
Compositor. Regente. Cantor.
Nascido em Lisboa, começou os estudos musicais aos nove anos, quando ingressou no Seminário Patriarcal, dirigido por João de Sousa Carvalho, tornando-se um dos melhores alunos de composição. Compôs sua primeira obra (sacra) aos 14 anos, quando ainda assinava Marcos Antônio. Fez carreira de prestígio na Corte portuguesa, principalmente no reinado de Dom João VI, chegando a Mestre da Capela Real, em 1800. Chegou ao Brasil em 1811, acompanhado pelo irmão Simão Vitorino Portugal e por cantores e instrumentistas. Seu retorno a Portugal estava previsto para 1821, mas devido a problemas de saúde (surtos de paralisia), permaneceu no Brasil. Esse fato, somado a problemas de ordem financeira, deram-lhe um fim de vida infeliz. Em 1828, foi um dos músicos que assinou petição ao imperador, pedindo aumento salarial para a classe. No fim da vida, apesar de ainda ser diretor do Teatro São João, foi acolhido pela Marquesa de Aguiar, falecendo depois do último ataque de paralisia.
Apesar de ter tido atuação marcante como regente, músico e compositor de concerto, também compôs muitas obras de caráter popular. Em 1792, com o nome de Marcos Antônio, publicou em Lisboa a modinha “Cuidados, tristes cuidados”. Musicou alguns poemas de Domingos Caldas Barbosa: “Raivas gostosas”, “Se dos males”, “A doce união do amor” e “Você trata amor em brinco” (essas modinhas podem ser encontradas em “A modinha e o lundu do séc. XVIII”, de Mozart Araújo). Compôs o hino oficial português, óperas bufas e peças musicadas.