
Compositor. Cantor.
Começou sua carreira artística com apenas 14 anos cantando num trio juntamente com mais dois amigos. Aos 16 anos já tocava gaita e se apresentava no programa radiofônico “Dindinha Sinhá”, além de participar de programas de calouros na Rádio Atlântic a e na Rádio Clube, as duas na cidade de Santos. Constantemente tirava os primeiros lugares mesmo concorrendo com adultos. Algum tempo depois, após ser desclassificado num desses concursos devido a um desacerto com o conjunto que acompanhava os calouros, aprendeu a tocar violão, voltou a se inscrever e tirou o primeiro lugar. Passou a cantar na noite, mas, devido a insistência do padastro, acabou por empregar-se no cais do porto. Teve suas primeiras composições gravadas em 1959. Nesse ano, Oscar Ferreira gravou na Odeon o samba-canção “A voz da razão”, com Alberto Roy. Em 1960, teve gravadas as guarânias “Teu amor é minha vida”, parceria com Alberto Roy, por Wison Miranda, e “Você no meu pensamento”, parceria com Mário Zan, por Valdemar Roberto, ambas na Chantecler. Em 1961, o cantor Renato Guimarães gravou a guarânia “Teus olhinhos” e no ano seguinte, o samba canção “Deus perdoa”. Ainda em 1961 teve o samba canção “Juízo final”, gravado por Antônio Martins e o bolero “Sigas sorrindo”, parceria com Paulo Augusto, gravado por José Lopes. Nesse mesmo ano, a guarânia “Conflitos Emocionais”, foi gravado pelo cantor Mário Augusto dando inclusive título ao LP lançado por ele pela Copacabana. Em 1962, a guarânia “A Borboleta E A Flor”, com Melo Nunes, foi lançada na Continental pelo artista Luis Leão, enquanto o samba canção “Deus Perdoa” foi lançado na Chantecler por Renato Guimarães. Em 1963, o cantor José Haroldo gravou os boleros “Pergunte a Deus”, da parceria dos dois, com declamação de Muybo Cury, e Olavo Ferreira gravou a guarânia “Tua felicidade” e o bolero “Quem perde ganha”, parcerias com Edson Nenartavis. No mesmo ano, teve duas composições gravadas pelo cantor Germano no LP “Um violino em tempo de samba”, da Musicolor/Continental: “A Mágoa”, com Nello Nunes, e “Chora”, com Paulo Augusto. Em 1964, conheceu seu grande sucesso como compositor, o samba-canção “Matriz e filial”, gravada por Jamelão e regravada pela cantora Simone na década de 1970, que passou a incorporá-la a seu repertório permanente em shows. No mesmo ano, os sambas-canção “Prece a quem não volta” e “Foi contigo” foram gravadas na Chantecler pela cantora Marta Mendonça. Em 1969, Nelson Gonçalves, no LP “Apelo”, da RCA Victor gravou o samba-canção “Aposto Que Ela Volta!”. No mesmo ano, o cantor Jamelão, no LP “Cuidado Moço”, da RCA Victor, gravou os sambas-canção “Obra Prima”, com Norberto Pereira, e “Falta de Classe”, com João Borges. Em 1971, teve o samba-canção “Êta Dor de Cotovelo”, com Luis Felipe, que seria outro grande sucesso, gravado duas vezes: por Waldick Soriano, no LP “A voz do povo”, da gravadora Continental, e por Jamelão, em LP da Continental. Em 1973, Isaura Garcia gravou o samba-canção “O bicão” em LP Continental. Em 1974, suas músicas “Complicou-se” e “Imantação”, parcerias com Antônio Moreno foram gravadas por Jamelão que no ano anterior já havia gravado “Adverso” e “Primeira via”, com Jony Santos. Em 1977, teve quatro composições gravadas por Jamelão no LP “Folha morta”: “Foi feitiço”, com Antônio Bruno; “Pergunte a Deus”, com Haroldo José; “Deus perdoa” e “Ela é assim”. Em 1978, lançou seu primeiro e único LP, “Obra prima”, que recebeu calorosa crônica de José Ramos Tinhorão no Jornal do Brasil, com destaque para as músicas “Ela sorri”, “Tiro minha vida”, “Primeira via” e “Somos a mesma canção”. Em 1979, o samba-canção “Êta Dor de Cotovelo” foi gravado em compacto simples na Chantecler pela cantora Lana Bittencourt. Em 1980, teve a música “Resolvido”, com Antônio Bruno gravada por Jamelão no LP “Jamelão” lançado pela Continental. Em 1987, o samba-canção “Matriz ou filial” foi relançado no LP “Isaura Garcia – Documento inédito” da Continental. Em 1992, o samba-canção “Matriz ou filial” recebeu mais uma regravação na voz de Núbia Lafayette no LP “Brasil sentimental”, da Sony Music. Em 1994, teve as músicas “Letra do envelope”, com Cândido Idalírio dos Santos; “Ressaca” e “Proposta” gravadas por Jamelão no disco “Minhas andanças”, da RGE. No mesmo ano, foi lançado de forma independente o CD “Matriz ou filial” com gravações extraídas de uma fita cassete gravada em 1975 por ele próprio contendo 24 composições de sua autoria: o monólogo “Ficha Cadastral / Brasil Século XX”; “O Apito Da Escola”; “Matriz Ou Filial”; “Ressaca”; “Conflitos Emocionais”; “Obra Prima”; “Ela É Assim”; “Monólogo: Artista Sem Platéia”, com Osvaldo Cruz; “Teu Amor É Minha Vida”, com Alberto Roy; “Êta Dor de Cotovelo”, com Luis Felipe; “Resolvido”, com Antônio Bruno; “A Chance”; “Monólogo: Nem Um Segundo A Perder”; “Dois Corações E Um Grande Amor”; “Pergunte a Deus”, com Haroldo José; “Monólogo: O Amor É Um Jogo De Empate”; “Quitame La Vida”; “Lago da Felicidade”, com Nello Nunes; “Porque Motivo”, com Leonel Cruz; “Conversando Com A Solidão”; “A Mágoa”, com Nello Nunes; “Chora”, com Paulo Augusto; “Deus Perdoa”; “Nossa Cartinha” e “Prelúdio De Um Coração Tristonho”. Deixou 250 composições gravadas.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.