1.001
Nome Artístico
Luís Bandeira
Nome verdadeiro
Luís Bandeira
Data de nascimento
25/12/1923
Local de nascimento
Recife, PE
Data de morte
22/2/1998
Local de morte
Recife, PE
Dados biográficos

Cantor. Compositor.

Nasceu no Recife, mas foi criado em Maceió, cidade onde teve contato com os ritmos do coco e do pagode alagoano, assistindo à apresentação de cantadores cegos nas feiras.

Dados artísticos

Começou a carreira profissional no Recife. Em 1939, apresentou-se no programa “Valores desconhecidos”, de Abílio de Castro, na Rádio Clube de Pernambuco. Começou a trabalhar na mesma rádio nos anos 40, com o apoio de Nelson Ferreira e Capiba, tendo obtido bastante sucesso atuando como violonista e radioator. Trabalhou como violonista na orquestra da rádio e fez parte do conjunto “Garotos da Lua”, inspirado no grupo “Bando da Lua” que acompanhava Carmen Miranda, nos Estados Unidos. Em 1942, passou a atuar como cantor na orquestra de Nelson Ferreira, apresentando-se em clubes sociais e durante o carnaval. Em 1948, passou para a Rádio do Comércio, onde atuou como radioator. Em 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro. Na então capital federal, apresentou-se no Copacabana Palace, como cantor do conjunto de Moacir Silva. Posteriormente, foi contratado para trabalhar no programa semanal “Ritmos da Panair”, na Rádio Nacional. Em 1951, Manezinho Araújo gravou a composição “Torei o pau”, grande sucesso no carnaval. No mesmo ano compôs com Humberto Teixeira “Baião sacudido”, que tornou-se grande sucesso. Em 1954, gravou “A um passo da eternidade”, do filme de mesmo nome, de R. Werlls e F. Karger, com versão de Lourival Faissal, e “Diana” de L. Pollac e E. Rapee, com versão de Alberto Lopes. No mesmo ano, Carmélia Alves gravou “Cafundó” e Virgínia Lane “Marcha da pipoca” que, pela letra satírica, acabou proibida. Em 1956, gravou um de seus maiores sucessos, “Na cadência do samba”, que acabaria nacionalmente consagrado como tema do jornal cinematográfico de futebol “Canal 100”, de Carlos Niemeyer. No mesmo ano, gravou o baião “Forró em cafundó”, composição em parceria com João do Vale, e o samba “Amor em Paris”, de Ibraim Sued e Mário Jardim. Em 1957, Carmélia Alves voltou a gravar uma composição de sua autoria, o frevo-canção “É de fazer chorar”. Em 1960, fez parte da Terceira Caravana Oficial da Música Popular Brasileira, conforme lei do então deputado Humberto Teixeira, visando divulgar a música brasileira no exterior. Apresentou-se com o sexteto de Radamés Gnattali nas Universidades de Coimbra, em Portugal, Oxford, na Inglaterra e Sorbonne, na França. Fez também uma apresentação na sede da Unesco. Em 1962, retornou ao Brasil. No ano seguinte, gravou o samba “Maravilha morena”, em parceria com José Batista. Apesar de ter gravado baiões, frevos e outros ritmos nordestinos, seus maiores sucessos foram sambas, entre os quais “O apito no samba”, que acabou por ser o tema de futebol nos cine jornais de Carlos Niemeyer. Em 1964, passou a atuar como diretor artístico da boate Sky Terrace, no Rio de Janeiro. Mais tarde, começou a trabalhar como empresário. Em 1975, gravou pelo selo Equipe um LP reunindo antigos sucessos e músicas inéditas. Em 1976, participou da produção de um disco de Luiz Gonzaga. O “Rei do baião” gravou diversas composições suas, entre as quais “Fulô da maravilha”, em 1976, “Onde tu tá neném”, em 1977, e “Viola de Penedo” em 1978. Em 1979, venceu o concurso musical promovido no primeiro Encontro Nacional do Frevo, o Frevança, com o frevo-canção “Linha de frente” , gravado por Claudionor Germano. No mesmo ano, suas composições “Linha de frente” e “Recife meu amor” foram incluídas no disco “O bom do carnaval”, da gravadora CID. Em 1985, participou de show no Teatro Valdemar de Oliveira, juntamente com o maestro Edson Rodrigues, dentro do projeto “Encontro às segundas”, no qual apresentou o conjunto de sua obra. Ainda em 1985, no VII Frevança, teve sua composição “Dina” escolhida como o melhor frevo-canção. Foi também escolhido como melhor intérprete. Como produtor, no mesmo ano, resgatando sua obra, editou o disco “Voltei Recife”, pela Polydisc. Em 1991, editou “Como sempre fui – 50 anos de vida artística”, pela Intuição. Nas décadas de 1980 e 90 teve diversas de suas composições gravadas por diferentes intérpretes da MPB, entre os quais Clara Nunes, que gravou “Viola de Penedo”, Maria Bethânia, que gravou “O que os olhos não vêem”, Alceu Valença, com “Voltei, Recife” e Elba Ramalho, com “Onde tu tá, neném”. Em 1998, recebeu homenagem no Sesi, Serviço Social da Indústria, com o lançamento do CD “Luís Bandeira: sua música e seus amigos”, com direção e arranjos de Edson Rodrigues. Em 2001 teve a música “Fulô da maravilha” relançada no CD “Duetos com Mestre Lua – Gonzagão e convidados”, interpretada pelo grupo de forró Rastapé em dueto póstumo com Luiz Gonzaga.

