3.002
Nome Artístico
Núbia Lafayette
Nome verdadeiro
Idenilde de Araújo Alves da Costa
Data de nascimento
21/1/1937
Local de nascimento
Assu, RN
Data de morte
19/6/2007
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantora.

Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 3 anos de idade com a avó. Ainda criança apresentou-se no Programa Clube do Guri na Rádio Tupi. Faleceu no Rio de Janeiro, depois de ter sofrido um AVC e ter sido internada na cidade de Niterói, não tendo entretanto, conseguido se recuperar.

Dados artísticos

No final da década de 1950, participou de alguns programas de calouros no Rádio interpretando músicas de Vicente Celestino. Foi “crooner” da boate Cave. Fã de Dalva de Oliveira, cantora que exerceu influência marcante em sua carreira, teve entre seus maiores sucessos canções românticas e boleros, como “Seria tão diferente”, Solidão”, “Negue” e “Devolvi”, todas de Adelino Moreira, além de “Casa e comida”, de Rossini Pinto. Trabalhava como comerciária nas Lojas Pernambucanas quando participou com o nome artístico de Nilde Araújo do concurso de calouros “A voz de ouro”, apresentado na TV Tupi, do Rio de Janeiro. Um dos jurados, o proprietário da boate Cave, Jordão Magalhães a convidou a cantar naquela casa noturna onde conheceu o compositor Adelino Moreira que a levou para a RCA Camden. Antes porém, com apoio do cantor e compositor Joel de Almeida, gravou com o nome de Nilde Araújo um disco pela Polydor com os sambas “Vai de vez”, de Paulo Tito e Ricardo Galeno e “Sou eu”, de Valdir Machado e Rubens Machado. Cantou também na boate Michel, em São Paulo. 

Em 1960, lançou seu primeiro disco com o nome artístico de Núbia Lafayette, pela gravadora RCA Camden com duas composições de Adelino Moreira, de quem foi uma das principais intérpretes, o samba-canção “Devolvi”, um de seus maiores sucessos e o samba-choro “Nosso amargor”. Em 1961, gravou mais quatro composições de Adelino Moreira, os sambas-canção “Solidão”, “Preciso chorar” e “Prece à lua” e o samba “Não jures mais”. No ano seguinte, gravou de Adelino Moreira os sambas-canção “Ontem à noite” e “Razão”, a marcha “Páginas portuguesas” e o tango “Vida”. Gravou também o samba-canção “É tudo calúnia”, de Antônio Almeia e a toada “Saudade malvada”, de Erasmo Silva.

Lançou mais dois discos com músicas de Adelino Moreira em 1963, os sambas-canção “Não creias”, “Ouvi dizer” e “Mil lágrimas” e o samba “O vento”. Com o advento da jovem guarda sua carreira declinou. Fez algumas gravações mais esporádicas como os compactos simples “Núbia Lafayette com orquestra Chantecler”, em 1966 e “Núbia Lafayette”, no ano seguinte, além do LP “Nem eu, nem tu, ninguém” lançado pela Philips em 1970.

Em 1967, participou do LP “Encontro com com Adelino Moreira” no qual interpretou várias obras do compositor como “Devolvi” e “Solidão”.

Em 1971, lançou o LP “A voz quente de Núbia Lafayette”, pela RCA Camden interpretando 14 composições de Adelino Moreira, entre as quais “Solidão”, “Prece á lua”, “Nosso amargor”, “Vida” e “Segredo”, já gravadas anteriormente e outras como “Seria tão diferente” e “Gente assim como a gente”, com Tonio Luna e “Devoção”, com Ramalho Neto. Em 1972, gravou pelo selo Entré/CBS o LP “Casa e comida”, cuja música título, um bolero de Rossini Pinto, fez muito sucesso e deu novo impulso à sua carreira. O disco apresentou outras composições de Rossini Pinto, como, “A porta ainda está aberta”, “Sempre que ouço teu nome” e “Preciso de um amigo”, além de “Jamais estive tão segura de mim mesma”, de Rauzito, nome artístico usado no começo da carreira por Raul Seixas. Em 1974, lançou o LP “Núbia Lafayette”, com direção artística de Rossini Pinto, no qual interpretou boleros e sambas-canção como “Lama”, de Paulo Marques e Aylce Chaves; “Pensando em ti”, de Herivelto Martins e David Nasser; “Sonhando contigo (Soñando Contigo)”, de Vedasto Acosta, adaptação de Paulo Gracindo; “Desquite”, de Aldem Vieira, Walter Juarez e Monteiro Neto; “Esposa ideal”, de Chico Xavier e Nem; “O mundo gira”, de Rossini Pinto; “Esta noite eu queria que o mundo acabasse”, de Silvio Lima; “Fracasso”, de Mário Lago; “Foi somente uma vez (Solamente una vez)”, de Agustín Lara, versão de Rossini Pinto; “A vida tem dessas coisas”, de César Sampaio; “Não sei”, de Aloísio Marins e Evaldo José, e “Ficará só a saudade”, de Othon Russo e Niquinho. 

