
Compositor.
Filho de espanhóis, sempre demostrou vocação para música. Após concluir o curso secundário, teve uma doença nervosa e ficou inativo por vários meses, o que o impediu de continuar os estudos.
Em 1917, entrou no INM, onde teve como principal orientador Frederico Nascimento. Estudou teoria e piano com J. Otaviano e, em 1918, passou a freqüentar a classe de harmonia de Frederico Nascimento, enquanto seguia aulas de piano de Henrique Oswald. Mais tarde, foi aluno de Francisco Braga, estudando contraponto, fuga, composição e instrumentação. Em 1920, foi um dos fundadores da Sociedade de Cultura Musical, na qual exerceu inúmeros cargos, até o fechamento da mês, seis anos depois. Em 1922, participou de um concurso com as peças “Noturno” e “Arabesca”, para piano, chamando atenção para suas obras. Em 1924, obteve o 1º lugar em concurso de composição da Sociedade de Cultura Musical, com o “Trio brasileiro”, obra de orientação nacionalista. A 17 de novembro de 1925, estreou sua primeira obra orquestral, a “Suíte sinfônica” (sobre três temas populares brasileiros), com a Orquestra do INM, regida por Nicolino Milano. Em 1930, conheceu seu primeiro grande sucesso foi o bailado “Imbapara”, baseado em temas recolhidos por Roquette-Pinto entre os índios pareci da serra do Norte, no Mato Grosso. Ainda em 1930, fundou a revista mensal “Ilustração Musical”, que durou até o oitavo número, de março de 1931. Compôs a ópera “Malasarte”, com texto de Graça Aranha, que mostrava suas ligações com o movimento modernista paulista. Em junho de 1940, o “Batuque do Reisado do Pastoreio” foi executado em concerto no Rio de Janeiro pela orquestra da National Broadcasting Corporation, dos EUA, sob a regência de Arturo Toscanini.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.