Discografias
1998 Seleto CD Luís Bandeira: sua música e seus amigos
1991 CD Como sempre fui. Intuição
1985 Polydisc LP Voltei Recife
1975 Equipe LP Luís Bandeira
1963 Albatroz 78 Maravilha morena/Se quiser pode ir
1963 Albatroz 78 Se você me deixar/Copacabana tropical
1959 Continental 78 Açucena/Recado
1959 Continental 78 Mil recados/Nuvem
1959 Continental 78 O samba com Luciano/Laurentino
1958 Continental 78 Voltei, Recife/Recado de Olinda
1957 Sinter 78 Sem ela/Quem gosta de mim
1957 Sinter 78 Tarde dançante/Vai e vem
1956 Sinter 78 Convite ao samba/Amor em Paris
1956 Sinter 78 Na cadência do samba/Forró no cafundó
1955 Sinter 78 Garota de Icaraí/Mulata, mulata
1955 Sinter 78 Não vá embora/Diabo te carregue
1955 Sinter 78 Olinda pernambucana/Não voltarei atrás
1955 Sinter 78 Pedaço de mau caminho/Sal e pimenta
1954 Continental 78 A um passo da eternidade/Diana
Obras
A canção dos meus amores (c/ Nicolino Cápia)
Amor verdadeiro
Açucena
Baião sacudido (c/ Humberto Teixeira)
Bom danado (c/ Ernâni Sève)
Cafundó
Carabina, frevo de rua
Carapeba (c/ Julinho)
Carioca mon ami (c/ Renato Araújo e Jean Broussolli)
Carnaval de Recife
Chegando mais (c/ Fernando Távora)
Diabo te carregue (c/ Nestor de Holanda)
Dina
Dorme, filhinho (c/ Ziul Matos)
Espera Maria (c/ Alberto Lopes)
Estrela de ouro (c/ José Batista)
Forró do cafundó (c/ João do Vale)
Fulô da maravilha
Laurentino
Linha de frente
Madeira de lei (c/ Renato de Araújo)
Mamulengo
Maravilha morena (c/ José Batista)
Marcha da pipoca
Marcha do tempo
Maria Joana
Mistura fina
Na cadência do samba
Neném
Nossa timidez (c/ Alberto Lopes)
Novamente
Nuvem (c/ Manoel Malta)
Não chore (c/ Salvador Ribeiro)
O apito no samba
O maquinista e o sacristão
O que os olhos não vêem
O samba do Luciano
Onde tu tá, neném
Pedaço de mau caminho
Portador do amor (c/ Julinho)
Quase (c/ J. Junior)
Quem gosta de mim (c/ Jairo Argileu)
Recado de Olinda
Reis do baião (c/ Luiz Gonzaga)
Romance matuto
Santa Luzia
Sedução
Sem ela (c/ Djalma Ferreira)
Sincopado
São Francisco do Canindé (c/ Julinho)
Toma jeito, João
Torei o pau
Vai e vem
Viola de Penedo
Volta (c/ Djalma Ferreira)
Voltei, Recife
É de fazer chorar
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.