 

 

Lançou novo LP dois anos depois com músicas de diferentes compositores do repertório romântico como “Supresa” e “Cascata de pranto”, de Adelino Moreira e “Pinta de machão”, de Raul Sampaio e Celso Castro, além de “Nunca pensei”, de Rubens Soares e Nárrara e “Terezinha”, de Chico Buarque. Dois anos depois, transferiu-se para o selo Epic/CBS e lançou o LP “Os 20 anos artísticos de Núbia Lafayette” no qual apresentou “Minha sorte”, de Rossini Pinto, “Afinal”, de Luiz Bittencourt e Ismael Neto, “Não me pergunte mais”, de Ivor Lancellotti e “Mais uma lição”, de Nonô Basílio. Também em 1976, obteve o segundo lugar no “Festival da canção”, na Colômbia, com a música “A vida tem dessas coisas”, de César Sampaio. Em 1985, voltou para a RCA Camden e lançou o LP “Por amar demais”, cantando um pot-pourri de seus sucessos com “Seria tão diferente”, de Tonio Luna e Adelino Moreira, “Solidão” e “Devolvi”, de Adelino Moreira e “Casa e comida”, de Rossini Pinto, além de “Pense”, de César Augusto e Martinha, “Entre amigas”, de Paulo Massadas e Michael Sullivan, “Rival”, de Raul Sampaio e Benil Santos e “Mulher e daí (Apenas mulher), de Gonzaguinha.

Em 1992, gravou pela Sony Music o CD “Brasila sentimental” na série “Academia brasileira de música” interpretando entre outras, “Sentimental demais”, e Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “Escuta”, de Ivon Curi, “Conselho”, de Oswaldo Guilherme e Denis Brean, “Matriz ou filial”, de Lúcio Cardim, “Negue”, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos e “Que será”, de Marino Pinto e Mário Rossi. Ainda na década de 1990, participou em Natal, RN, do Projeto “Natal em canto” com o Trio Irakitan. Passou a morar, a partir da década de 1990, em Maricá, litoral norte do Rio de Janeiro, só saindo para participar de shows especiais e esporádicos programas de teve e rádio. Em 2006, além de realizar shows na noite carioca e paulistana, apresentou-se no programa “Sílvio Santos” no qual cantou o sucesso de Zezé di Camargo “É o amor”. Uma das principais cantoras românticas brasileiras, gravou mais de vinte discos entre 78 rpm, LPs e CDs em mais de 40 anos de carreira.

Discografias
1992 Sony Music CD Brasil sentimental - Série Academia brasileira de música
1985 RCA Camden LP Por amar demais
1981 Epic/CBS LP Os 20 anos artísticos de Núbia Lafayette
1979 Entré/CBS LP Núbia Lafayette
1974 Entré/CBS LP Núbia Lafayette
1972 Entré/CBS LP Casa e comida
1971 RCA Candem LP A voz quente de Núbia Lafayette
1970 Philips LP Nem eu, nem tu, ninguem
1963 RCA Candem 78 Não creias/O vento
1963 RCA Candem 78 Ouvi dizer/Mil lágrimas
1962 RCA CAMDEN 78 Ontem à noite/Páginas portuguesas
1962 RCA Candem 78 Razão/Vida
1962 RCA CAMDEN 78 É tudo calúnia/Saudade malvada
1961 RCA CAMDEN 78 Minha história/Figuras de jornal
1961 RCA Candem 78 Minha história/Figuras de jornal
1961 RCA CAMDEN 78 Não jures mais/Prece à lua
1961 RCA CAMDEN 78 Solidão/Preciso chorar
1960 RCA Camden 78 Devolvi/Nosso amargor
1959 Polydor 78 Vai de vez/Sou eu
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

CÂMARA, Leide. Dicionário da Música do Rio Grande do Norte. Rio Grande do Norte: Acervo da Música Potiguar, 2001.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.