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Nome Artístico
Leonel Azevedo
Nome verdadeiro
Leonel Azevedo
Data de nascimento
12/8/1908
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
16/10/1980
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Violonista. Cantor.

Cursou o primário na Escola General Mitre, no Morro do Pinto. Durante um ano, estudou piano com uma prima. Estudou violão e foi funcionário da Companhia Telefônica desde 1927, aposentando-se em 1962. Foi homenageado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que deu o seu nome à Escola Municipal Leonel Azevedo, na Ilha do Governador.

Dados artísticos

Parceiro constante de J. Cascata na década de 1930. Compôs sua primeira música, “Chora coração” em 1930. A canção nunca foi gravada, mas sim apresentada pelo próprio autor, em programa na Rádio Eldorado. Em 1935, foi aprovado num teste na Rádio Phillips e, a convite de Dario Murce, foi escalado para cantar no programa “Horas do outro mundo”, de Renato Murce. Foi lá que conheceu J. Cascata, seu parceiro em várias músicas. Os dois foram, posteriormente, transferidos para outro programa do mesmo produtor: “Horas sertanejas”, onde foram contratados para apresentar músicas suas. A partir daí, suas músicas começaram a ser gravadas na interpretação de grandes nomes do Rádio da época.

Em 1936 teve as primeiras composições gravadas, as canções “História Joanina” e “Mágoas de caboclo”, parcerias com J. Cascata registradas por Orlando Silva na Victor. No ano seguinte, o mesmo Orlando Silva gravou a valsa “Lábios que beijei”, grande sucesso no ano de 1937. A música trazia uma novidade em matéria de arranjo. Radamés Gnattali criou uma orquestração onde se destacavam o naipe de cordas, inovação que, a partir de então, passou a ser obrigatória na gravação do repertório romântico brasileiro, segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. Outro sucesso seu na voz de Orlando Silva foi o samba “Juramento falso”. Ainda em 1937, compôs com Sá Róris o choro “Apanhei um resfriado” gravado por Almirante e com J. Cascata, o samba “Não chores” e a marcha “Não pago o bonde” gravados por Odete Amaral, sendo que esta marcha fez grande sucesso no carnaval do ano seguinte. Em 1939, Sílvio Caldas gravou outra de suas parcerias com J. Cascata a valsa “Maria” e Carlos Galhardo a valsa “Um sorriso…uma frase…uma flor” e o samba canção “Quem foi?”, com o mesmo parcerio.

Em 1940, Violeta Cavalcânti gravou a marcha “Vou sair de Pai João” e Orlando Silva o samba “Desilusão” e a valsa “Quero voltar aos braços teus”, todas parcerias com J. Cascata. Em 1942 compôs com Jaime Florence a valsa “Quando a saudade apertar”, gravada por Orlando Silva e a valsa “Cigarra”, por Roberto Paiva. No mesmo ano, Almirante gravou pela Odeon “Passo de avestruz”, parceria com Sá Róris, uma marchinha que satirizava o passo das tropas de Hitler. Em 1945, Orlando Silva gravou, pela Odeon, o samba, “Ela vai voltar”, com J. Cascata. Depois da guerra, sua produção escasseou, mantendo-se entretanto, as regravações de seus sucessos. A partir de 1952, voltou a aparecer com composições em parceria com J. Cascata e gravadas por Orlando Silva como a valsa “Pedras dispersas”, no mesmo ano. Em 1953, Orlando Silva gravou o samba “Escravo do amor” e Onéssimo Gomes o samba canção “Vai com Deus”. Em 1954 a valsa “De que vale a vida sem amor”, foi registrada por Orlando Silva. Na mesm época, Carlos Augusto gravou na Sinter o LP “Músicas de J. Cascata e Leonel Azevedo”. Orlando Silva e Sílvio Caldas também relançaram vários de seus sucessos na década de 1960. Quando J. Cascata faleceu, em 1961, procurou novos parceiros. Com Nelson França compôs “Vamos sambar”, gravado por Dilermando Pinheiro e com Adelmo Lima o samba canção “Só” e “Sonho desfeito” gravados por Dorinha Freitas na RGE. Nas década de 1960 e 1970, amigos financiaram uma série de 5 LPs (edição particular) com suas composições inéditas.

Obras
Apanhei um resfriado (c/ Sá Róris)
Cigarra
De que vale a vida sem amor (c/ J. Cascata)
Desilusão (c/ J. Cascata)
Escravo do amor (c/ J. Cascata)
Eu já mandei (c/ J. Cascata)
História joanina (c/ J. Cascata)
Juramento falso (c/ J. Cascata)
Lua triste (c/ Luís Bittencourt)
Lábios que beijei (c/ J. Cascata)
Maria (c/ J. Cascata
Maria fulô (c/ Sá Róris)
Mágoas de caboclo (c/ J. Cascata)
Não chores (c/ J. Cascata)
Não pago o bonde (c/ J. Cascata)
Passo do avesruz (c/ Sá Róris)
Pedras dispersas (c/ J. Cascata)
Por ti (c/ Sá Róris)
Quando a saudade apertar (c/ Jaime Florence)
Quem foi? (c/ J. Cascata)
Quero voltar aos braços teus (c/ J. Cascata)
Símbolo sagrado (c/ J. Cascata)
Só ela (c/ J. Cascata)
Todos cantam seus amores (c/ J. Cascata)
Um sorriso... uma frase... uma flor... (c/ J. Cascata)
Vai com Deus (c/ J. Cascata)
Vamos sambar (c/ Nelson França)
Vou sair de Pai João (c/ J. Cascata)
Bibliografia Crítica

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular Edição do autor. Rio de Janeiro, 1965.

EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Editora: Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. Editora: 34. São Paulo, 1999.

VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.