainda de sua discografia “Entre uma balada e um blues” (2001), “Estrada nova” (2002), “Letras brasileiras II” (2003) e “Aldeia dos ventos” (2004).
Comemorando 25 anos de carreira, lançou, em 2004, o CD e DVD “Ao vivo – 25 anos”. Fez show de lançamento no Claro Hall (RJ).
Em 2005, lançou o CD “Léo e Bia 1973”, contendo regravações de canções do musical “Léo e Bia”, com a participação de alguns convidados, como Ney Matogrosso (na faixa-título), Zé Ramalho (em “Anjos e demônios”), Moska (em “Pra longe do Paranoá”), Sandra de Sá (em “Vida de artista”) e Jorge Vercilo (em “Janelas de Brasília”), além da atriz Glória Pires, recitando versos de três canções num pout-pourri. O musical foi apresentado, nesse mesmo ano, no Canecão (RJ).
Em 2007, estreou seu musical “Tipos”, no Teatro Dias Gomes (SP), baseado no programa homônimo que apresentou durante dois anos no Canal Brasil. O espetáculo, com trilha sonora de sua autoria, trouxe ao palco uma banda e 50 atores.
Revisitando antigos sucessos, lançou, em 2008, o CD e DVD “Intimidade”, segundo da série produzida pela Som Livre, com gravações em seu próprio apartamento, no Rio de Janeiro, e em Brasília, onde o cantor morou durante a juventude.
Gravou e lançou, em 2010, o disco “Canções de amor”, composto por 16 faixas, dentre as quais: “Sempre não é todo dia”, “Não há segredo nenhum”, “Quem havia de dizer”, “ Estrelas”, “Bandolins”, “Por brilho”, “Travessuras” e “Tempo das águas”.
Nesse mesmo ano, dirigiu “Léo e Bia”, baseado em seu musical homônimo apresentado em 1973. Para esse filme, montou sua própria companhia, a Cia Mulungo, com a qual recebeu o prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Cinema Cine-PE/Recife. O trabalho foi agraciado, também, com o prêmio de melhor atriz, para Paloma Duarte. O filme foi exibido no Brazilian Film Festival, em Los Angeles, e no Brazilian Endowment for the Arts Film Society, em Nova Iorque, e foi muito bem recebido pela crítica.
Em 2011, lançou o CD “De passagem”, com suas canções “Sem susto” (c/ José Alexandre), “Não importa por que”, “Eu quero ser feliz agora”, “Todo mundo tá falando”, “Velhos amigos”, “Asas”, “Quem é que sabe?”, “Anda” e “Pra ser feliz”, além de “A vida quis assim” (Mongol), “Palma” (Ulysses Machado) e “De passagem” (Léo Pinheiro, Tião Pinheiro e J. Bulhões).
No ano seguinte, saiu seu trabalho “Oswaldo Montenegro e Cia Mulungo”, um projeto que misturou teatro, música e poesia. O disco trouxe regravações de clássicos de Sá e Guarabyra, Caetano Veloso, Lui Coimbra, Accioly Neto, além de canções já consagradas ao longo de sua carreira. Composto por 2 discos, com 13 faixas cada um, o disco virou, no mesmo ano, DVD. Dentre as músicas selecionadas para o projeto: “Canção da feira”, “Um índio”, “Escondido no tempo”, “Cuitelinho”, “Retrato”, “Lenda da lavadeira”, “Tua festa”, “Astrologia”, “Oxum” e “Sobradinho”.
Em 2013, dirigiu, contando com recursos próprios e com a coprodução do Canal Brasil, seu segundo longa metragem,“Solidões”, no qual também atuou ao lado de Vanessa Giácomo. Mais uma vez, conseguiu que seu filme fosse elogiado pela crítica especializada, tanto por seu trabalho na direção uquanto na atuação.
Três anos mais tarde, lançou “O perfume da memória”, disponibilizado em seu canal no youtube. Rodado no Rio de Janeiro, o longa metragem foi, assim como os anteriores, também financiado com recursos próprios: “A música é uma mãe para mim. Faço shows para ganhar dinheiro e investir nos meus projetos de cinema. Essa é a minha vida atual. Já tive que parar filmagem no meio por isso. Me ligavam e diziam ‘Acabou a grana, para tudo, faz dez shows no interior’. É paixão mesmo”, declarou ao jornal O Globo.
Em 2019 lançou no YouTube o longa-metragem “A chave do Vale Encantado”, dirigido, roteirizado, narrado e montado por ele mesmo, que também criou a trilha sonora. As gravações foram feitas na cidade de Visconde de Mauá e no bairro de Copacabana, no Rio de janeiro. O filme foi lançado no cine Velas Artes na cidade de São Paulo e foi uma adaptação de seu livro “O Vale Encantado” (1990).
(Trilha sonora do musical)
(Trilha sonora do musical)
(Trilha sonora do musical)
(Trilha sonora do musical)
(Trilha sonora da peça)
(Trilha sonora da peça)
SEVERIANO, Jairo e HOMEM DE MELLO, Zuza. A canção no tempo vol. 2. São Paulo: Editora 34, 1998.