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Nome Artístico
Nílton Bastos
Nome verdadeiro
Nílton Bastos
Data de nascimento
12/7/1899
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
8/9/1931
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor.

Seu pai era um comerciante português e sua mãe, costureira. Foi criado no bairro carioca de São Cristóvão. Não concluiu o curso primário e nunca estudou música. Tocava piano de ouvido. Trabalhou como torneiro mecânico no Arsenal de Guerra. Faleceu aos 31 anos, de tuberculose. Foi homenageado, depois de sua morte, por Ismael Silva (seu parceiro), Noel Rosa e Francisco Alves, com o famoso samba “Adeus”, gravado em 1932, por Jonjoca e Castro Barbosa pela RCA Victor.

Dados artísticos

Começou desde jovem a freqüentar as rodas de samba e ranchos carnavalescos da época, como o Ameno Resedá e Flor de Abacate. Na década de 1920, já freqüentava o Bar e Café Apolo, reduto dos sambistas e compositores que, como ele, desenvolveram esse gênero no Rio de Janeiro. Tinha como companheiros nessas rodas Ismael Silva, Baiaco, Bide, Brancura, Mano Rubem e muitos outros. Começou a compor em parceria com Ismael Silva.

Em 1929 teve sua primeira música gravada, o samba “O destino Deus é quem dá”, por Mário Reis na Odeon, um dos sucessos do ano.

No final da década de 1920, Francisco Alves manifestou a Ismael Silva o desejo de gravar suas músicas, com a condição de que seu nome constasse nos créditos como co-autor. Ismael então impôs que o nome de Nilton Bastos, seu parceiro habitual, também fosse incluído. Esse episódio deu margem a que a autoria de diversos sambas assinados pelos três causasse polêmica. Entre esses, o antológico “Se você jurar”, sucesso no carnaval de 1931 com a interpretação de Francisco Alves e Mário Reis na Odeon. “Se você jurar”, além de um clássico, tornou-se um dos principais modelos de samba dos anos 1930, quando os sambistas e compositores ligados à primeira escola de samba, “Deixa falar”, entre eles, Ismael e Nílton, começaram a “desamaxixar” o samba. Francisco Alves passou a ser co-autor em muitas outras músicas da dupla, quase sempre sem ter composto efetivamente as peças que assinava. A época, contudo, admitia éticamente tal procedimento, já que a MPB era considerada um produto de menor valor financeiro. A polêmica sobre a verdadeira autoria de “Se você jurar” ainda persiste. Há indícios, segundo descendentes do compositor, de que “Se você jurar” tenha sido composto apenas por Nílton Bastos. Tal afirmação nunca chegou a ser provada. Ismael dizia que a primeira parte era de Nílton, com sua ajuda e a segunda toda sua. Para Mário Reis, o samba era só de Nílton Bastos. Já Francisco Alves, declarou em sua autobiografia que a segunda parte do samba era toda sua.

Outros sambas em parceira com Ismael fizeram sucesso com a dupla Francisco Alves e Mário Reis: “Não há”, em 1931; “O que será de mim”, em 1931 na Odeon e “Nem é bom falar”, gravado só por Francisco Alves em 1931, também na Odeon. Integrou também o grupo “Bambas do Estácio”, que acompanhava Francisco Alves nas gravações. Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o ICCA – Instituto Cultural Cravo Albin a caixa “100 anos de música popular brasileira” com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 1 está incluído seu samba “Se você jurar”, com Ismael Silva e Francisco Alves, na gravação de Paulo Marquez.

Obras
Arrependido (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
Eu bem sei (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
Feiticeiro (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
Nem é bom falar (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
Não há (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
O destino Deus é quem dá
O que será de mim (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
Se você jurar (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
É bom evitar (c/ Ismael Silva e Francisco Alves)
Bibliografia Crítica

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Rio de Janeiro: MEC, 1956.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo.São Paulo: Editora 34, 1997.